25 de fevereiro de 2024

Exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” chega ao CCBB

No dia 28 de fevereiro de 2024, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro inaugura a exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, mostra idealizada pelo Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo. Com curadoria de Ailton Krenak e curadoria adjunta de Angela Pappiani, Eliza Otsuka e Priscyla Gomes, a exposição apresenta 160 fotografias inéditas no Brasil do premiado fotógrafo japonês Hiromi Nagakura, realizadas em viagens com Krenak, principalmente pelo território amazônico, entre 1993 e 1998. A mostra, com entrada gratuita, chega ao CCBB RJ ampliada, com uma nova seleção de imagens, além de objetos dos povos visitados, que não estiveram presentes na edição paulistana da exposição, em cartaz no ITO até o início deste ano.

 

Além disso, lideranças indígenas de diversas etnias participarão de conversas realizadas em torno da exposição, junto com o fotógrafo e o curador. No dia da abertura da exposição, às 17h, haverá a roda de conversa “Hiromi Nagakura e Ailton Krenak encontram os povos da floresta”, com a presença da dupla e também das lideranças indígenas Moisés Pyianko Ashaninka e Leopardo Huni Kuin, com a participação de Marize Guarani, presidente da Associação Indígena Aldeia Maracanã. No dia 29 de fevereiro, também às 17h, haverá mais uma roda de conversa, “Hiromi Nagakura e Ailton Krenak encontram os povos do cerrado”, com Krenak, Nagakura e as lideranças indígenas Marineuza Pryj Krikati, Maria Salete Krikati e Caimi Waiassé Xavante, com a participação de Carlos Tukano, presidente do Conselho Estadual de Direitos Indígenas do Rio de Janeiro. No dia 1 de março, às 17h, Ailton Krenak e as cinco lideranças indígenas da Amazônia convidadas farão palestra no CCBB RJ. 

 

“Nagakura-san é um samurai. Sua espada é uma câmera que ele maneja com a segurança de quem já passou por campos de refugiados e esteve no centro das praças de guerra, por lugares como África do Sul, Palestina, El Salvador e Afeganistão. Depois desse mergulho no inferno global, quando sentiu de perto a loucura dos seres humanos, o samurai da câmera descobriu a floresta amazônica e seus povos nativos”, escreveu Ailton Krenak, curador da mostra, no texto que acompanha a exposição.

 

A exposição é patrocinada pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A mostra segue para os CCBBs Brasília e Belo Horizonte após temporada no Rio de Janeiro.

 

PERCURSO DA EXPOSIÇÃO



A exposição ocupará todas as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ e a rotunda, onde haverá uma instalação aérea inédita, em formato circular, pensada especialmente para o espaço, com imagens da exposição plotadas em tecido.

 

As salas seguirão a ordem cronológica das visitas da dupla à Amazônia, como se o público estivesse viajando junto com eles. Na primeira sala estarão fotografias dos povos Krikati e Gavião, localizadas em regiões impactadas por invasões, desmatamento e hidrelétricas na Amazônia.

 

Na sala seguinte, estarão fotografias dos povos Ashaninka, Yawanawá, Xavante e Kaxinawá. Nos cofres, estarão salas imersivas com sons da floresta e cantos indígenas, levando o público a uma verdadeira viagem por estes territórios e etnias. Além disso, haverá um vídeo com registros de viagens de Nagakura por todos os continentes. Haverá, ainda, uma grande sala inteiramente dedicada aos Yanomami.

 

Seguindo o percurso da exposição, chega-se à sala “Imagem e Cultura”, com fotografias totalmente inéditas e objetos dos povos visitados, que não estiveram na exposição em São Paulo. Este será um espaço multiétnico, com imagens que conversam entre si, agrupadas por temas, situações, cores ou paisagens, sem divisão por etnia, acolhendo todos os povos em um só lugar. 

 

Na última sala estarão os núcleos “O Reencontro” – onde será exibido um vídeo com conversas de Ailton Krenak e Hiromi Nagakura com lideranças indígenas de todas as etnias visitadas na década de 1990, além de outro com a íntegra da conversa entre o fotógrafo e o curador registrada para o projeto “Conversa na Rede”, gravada na Casa Ateliê de Tomie Ohtake, em São Paulo – e “A Viagem”, com registros de bastidores, retratando Krenak e Nagakura durante a viagem, a cumplicidade deles e junto aos amigos das aldeias. Também neste espaço estará a obra “Território imemorial ou Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” (2023), do artista Gustavo Caboco, feita especialmente para a mostra, que apresenta um mapa com os territórios visitados por Nagakura e Krenak.

 

VIAGENS AO LONGO DE CINCO ANOS


As viagens de Nagakura e Krenak abarcaram quase cinco anos, de 1993 a 1998, dezenas de horas, sempre na companhia da produtora e intérprete Eliza Otsuka. A exposição, acompanhada dos encontros, é o resultado de uma “união de esforços para fazer uma celebração em torno dessa amizade alimentada pelo sonho e beleza da obra do fotógrafo Hiromi Nagakura”, diz Ailton Krenak.

 

Segundo Krenak, a mostra traz algumas das belas imagens das viagens às aldeias e comunidades na Amazônia brasileira. “Momentos de intimidade e contentamento entre ‘amigos para sempre’ inspiraram esta mostra fotográfica mediada por encontros com algumas das pessoas queridas que nos receberam em suas cozinhas e canoas, suas praias de rios e nas aldeias: Ashaninka, Xavante, Krikati, Gavião, Yawanawá, Huni Kuin e comunidades ribeirinhas no Rio Juruá e região do lavrado em Roraima”, destaca o curador. As viagens alcançaram os estados do Acre, Roraima, Mato Grosso, Maranhão, São Paulo e Amazonas.

 

A aproximação entre Krenak e Nagakura começou numa conversa, sentados em esteiras, na sede da Aliança dos Povos da Floresta, no bairro do Butantã, em São Paulo, onde se conheceram, quando Eliza Otsuka apresentou o plano de viagens de Nagakura. “Ela [Eliza] resumiu com estas palavras o conceito todo do projeto para alguns anos dali para frente: ele vai ser a sua sombra por onde você for, quando estiver dormindo e quando estiver acordado”, recorda-se Krenak. Esta história toda está reunida em um dos livros escrito em nihongo, publicado pela editora Tokuma (Tóquio, 1998), intitulado “Assim como os rios, assim como os pássaros: uma viagem com o filósofo da floresta, Ailton Krenak”, assumido por Krenak como a sua biografia feita por Hiromi Nagakura.

 

SOBRE O ARTISTA

Hiromi Nagakura nasceu em 1952 na cidade de Kushiro, ao norte da ilha de Hokkaido, no Japão. Desde criança, amou gente e a natureza, interessado em pessoas e culturas de outros lugares do mundo. Sentia-se atraído pelo novo, pelo desconhecido. Viajou para destinos diversos, visitou as ilhas do Pacífico Sul, entrou em contato com povos nômades do Afeganistão. Foi então que sentiu a necessidade de documentar seus encontros e começou a praticar e se aperfeiçoar nas técnicas da fotografia. Para ele, desde o início, a fotografia sempre foi um instrumento para se relacionar com o mundo e a diversidade de culturas, paisagens e pensamentos. Formou-se em direito, mas seguiu a carreira de fotógrafo. Trabalhou na agência noticiosa Jiji Press porque admirava os fotógrafos reconhecidos por seus trabalhos de cobertura de guerras. Em 1979, com 27 anos, Nagakura decidiu tornar-se fotojornalista independente, caminho que acabou levando-o a conhecer a África do Sul, Zimbábue, União Soviética, Afeganistão, Turquia, Líbano, El Salvador, Bolívia, Peru, Brasil, Indonésia, México, Groenlândia e vários outros países, em todos os continentes. Realizou centenas de viagens e exposições, publicou dezenas de livros, foi personagem de inúmeros documentários, escreveu reportagens, ministrou oficinas e palestras, recebeu prêmios.

 

Nos últimos anos, Ailton Krenak tem se dedicado à manifestação do pensamento através do som e do poder sagrado das palavras, refletindo sobre temas que afetam a todas e todos nós, seres vivos de todas as humanidades, companheiros da mesma canoa Terra que navega no firmamento. Suas palavras estão registradas em livros que nos aproximam da cosmologia dos povos originários e confrontam nossa vida cotidiana.


Autor de Ideias para adiar o fim do mundo (2019), A vida não é útil (2020) e Futuro ancestral (2022). É comendador da Ordem de Mérito Cultural da Presidência da República e doutor honoris causa pela Universidade de Brasília (UNB) e pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Em 2023, foi eleito como membro da Academia Brasileira de Letras e Academia Mineira de Letras.

 

SOBRE O CCBB RJ


Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o CCBB está instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e pensamento. Em 34 anos de atuação, foram mais de 2.500 projetos oferecidos aos mais de 50 milhões de visitantes. Desde 2011, o CCBB incluiu o Brasil no ranking anual do jornal britânico The Art Newspaper, projetando o Rio de Janeiro entre as cidades com as mostras de arte mais visitadas do mundo. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2 mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e biblioteca com mais de 200 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com restaurantes, cafeterias e loja, serviços com descontos exclusivos para clientes Banco do Brasil. O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona de quarta a segunda, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. Aos domingos, das 8h às 9h, o prédio e as exposições abrem em horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes.

 

Serviço: Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak

De 28 de fevereiro a 27 de maio de 2024

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro 

Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – 1º andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ

 

29 de abril de 2025
Estão abertas as inscrições para a primeira edição do #LINK:RIO, oficina de cinema voltada para o desenvolvimento de projetos documentais com foco em cineastas cariocas. O evento acontecerá no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF) e no ESPAÇO #LINK:RIO, no Centro da cidade, de 13 a 16 de maio. #LINK:RIO tem direção de Walter Tiepelmann, produção de Leonardo Pinheiro e coordenação de Celina Torrealba. Desdobramento carioca do tradicional #LINK – Encuento Iberoamericano de Cine Documental da Argentina, o #LINK:RIO vai selecionar oito projetos de cineastas emergentes do estado do Rio de Janeiro que tenham forte apelo autoral e uma proposta narrativa ousada e criativa. Totalmente gratuito, o laboratório conta com mentorias de experientes nomes da área, como diretores, roteiristas, produtores e demais profissionais, que compartilharão suas trajetórias, processos e desafios com os participantes. Entre os tutores estão Walter Tiepelmann (coordenador Málaga WIP e diretor #LINK Buenos Aires), Mario Durrieu (diretor do FIDBA - Festival Internacional de Cine Documental de Buenos Aires), María Campaña Ramia (programadora do IDFA - Festival Internacional de Documentários de Amsterdam), Allan Ribeiro (diretor) e Renato Vallone (diretor e editor). Já o Comitê de Seleção dos projetos é formado por Rafael Saar (diretor e produtor), Lara dos Guaranys (produtora) e Jana Wolff (EFM - European Film Market e Berlinale), além do próprio Walter Tiepelmann. O objetivo do #LINK:RIO é transformar ideias em projetos consistentes, buscando contribuir com o desenvolvimento de futuros filmes e também na busca por fundos, encontros de coprodução e estratégias de distribuição e exibição. O foco está em produções de não-ficção em fase inicial, que desejam fortalecer a semente criativa e consolidar uma visão autoral. Um espaço de reflexão e desenvolvimento do documentário contemporâneo. Cineastas e produtores poderão inscrever seus projetos até o dia 1 de maio pelo site link-rio.com. Além de receberem tutorias e assessoria, um dos oito projetos será selecionado para participar da 14ª edição do #LINK - Encuentro Iberoamericano de Cine Documental, que será realizada entre 6 a 11 de outubro deste ano na cidade de Buenos Aires, Argentina. “O LINK:RIO busca se tornar um ponto de apoio para cineastas que buscam expandir os limites da percepção e da linguagem documental, apostando em filmes que, ao propor outras formas, desafiem tanto os conceitos da linguagem do documentário assim como o próprio fazer cinematográfico”, explica Walter Tiepelmann, diretor de indústria do evento. MOSTRA DE CINEMA Em paralelo ao #LINK:RIO, nasce o FID:RIO – Festival Internacional de Cinema de Não Ficção do Rio de Janeiro, um panorama do cinema contemporâneo de não ficção autoral limítrofe em termos de narrativa e estética. A primeira edição, com curadoria de Mario Durrieu, será realizada em formato híbrido, com uma programação online acessível a todo o Brasil e sessões presenciais no CCJF, nos mesmos dias dos laboratórios. O FID:RIO é uma coprodução como o tradicional FIDBA e, com a #LINK, sua área de atuação, a única na América Latina dedicada a todas as etapas do cinema de não ficção, de Buenos Aires. Toda programação é gratuita e será divulgada em breve.
29 de abril de 2025
Em Janeiro deste ano, Lucas Felix realizou um sonho antigo e lançou um disco com releituras de canções de seu mestre maior, Gilberto Gil. Com o álbum "Baião de 2222" , Lucas trouxe para o público um trabalho contemporâneo, sólido, artístico e de suma importância para a cultura popular de nosso país. O disco contou com 10 faixas e obteve bastante destaque para as músicas "Estrela" com participação de Larissa Luz, ganhando as rádios de todo o Brasil e a música "Aqui e Agora" que contou com a participação de Mariana Volker numa abordagem sobre a saúde mental e necessidade da conexão com o tempo presente. O projeto contou com uma grande produção de músicos conhecidos de nosso país, como, Jacques Morelenbaum no violoncelo, Gustavo diDalva na percussão e outros talentos da nossa cidade como Sergio Chiavazzolli, André Polvo, Canequinha, além da produção do talentoso músico de longa estrada, Fabio Lessa. No show, Lucas conta com sua banda e mais algumas participações especiais para apresentar as canções do disco Baião de 2222, assim como canções autorais de sua trajetória, celebrando nossa música popular brasileira. Sobre o artista O artista de Niterói tem em seu histórico uma média de 100 mil streams mensais no Spotify e mais de 10 milhões de views em seus clipes no YouTube. Seu primeiro lançamento foi "Céu de Poesias" em 2013, seguido por quatro EP's até 2020, tendo as canções "Perto do Mar" e "Recomeço" como destaque, além de uma versão da música "Clube da Esquina II", de Milton Nascimento, Lô e Marcio Borges. E em seguida, com "Laranjeira", Lucas alcançou a marca de mais de um milhão de visualizações no YouTube e alavancou seu reconhecimento com o público e crítica. Após este primeiro sucesso, Lucas lançou um EP chamado "Convite" que conta com cinco faixas, todas com participações ilustres da música, como Lucy Alves, Mestrinho, Illy, Mariana Aydar, além do saudoso Letieres Leite e sua Orquestra Rumpilezz. Três canções desse EP (Lua e Estrela, com Lucy Alves; Mar de Flores, com Illy; Saudade é Tempero de Vó, com Mestrinho) chegaram até as rádios de todo país e prospectaram Lucas a um novo patamar na cena da música popular brasileira, consolidando seu nome na prateleira de novos talentos da MPB. Em 2023, Lucas Felix lançou o álbum "Canto Que Vem do Mar" com dez faixas autorais, incluindo a canção "Canto das Deusas" que, além de ter alcançado mais de um milhão e meio de visualizações no YouTube, ganhou projeção nas rádios, nas plataformas de áudio e claro, no coração das pessoas. Serviço Lucas Felix lança "Baião de 2222" Datas: Quarta-feira, 30 de abril de 2025 Horário: 19h Duração: 80 min Classificação indicativa: Livre Ingressos: R$60 (Plateia, Frisa e 1⁰ balcão) | R$30 (Valor promocional único - 2⁰ balcão e Galeria) Local: Theatro Municipal de Niterói Endereço: Rua XV de Novembro, 35 - Centro, Niterói  Telefone de contato: (21) 3628-6908