2 de março de 2025

O Homem que engoliu um chip

Conseguir falar de loucura, esquizofrenia e do sofrimento inerente de forma bem-humorada é o mote e desafio da peça “O Homem que engoliu um chip”.

O espetáculo, que volta à cena para curta temporada, é um solo do ator Manoel Madeira com direção de Adriano Garib e dramaturgia de Ramon Nunes Mello, poeta, escritor e jornalista que conheceu e entrevistou Rodrigo de Souza Leão, tornando-se responsável pela sua obra após a sua morte.
O HUMOR DE RODRIGO DE SOUZA LEÃO

“Estou aqui há dez dias. Dez dias que como mal. Pelo menos vou emagrecer. Tenho saudade da comida de casa. De bom aqui só a goiabada e a bundinha da enfermeira.”

“Eu não me lembro mais de um amor. A última vez que fui amado, ela disse que não me amava.”

“Se você um dia for visitar um hospício, leve cigarros. Todo mundo fuma.”

“Fila pra tomar café da manhã. Todos os loucos na fila. É um café com leite que tem mais água do que leite e um pão com uma passada de manteiga só na ida.”

(HORA DE VER TV) “A hora em que a Família Adams se reúne. Os doidos todos se reúnem para ver novela.”

“Por que todos os loucos têm paranóias iguais? Sempre estão sendo seguidos por um agente secreto. A CIA quase sempre está envolvida.”

“Ah, hoje tem festa junina no hospício! A quadrilha de loucos está em fila. (…)
O casamento de um oligofrênico com uma bipolar de humor é feito pela psicóloga gostosa.”

No livro, Souza Leão narra de maneira singular e divertida seu dia-a-dia durante períodos de internação. No palco, Manoel Madeira atua como um performer, ora relatando, ora vivenciando as situações relatadas pelo escritor. A peça traz trechos em off na voz do próprio Rodrigo de Souza Leão.

A adaptação da obra para o teatro é do dramaturgo e poeta Ramon Nunes Mello, que conta como surgiu a ideia do projeto: “Conheci Rodrigo em 2008, após ler ‘Todos os cachorros são azuis’. Fiquei impactado com a poesia e a linguagem, e a forma como ele aborda um tema difícil como a loucura, a partir de sua própria experiência pessoal, única na literatura brasileira.”

Explorando o humor e a ironia presentes na obra, a peça pretende expandir a poesia presente na ficção de Souza Leão, além de promover uma reflexão sobre a intercessão entre saúde mental e arte.

“Assistimos ao espetáculo com um sorriso dúbio, pois Rodrigo ri do absurdo da existência. Nossa peça, apesar da delicadeza do tema, pretende ser um entretenimento leve e divertido. Rodrigo era leve e bem-humorado até nos momentos de internação. Queremos que essa leveza, essa auto-ironia e esse humor transpareçam para o público através de nossas escolhas artísticas.”, explica o diretor Adriano Garib.

SINOPSE

Um poeta que sofre de esquizofrenia faz um relato comovente e ao mesmo tempo auto-irônico sobre sua internação, suas memórias e reflexões.

Serviço

ESTREIA: 07 de março (6ªf), às 19h
ONDE:
Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso
Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema / RJ Tel: (21) 2332-2016
HORÁRIOS: sextas e sábados às 19h e domingos às 18h / INGRESSOS: R$50 e R$25 (meia) / HORÁRIO BILHETERIA: 3ª a 6ª das 16h às 20h, sábados e feriados das 15h às 20h, domingos das 15h às 19h / VENDAS ONLINE: https://funarj.eleventickets.com/ CAPACIDADE: 53 lugares / DURAÇÃO: 60 minutos / GÊNERO: drama / CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 anos / ACESSIBILIDADE: sim / TEMPORADA: até 30 de março

29 de maio de 2025
Com inscrições abertas até segunda-feira (02/06), o edital Prêmios Cultura Viva é uma oportunidade para fazedores de cultura impulsionarem seus projetos. Oferecida pela Prefeitura de Niterói, a iniciativa vai fomentar Pontos e Pontões de Cultura com R$ 760 mil. Ao todo, serão selecionados 40 projetos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma do Colab. O edital integra a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB/MinC) e é conduzido pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC). “Os Pontos e Pontões são uma parte essencial da nossa rede de cultura em Niterói. Através dos recursos da Lei Aldir Blanc, lançamos dois editais que somam mais de R$ 3 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento da produção cultural na cidade. Para a Prefeitura de Niterói, investir nesses espaços é um passo importante para impulsionar quem luta pela cultura na ponta, junto da população”, reforçou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O Edital Prêmios Cultura Viva vai reconhecer e premiar 40 iniciativas culturais de base comunitária desenvolvidas por pessoas jurídicas sem fins lucrativos ou por coletivos culturais informais representados por pessoas físicas. Cada uma das 40 selecionadas receberá R$ 19 mil. O edital também estabelece cotas para garantir a diversidade entre os premiados, com vagas reservadas para pessoas negras, indígenas, com deficiência, mulheres e trans. Também parte das ações integradas à PNAB, a Prefeitura lança o Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Serão destinados R$ 2.250.000,00 para apoiar 45 projetos culturais apresentados exclusivamente por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que estejam estabelecidas em Niterói e tenham finalidade artística e cultural. Ao todo, os dois editais somam R$ 3 milhões de investimento. “Os Pontos e Pontões de cultura da cidade são verdadeiros guardiões das culturas tradicionais e de base comunitária. Preservam a memória, a história e o fazer artístico de Niterói. Este edital dedicado a esses mestres e mestras é uma forma de garantir o direito à cultura àqueles que se dedicam em manter viva nossa herança cultural”, afirmou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. As inscrições são realizadas por meio da plataforma Colab, ferramenta digital que conecta cidadãos e governos com foco em cidadania digital e governança colaborativa. O edital também será disponibilizado em Libras, garantindo acessibilidade nas informações. Para apoiar os proponentes no processo de inscrição, a Secretaria das Culturas promoverá atendimentos presenciais na quinta-feira (29), às 17h, no Espaço EcoCultural, na Região Oceânica, e no sábado (31), das 10h às 14h, na Casa Cultura é um Direito, no Ingá.
27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff