18 de julho de 2023

ABM comemora 78 anos com a série de concertos Brasiliana na Sala Cecília Meireles

         A Academia Brasileira de Música comemora os 78 anos de sua fundação com mais uma edição de Brasiliana, a série de concertos dedicada à música brasileira. Serão três concertos, nos dias 23, 24 e 25 de julho, na Sala Cecília Meireles. Fundada em 14 de julho de 1945, por Heitor Villa-Lobos, como instituição cultural sem fins lucrativos, a ABM tem como objetivo principal a divulgação da música clássica brasileira e é composta por 40 acadêmicos, personalidades de destaque no meio musical brasileiro nas áreas da composição e da educação musical, da interpretação e da musicologia.       



          O concerto do dia 23, domingo, às 17 horas, é integralmente dedicado ao compositor Heitor Villa-Lobos, com a apresentação do Coral Brasil Ensemble – UFRJ (regência de Maria José Chevitarese) e o Grupo de Câmara da Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob regência de Tobias Volkmann. O destaque é para o centenário de composição do “Noneto”, obra emblemática da produção do compositor, escrita em 1923 para coro misto e grande conjunto instrumental - apresentada pela primeira em Paris em 30/05/1924. Completam o programa o “Sexteto Místico”, de 1917, e o “Quatuor” (1928).


           Na segunda-feira, dia 24, às 19 horas, a Sala Cecília Meireles receberá a Orquestra Sinfônica da UFRJ, regida pelo maestro e acadêmico Júlio Medaglia - sua primeira vez à frente de um concerto na série Brasiliana. No programa, obras pouco frequentes no repertório das orquestras brasileiras. Os três movimentos de “Cinematográfica”, de César Guerra-Peixe, foram extraídos de uma trilha original para o cinema composta em 1978, transformada em peça para concerto pelo próprio compositor em 1982. A “Suíte Popular” para orquestra de câmara, de Luciano Gallet, foi composta em 1929 e traduz, em música, as teorias de Mário de Andrade expostas no “Ensaio sobre a Música Brasileira”, publicado no ano anterior. Na obra, Gallet estrutura os movimentos de danças populares a partir de temas de composições de sucesso da época, incluindo as de Ernesto Nazareth. A segunda parte do programa é dedicada ao violão, que marcará a homenagem a Turíbio Santos por seus 80 anos. Do próprio Turíbio, será executada a “Suíte de Danças Concertantes”, encerrando com o “Concerto para quatro violões”, de Ronaldo Miranda. Os intérpretes serão cinco ex-alunos de Turíbio: Celso Faria, Fábio Adour, Luiz Carlos Barbieri, Marco Lima e Maria Haro.


           O último concerto da série Brasiliana, dia 25, às 19h, terá a participação da Orquestra Sinfônica Nacional, da Universidade Federal Fluminense, sob regência de Daniel Guedes, homenageando os compositores Edino Krieger, que faria 95 anos em 2023, e Almeida Prado, que completaria 80 anos. O “Pequeno Concerto para violino” foi composto por Krieger na Alemanha, em 2008, e estreado por Daniel Guedes no ano seguinte, durante a XVIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, na própria Sala Cecília Meireles. Também de Edino Krieger são as “Variações Elementares”, obra composta em 1964 e estreada no ano seguinte durante o III Festival Interamericano de Música de Washington.


           De Almeida Prado, será ouvida “Estigmas”, para orquestra de cordas, obra composta em 1975 e estreada no mesmo ano em Genebra, na Suíça, pela Orquestra de Cordas da Academia Internacional de Música de Câmara. O programa inclui ainda o “Naufrágio de Kleônicos”, um poema sinfônico composto por Villa-Lobos em 1916, que conclui com “O Canto do Cisne Negro”, um solo de violoncelo muito executado na versão com piano.

 

TIM RESCALA: cerimônia de posse


           No mesmo dia 25, um pouco mais cedo, às 17h, acontecerá a cerimônia de posse do Acadêmico Tim Rescala, no Espaço Guiomar Novaes, na própria Sala Cecília Meireles, com entrada gratuita e aberta ao público. Eleito em junho desse ano, o compositor e produtor musical ocupará a cadeira nº 34, que tinha como último ocupante o compositor e gestor cultural Edino Krieger (José de Araújo Vianna como Patrono, Newton Pádua como Fundador e Guerra-Peixe como 1º Sucessor). Sua obra “Bipolar” também será apresentada pela Orquestra Sinfônica Nacional no concerto de encerramento da série Brasiliana.

 

BRASILIANA 2023 - ACADEMIA BRASILEIRA DE MÚSICA


Sala Cecília Meireles

23, 24 e 25 de julho de 2023

 

Endereço: Largo da Lapa, 47

Ingressos: R$20,00 (inteira) / R$10,00 (meia-entrada)

Classificação livre

 

 

PROGRAMAS

                                                                                             

Dia 23 de julho, domingo, às 17 horas

Coral Brasil Ensemble – UFRJ (direção de Maria José Chevitarese)

Grupo de Câmara da Orquestra Sinfônica da UFRJ

Regência de Tobias Volkmann

 

1-     Heitor VILLA-LOBOS – Quatuor para flauta, oboé, clarineta e fagote (1928) 15’

I- Allegro non troppo

II- Lento

III- Allegro molto vivace

 

2-     Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959) – Sexteto Místico para flauta, oboé, sax alto, violão, celesta e harpa (1917) 8’

 

3-     Heitor VILLA-LOBOS – Noneto para flauta, oboé, clarineta, fagote, sax alto, piano, celesta, harpa, percussão e coro misto (1923) 14’

 

 

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Dia 24 de julho, segunda-feira, às 19 horas

Orquestra Sinfônica da UFRJ

Regência de Júlio Medaglia

 

1-     César GUERRA-PEIXE (1914-1993) – Cinematográfica (1978) 6’

 

I-                  Panorama e detalhe (Andantino maestoso)

II-               Amorosamente (Larghetto)

III-             Troteando na estrada (Allegretto)

 

2-     Luciano GALLET (1893-1931) – Suíte Popular (1929)

 

I-                  Dobrado

II-               Tanguinho

III-             Polka

IV-            Seresta

V-               Maxixe

 

3-     Turíbio SANTOS (1943) – Suíte de danças concertantes para violão

 

I-                  Forró

II-               Sonhos

III-             Carimbó

IV-            Samba lamento

V-               Valsa do amanhecer

VI-            Frevo dos aflitos

 

Solista: Celso Faria

 

4-     Ronaldo MIRANDA (1948) – Concerto para quatro violões (2003) 23’

 

I-                  Lento / Allegro

II-               Lírico

III-             Entreato

IV-            Rondó

 

Solistas: Fábio Adour, Luis Carlos Barbieri, Marco Lima e Maria Haro

 

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Dia 25 de julho, terça-feira, às 19 horas

Orquestra Sinfônica Nacional da UFF

Regência de Daniel Guedes

 

1-     Edino KRIEGER (1928-2022) – Pequeno Concerto para violino e cordas (2008) 14’

 

I-                  Recitativo e Allegro

II-               Digressões sobre um sino de Baden-Baden

III-             Tocata

 

Solista: Daniel Guedes

 

2-     José Antônio de ALMEIDA PRADO (1943) – Estigmas para cordas (1975) 12’

 

I-                  Sudário

II-               Estigmas

III-             Amem

 

3-     Edino KRIEGER – Variações elementares para orquestra de câmara (1964) 16’

 

I-                  Prólogo

II-               Variação I: Diálogos

III-             Variação II: Toccata

IV-            Variação III: Móbiles

V-               Variação IV: Ricercare

VI-            Variação V: Choro

VII-         Variação VI: Pequeno Coral

VIII-       Variação VII: Bossa-Nova

IX-            Variação VIII: Quarteto

X-               Variação IX: Densidade

XI-            Variação X: Jogo

XII-         Epílogo

 

4. Tim RESCALA (1961) – Bipolar (1921) 7’

 

5. Heitor VILLA-LOBOS – Naufrágio de Kleônicos (1916) 13’


27 de setembro de 2025
Emmy, quinta temporada confirmada e Gary Oldman no seu melhor papel da TV consolidam a produção como referência em espionagem Quando Slow Horses estreou discretamente no Apple TV+ em 2022, poucos imaginavam que a série se tornaria uma das produções mais aclamadas do streaming. O reconhecimento veio em 2024, quando Will Smith* (o roteirista britânico, não o ator) conquistou o Emmy de Melhor Roteiro em Série Dramática. Neste ano, foi a vez de Adam Randall levar o prêmio de Melhor Direção em Série de Drama pelo episódio ‘Hello Goodbye’, consolidando a produção britânica como referência que reinventou o gênero de espionagem. “Apesar do meu nome, eu vim em paz“, brincou o roteirista Will Smith em seu discurso de agradecimento no Emmy 2024, arrancando risadas da plateia ao fazer referência à polêmica do tapa entre o ator homônimo e Chris Rock no Oscar de 2022. A quinta temporada, confirmadíssima, estreia em 24 de setembro de 2025, e promete manter o alto padrão que transformou esta adaptação dos livros de Mick Herron em fenômeno crítico. O sucesso é tão grande, que uma sexta temporada já foi confirmada, fazendo com que Slow Horses se estabeleça como uma das apostas mais certeiras do Apple TV+, conquistando tanto público quanto crítica especializada. Os “pangarés” que roubaram a cena O grande trunfo da série reside na sua proposta singular: ao invés de seguir agentes glamurosos em missões espetaculares, acompanhamos os ‘pangarés’ (uma tradução livre para slow horses) do MI5. Esses espiões são os que cometeram erros graves e acabam sendo ‘transferidos’ para a ‘Slough House’, um departamento onde as carreiras acabam. É neste cenário aparentemente desolador que encontramos alguns dos personagens mais cativantes da ‘televisão’ (porque hoje também temos streamings, acho estranho só falar televisão) atual. Gary Oldman entrega possivelmente sua melhor performance como Jackson Lamb, o chefe excêntrico deste departamento que equilibra genialidade e grosseria de forma magistral. Ele, que foi vencedor do Oscar por interpretar Winston Churchill (A Hora Mais Escura de 2017), Oldman encontra em Lamb um personagem que permite explorar nuances cômicas e dramáticas com igual maestria. Suas manias irritantes (incluindo os famosos peidos que incomodam toda a equipe) se tornam elementos orgânicos de um líder brilhante disfarçado de desleixado. O elenco de apoio não fica atrás. Jack Lowden (da minissérie Orgulho e Preconceito da Netflix) constrói River Cartwright como jovem espião determinado a redimir erros do passado, enquanto Rosalind Eleazar (Rellik), Christopher Chung (West Side Stories), Aimee-Ffion Edwards (Luther) e Kadiff Kirwan (Não fale com estranhos) formam uma equipe disfuncional que funciona perfeitamente na tela. A quarta temporada trouxe especial destaque para a relação entre River e seu avô David (Jonathan Pryce – de 007 e Dois Papas), abordando demência senil com sensibilidade rara no gênero. Kristin Scott Thomas (Fleabag) e Olivia Cooke (Motel Bates) completam um elenco que não se intimida em interpretar personagens imperfeitos. É precisamente nessas falhas que reside o charme da série: transformar marginalizados em heróis improváveis, sem romantizar suas limitações. Um roteiro inteligente que respeita o espectador Will Smith (o roteirista, não o ator, só para não esquecerem de quem eu falo) e sua equipe merecem destaque especial pelo texto que nunca subestima a audiência. Os diálogos afiados equilibram humor e tensão de forma orgânica, criando momentos cômicos que aliviam a pressão sem quebrar o ritmo narrativo. O Emmy de Melhor Roteiro não foi uma conquista casual, afinal, cada linha escrita serve a um propósito maior da história final. A série britânica constrói suas reviravoltas de forma honesta, sem recursos baratos ou choques gratuitos. Quando personagens são eliminados (não se assustem e não se apeguem porque isso acontece com frequência – talvez seja o efeito ‘Shonda Rhimes’), suas mortes servem ao propósito narrativo e ao senso de urgência que permeia o trabalho de espionagem. Uma direção precisa e produção impecável Adam Randall, premiado no Emmy 2025 por sua direção na quarta temporada, demonstra domínio total sobre o material. Suas sequências de ação são coreografadas com precisão, enquanto momentos intimistas recebem tratamento igualmente cuidadoso. A tensão criada é quase palpável, resultado de direção segura que transita entre diferentes registros sem tropeços. A produção não economiza em qualidade técnica, entregando perseguições e confrontos dignos do cinema, provando que ‘televisão’ pode rivalizar com grandes produções cinematográficas quando existe talento envolvido. O futuro promissor dos “pangarés” Com quinta temporada chegando em setembro e sexta já confirmada, Slow Horses se estabelece como uma das melhores séries de espionagem da atualidade. A expectativa é que continue explorando as nuances de seus personagens complexos, mantendo o equilíbrio entre suspense, humor e crítica social que a tornou referência no gênero. Para quem busca espionagem inteligente, longe dos clichês hollywoodianos, Slow Horses representa o que há de melhor na ‘televisão’ contemporânea. É uma produção que prova ser possível reinventar fórmulas estabelecidas quando há talento, dedicação e respeito pelo público envolvidos. Os prêmios Emmy apenas confirmam o que os espectadores já sabiam: esta série merece estar no topo das listas de qualquer amante do gênero.
27 de setembro de 2025
A MXM Sistemas, referência nacional em soluções de gestão empresarial, vai levar 25 crianças e jovens atendidos pela Casa Favela para o Concertos para a Juventude, da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). O espetáculo acontece neste domingo, dia 28 de setembro, às 11h, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. A ação integra a parceria institucional da MXM com a OSB, que democratiza o acesso à música de concerto desde 1943, e conecta a comemoração do Dia do Programador (13/09) ao universo da música. “Assim como um maestro harmoniza dezenas de instrumentos, transformando partituras em narrativas que emocionam, os programadores orquestram linhas de código para criar soluções que transformam empresas inteiras. Ambas são ações que exigem técnica e consistência”, destaca Guilherme Carrullo, CEO da MXM Sistemas. “Os Concertos para a Juventude são apresentações descontraídas, que unem dinâmicas interativas e obras especialmente pensadas para revelar a magia dos instrumentos. É nesse espaço que novas gerações se encontram com a música de concerto, ampliando horizontes e abrindo caminhos para a construção do futuro", afirma Ana Flavia Cabral Souza Leite, vice-presidente da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira. As crianças e jovens beneficiados pela ação frequentam o laboratório de tecnologia da Casa Favela – ONG que atua na democratização do acesso à tecnologia e educação na comunidade Mata Machado, no Alto da Boa Vista (RJ). O espaço é o mais visitado desde a sua criação. O laboratório oferece acesso à internet, computadores e atividades de estudo, trabalho e lazer, já que 100% dos atendidos não possuem computador ou notebook em casa. Com o convite da MXM, os participantes terão a oportunidade de viver uma experiência cultural única, reforçando o papel transformador da arte e da tecnologia quando caminham lado a lado. “Esse convite casou perfeitamente com o nosso trabalho. A todo momento, as ações da Casa Favela buscam integrar tecnologia com cultura, sustentabilidade e educação. Ao longo dos últimos quatro anos, já pudemos levar mais de 750 crianças e jovens a eventos culturais e, sem dúvidas, são experiências que marcam a infância de quem geralmente não tem acesso a esses espaços.”, conta Rennan Leta, fundador da Casa Favela.