25 de fevereiro de 2024

Niterói vai investir R$ 16,74 milhões em projetos culturais através de editais em 2024

Aporte tem aumento de 20% em relação ao orçamento do ano anterior; "Objetivo é descentralizar o acesso", diz secretária Júlia Pacheco
 
A Prefeitura de Niterói, através da Secretaria das Culturas, vai lançar dez editais durante o ano de 2024 que, juntos, somarão R$ 16,74 milhões de investimentos no setor. A quantia representa 20% de aumento em relação ao valor investido em 2023. Os recursos do município destinados aos editais saltaram de cerca de R$ 11 milhões para R$ 13,74 milhões. Serão aportados ainda este ano mais de R$ 3 milhões de recursos federais da Lei Aldir Blanc.


Em seu primeiro ano à frente da Secretaria das Culturas, Júlia Pacheco destaca que promoveu o aumento do número de projetos inscritos a cada edital e afirma que o objetivo em 2024 é descentralizar ainda mais a distribuição dos recursos.


"A média de inscritos era de 350 projetos a cada edital, e no ano passado esse número ficou entre 800 e 900 inscritos. Fizemos uma pesquisa para entender esse aumento e constatamos que, a cada novo edital, cerca de 40 pessoas estavam ganhando pela primeira vez. Tivemos 849 projetos contemplados, quase R$ 11 milhões investidos. Niterói é a cidade que mais investe em cultura per capita no Estado do Rio de Janeiro. No ano passado, conseguimos realizar o orçamento participativo, festivais em cinco regiões da cidade e várias reuniões públicas em todos os territórios para a população dizer onde queria investir o dinheiro da cultura. Foram muitos artistas se apresentando. Sou produtora cultural, trabalhadora da cultura e atuo na área em Niterói há muito tempo. Quando assumi a secretaria, meu desafio era o de potencializar o que a cidade tem a oferecer. Pensar em uma produção descentralizada e enxergar longe onde o poder público pode chegar. Este ano, mantivemos a política de editais como uma das nossas principais políticas de repasses, e trabalhamos para democratizar ainda mais”, explica a secretária das Culturas.
 
Entre projetos planejados para 2024, Júlia Pacheco aponta o Brota Aí: Redes Comunitárias como um dos propulsores da descentralização das produções.


"Vamos colher agora os frutos do Brota Aí, que terá oficinas culturais em 30 territórios, priorizando os de maior vulnerabilidade social. Serão várias expressões artísticas, mas também teremos formações cidadãs complementares com o propósito de, no final, formar coletivos culturais. Esse projeto vai beneficiar mais 1.500 pessoas diretamente", ressalta.


A secretaria das Culturas também realizou a otimização de processos internos durante o ano de 2023 que, segundo Júlia Pacheco, irá facilitar ainda mais a execução das propostas aprovadas.


"O último edital teve o pagamento mais rápido da história. Fizemos mudanças administrativas e ajustes para acelerar os processos. Nesse ponto de descentralizar recursos, nossos editais são muito desburocratizados. Em todos os editais abertos fizemos plantões de tira-dúvidas, atendimento on-line e consultoria. Este ano queremos instalar um escritório de projetos para ajudar artistas e produtores. Vamos fazer capacitação dos trabalhadores da cultura para garantir o amplo acesso", afirma a secretária.
 
Editais que serão lançados em 2024 pela Secretaria Municipal das Culturas
 
EDITAIS DE FOMENTO DIRETO
 
1. Edital de Pontos e Pontão de Cultura - Rede Cultura Viva
valor total: R$ 1,2 milhões
 
2. Edital de Fomentão
valor total: R$ 3 milhões
 
3. Edital de Ativos Culturais
valor total: R$ 740 mil
 
4. Edital Cultura e Território
valor total: R$ 720 mil
 
5. Edital Geek 
valor total: R$ 360 mil
 
6. Edital de Teatro e Circo
valor total: R$ 720 mil
 
NOVOS EDITAIS:
1. Lei Aldir Blanc
valor total: R$ 3 milhões
 
2. Aquisição de acervo para o Museu de Arte Contemporânea
valor total: R$ 1 milhão
 
3. Credenciamento de artistas e trabalhadoras/es da cultura
valor total: R$ 3 milhões
 
EDITAL DE FOMENTO INDIRETO - INCENTIVO FISCAL
1. Incentivo Fiscal - ISS/IPTU
valor total: R$ 3 milhões

 


28 de julho de 2025
Niterói volta a receber o projeto Pedal Cultural, iniciativa que combina cicloturismo, cultura, conhecimento e sustentabilidade. Realizado pela Niterói Experience, com apoio da Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal das Culturas, o projeto retorna com uma novidade: agora são dois roteiros guiados e gratuitos, abertos ao público a partir dos 12 anos. As inscrições são feitas online. “Esse projeto junta duas paixões do niteroiense: ciclismo e cultura. O Pedal Cultural inclui toda a família em uma atividade saudável, sustentável e que apresenta à nossa população parte da sua própria história. Hoje, Niterói conta com 86 km de malha cicloviária, e o NitBike é um sucesso com o público. Iniciativas como o Pedal Cultural expandem os horizontes de como a cidade pode ser vivida e ressignificam caminhos que são vistos apenas como passagem. Convido todos a participarem das próximas edições!”, afirmou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O primeiro passeio, o Roteiro Ecológico, será realizado em 3 de agosto, às 9h, na Região Oceânica. O foco será a sensibilização para as questões ambientais urbanas e a valorização dos ecossistemas locais. Durante o percurso, os ciclistas visitarão o Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis e o Centro Eco Cultural Sueli Pontes. Guiado por um biólogo, o trajeto inclui observação da fauna e da flora, reflexões sobre os impactos da ação humana e apresentação de estratégias de preservação ambiental. “O bem-estar, a saúde e a ocupação criativa dos espaços da cidade também fazem parte do que entendemos como cultura do bem-viver. Esse projeto mostra que o direito à cultura pode estar presente no cotidiano, promovendo pertencimento, consciência ambiental e qualidade de vida”, destaca o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. Já o segundo passeio, o Roteiro Histórico-Cultural, acontecerá em 10 de agosto, a partir das 9h, com percurso pelos bairros do Centro, Ingá, São Domingos e Boa Viagem. Com paradas em pontos de relevância histórica, arquitetônica e cultural, a proposta é transformar o trajeto em uma linha do tempo viva, despertando o sentimento de pertencimento e valorizando o patrimônio material e imaterial da cidade. Ao longo do caminho, os participantes também poderão conhecer museus e centros culturais. No dia 17 de agosto, será realizado novamente o Roteiro Região Oceânica (Ecocultural) e no dia 24, o passeio pelo Centro (Histórico-cultural). Com quilometragens acessíveis – 5 km no percurso histórico e 11 km no ecológico – o projeto é indicado para todos os níveis de ciclistas, desde iniciantes até profissionais. As atividades acontecerão quatro domingos por mês, com calendário em definição. Para participar, não é necessário se inscrever previamente. No entanto, aqueles que desejarem receber a camisa oficial do projeto devem preencher o formulário disponível em: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSej1FtcpOTdXiW45dFhTVDzx66Rm_UuyZlua6a0lI6xS5fn2A/viewform SERVIÇO: Pedal Cultural – Edição 2025 Quando: a partir de 03 de agosto Classificação etária: a partir de 12 anos Nível de esforço: iniciante Participação: gratuita e aberta ao público Camisa oficial: mediante preenchimento do formulário divulgado nas redes sociais da Secretaria Municipal das Culturas (SMC) Dia 03/08/2025 - Roteiro Região Oceânica (Ecocultural) Dia 10/08/2025 - Roteiro Centro (Histórico-cultural) Dia 17/08/2025 - Roteiro Região Oceânica (Ecocultural) Dia 24/08/2025 - Roteiro Centro (Histórico-cultural)
28 de julho de 2025
Uma galeria de retratos de autorretratos de artistas mulheres, todas emblemáticas à história da arte no Ocidente, América Latina, Leste Europeu, Oriente Médio e Brasil. Este é o mote de “Não Sou Teus Olhos”, individual que a artista Beth Ferrante apresenta no dia 6 de agosto, na Galeria Candido Mendes, com curadoria de Denise Araripe. Trata-se de uma contraofensiva à misoginia da história oficial da arte enquanto forma aguda da história da cultura ou das sociedades, marcada por programática supressão das contribuições femininas. Em pequenos e médios formatos, os retratos reunidos sugerem certa inconclusão antipreciosista, entregam bustos frontais, de escala direta – sob relação aproximada com o sujeito da experiência, e individualizações gestuais e cromáticas flexibilizando os campos visuais. Não obstante, o contexto adverso envolvendo as biografias em jogo (cujos tempos históricos desiguais retêm como único traço comum o sinal negativo do lugar social da artista mulher), há nessas representações de autorrepresentações a explícita ação de Ferrante de subjetivar subjetividades alheias, não importando acréscimos que as levem a uma crise. “O pressuposto é um enfrentamento e um revisionismo crítico que exceda o caráter elogioso da citação – uma das chaves da apropriação características da pós-Modernidade. Daí a ideia de assumir flagrantes desvios das obras-referências, em lugar de mimetizá-las. Destaco o aparecimento dos textos feministas atuais em retratos das impressionistas Eva Gonzalès e Berthe Morisot, a presença da cor conceitual e antinaturalista no isolado ‘Djanira’, do azulado tabagismo ‘anti-status quo’ e os fragmentos de falas conscientes da cineasta argentina Maria Luiza Bemberg, da artista visual guatemalteca Margarita Azurdia, da multidisciplinar mexicana Maria Eugênia Chellet e da mineira Teresinha Soares, pioneira da performance e do debate de gênero. Todas elas integrantes de movimentos por direitos civis das mulheres, reivindicando igualdade política, social e jurídica”, diz Ferrante. “Não proponho transformar o passado, mas escutá-lo criticamente”. Saiba mais sobre Beth Ferrante Beth Ferrante é artista visual, com graduação em História (UCAM/Rio, 2008) e Especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil (PUC-Rio, 2010). A partir de 2003, no Rio de Janeiro, faz formação em arte contemporânea com José Maria Dias da Cruz, João Magalhães, Luiz Ernesto e Daniel Lannes, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage; com Charles Watson no ateliê-residência ‘Dynamics Encounters’; na Escola sem Sítio, com Cadu, Efraim Almeida e Marcelo Campos. Atualmente integra o grupo de trabalho da oficina ‘Antiformas da Intervenção’ na EAV-Parque Lage – sob a orientação de David Cury, com foco em conceitualidade e experimentalidade. Sua pesquisa em pintura propõe conceitualmente uma ‘Galeria de Retratos de Autorretratos de artistas mulheres suboficializadas pela História da Arte, tendo como linhagem o Neoexpressionismo dos anos 1980 e, como questão de frente, uma (re)ação neofeminista. Participou das exposições coletivas Progetto Imago Mundi (Fondazione Giorgio Cini, Veneza, 2016); Do Tempo ao Tempo que Desaparece (Galeria Modernistas, Rio, 2016); Complementares (Galeria do Café Baroni, Rio, 2016); Projeto Farol ‘Poesia do Dia a Dia’ (Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio, 2017; Carpintaria para Todos (Galeria Fortes D’Aloia Gabriel, 2017; Flutuantes (Paço Imperial, Rio, 2018); Invasões Poétiks (Caixa Preta, Rio, 2018); A Melancolia da Paisagem (Galeria Sem Título, Fortaleza, 2019); Salão Ubatuba de Arte Contemporanea, (Ubatuba, 2019); Territórios Insustentáveis (Galeria do Consulado Argentino, Rio, 2022); Assoma (EAV-Parque Lage, Rio, 2023); Notícias à Boca Miúda de um Mundo sem Rumo (Galeria Paulo Branquinho, Rio, 2023); Sismais Sinais (EAV-Parque Lage, Rio, 2023); Onde Certezas Corrompem (EAV- Parque Lage, Rio, 2024; Sob o Teto do Tempo (Casa do artista Gerson Pinheiro, Rio, 2024); Tempo, Tempo, Tempo (Galeria Pop-Up, Rio, 2024); A Arte que nos une (Galeria do Consulado Argentino, Rio, 2004); Giro Abissal (Galeria do Consulado Argentino, Rio, 2004); Caminho de Devaneios (Centro Cultural dos Correios, Rio, 2024); Mata Mata (EAV-Parque Lage, Rio, 2024). Serviço “Não Sou Teus Olhos” - exposição individual de Beth Ferrante Curadoria: Denise Araripe Abertura: dia 6 de agosto, quarta-feira, das 17h às 21h Visitação: até 28 de agosto de 2025 Local: Galeria Candido Mendes Endereço: Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema Funcionamento: de segunda a sexta, das 14h às 19h; aos sábados, das 14h às 18h Contatos: beth.ferrante@gmail.com/@bethferrantevisualarts Entrada gratuita