13 de junho de 2025

Vem aí o projeto Memória Niterói

A Fundação de Arte de Niterói apresentou o projeto Memória Niterói, que tem como objetivo coletar e documentar a memória oral de personalidades e acontecimentos importantes na cultura niteroiense, abrindo caminho para novas gerações.


Com direção de Alexandre Porto, o Memória Niterói é uma série leve e divertida, uma contação de histórias. Vamos receber artistas, produtores, gestores, historiadores e jornalistas, seus projetos e parceiros, seus desafios, conquistas e suores. Inspirado no 'Depoimentos para a Posteridade' do Museu da Imagem e do Som, o Memória Niterói quer homenagear niteroienses de nascimento e adoção, que de alguma forma contribuem para a construção do cenário artístico-cultural da Cidade Sorriso.


Na primeira edição, ícones como os músicos Chico Batera, Ronaldo Bandolim e Paulinho Guitarra, se juntam à professora e historiadora Ismênia Martins e ao fotógrafo e jornalista Carlos Ruas. Eles contam fatos que viveram ao longo de décadas, consolidando Niterói como um polo de cultura e arte reconhecido nacional e internacionalmente.


Fazer e promover arte é sempre um desafio num país com tantas carências socioeconômicas, mas Niterói sempre foi um celeiro e ainda hoje é uma das cidades que mais investe no setor. E isso é um motivo de orgulho. Preservar essa memória é um desafio e um legado que a Prefeitura Municipal e a FAN pretendem deixar para a sociedade.



Os personagens



Nascido em Madureira, em 1943, Francisco José Tavares de Souza ou Chico Batera é uma lenda da MPB. Baterista, percussionista e compositor, já tocou com alguns dos maiores artistas do mundo, como Sérgio Mendes, Tom Jobim, Hermeto Pascoal, Rosinha de Valença, Jorge Ben, Ella Fitzgerald, Cat Stevens, Frank Sinatra, Joni Mitchell, Elis Regina, Gal Costa, The Doors, Arthur Maia e Djavan. Com uma trajetória invejável e uma carreira internacional, este niteroiense por adoção tem 7 discos gravados, um livro de memórias e ainda muitas histórias para contar.


Um dos maiores bandolinistas do Brasil, o petropolitano Ronaldo do Bandolim já tocou com grandes nomes da nossa música nacional, como Marisa Monte, Chico Buarque, Raphael Rabello, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Jamelão, Ivan Lins, Ney Matogrosso, Cartola e Dino 7 Cordas. Radicado desde muito novo em Niterói, integrou o lendário Época de Ouro, conjunto criado por Jacob do Bandolim, e liderou os grupos Orquídea, Trio Madeira Brasil e Choro na Ribeira. Com o Época de Ouro chegou ao Free Jazz Festival, em 1985, e participando do projeto Brasil Musical, no mesmo ano.


Nascido em 1954, o niteroiense Paulo Ricardo Rodrigues Alves, o Paulinho Guitarra, é um guitarrista conhecido pela época que tocou com a banda 'Vitória Régia', conjunto que acompanhava o cantor Tim Maia. Considerado o criador da guitarra funk brasileira, tocou com ainda com Cassiano, Hyldon, Carlos Dafé, Sandra de Sá, Gerson King Combo, Banda Black Rio, Celso Blues Boy, Cazuza e Marina Lima, além de integrar a banda niteroiense Alynaskyna. Lançou 5 álbuns solo, sendo o primeiro gravado em 1991 pelo selo Niterói Discos e os outros três pela "Very Cool Music", selo que ele mesmo criou.


Professora Emérita da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde se graduou em História em 1967, a professora Ismênia Martins é doutora pela USP e tem pós-doutorado pela École des Hautes Études em Sciences Sociales (EHESS), de Paris. Com atuação destacada e reconhecida nacionalmente no meio acadêmico, foi presidente da Fundação de Atividades Culturais de Niterói (FAC), atual FAN, de 1978 a 1980. Em sua gestão criou a Coordenação de Documentação e Pesquisa, atual DDP e comandou a compra do acervo fotográfico de Manoel da Paixão Coutinho da Fonseca, o Fonsequinha.


Carioca da Lapa, com infância passada em Portugal, terra de seus pais, Carlos Ruas chegou a Niterói no início dos anos 1950 para exercer o ofício de fotógrafo num estúdio em Santa Rosa. Fotografou a cidade, suas paisagens e personagens, as festas nos clubes e os concursos de miss.

28 de julho de 2025
Niterói volta a receber o projeto Pedal Cultural, iniciativa que combina cicloturismo, cultura, conhecimento e sustentabilidade. Realizado pela Niterói Experience, com apoio da Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal das Culturas, o projeto retorna com uma novidade: agora são dois roteiros guiados e gratuitos, abertos ao público a partir dos 12 anos. As inscrições são feitas online. “Esse projeto junta duas paixões do niteroiense: ciclismo e cultura. O Pedal Cultural inclui toda a família em uma atividade saudável, sustentável e que apresenta à nossa população parte da sua própria história. Hoje, Niterói conta com 86 km de malha cicloviária, e o NitBike é um sucesso com o público. Iniciativas como o Pedal Cultural expandem os horizontes de como a cidade pode ser vivida e ressignificam caminhos que são vistos apenas como passagem. Convido todos a participarem das próximas edições!”, afirmou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O primeiro passeio, o Roteiro Ecológico, será realizado em 3 de agosto, às 9h, na Região Oceânica. O foco será a sensibilização para as questões ambientais urbanas e a valorização dos ecossistemas locais. Durante o percurso, os ciclistas visitarão o Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis e o Centro Eco Cultural Sueli Pontes. Guiado por um biólogo, o trajeto inclui observação da fauna e da flora, reflexões sobre os impactos da ação humana e apresentação de estratégias de preservação ambiental. “O bem-estar, a saúde e a ocupação criativa dos espaços da cidade também fazem parte do que entendemos como cultura do bem-viver. Esse projeto mostra que o direito à cultura pode estar presente no cotidiano, promovendo pertencimento, consciência ambiental e qualidade de vida”, destaca o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. Já o segundo passeio, o Roteiro Histórico-Cultural, acontecerá em 10 de agosto, a partir das 9h, com percurso pelos bairros do Centro, Ingá, São Domingos e Boa Viagem. Com paradas em pontos de relevância histórica, arquitetônica e cultural, a proposta é transformar o trajeto em uma linha do tempo viva, despertando o sentimento de pertencimento e valorizando o patrimônio material e imaterial da cidade. Ao longo do caminho, os participantes também poderão conhecer museus e centros culturais. No dia 17 de agosto, será realizado novamente o Roteiro Região Oceânica (Ecocultural) e no dia 24, o passeio pelo Centro (Histórico-cultural). Com quilometragens acessíveis – 5 km no percurso histórico e 11 km no ecológico – o projeto é indicado para todos os níveis de ciclistas, desde iniciantes até profissionais. As atividades acontecerão quatro domingos por mês, com calendário em definição. Para participar, não é necessário se inscrever previamente. No entanto, aqueles que desejarem receber a camisa oficial do projeto devem preencher o formulário disponível em: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSej1FtcpOTdXiW45dFhTVDzx66Rm_UuyZlua6a0lI6xS5fn2A/viewform SERVIÇO: Pedal Cultural – Edição 2025 Quando: a partir de 03 de agosto Classificação etária: a partir de 12 anos Nível de esforço: iniciante Participação: gratuita e aberta ao público Camisa oficial: mediante preenchimento do formulário divulgado nas redes sociais da Secretaria Municipal das Culturas (SMC) Dia 03/08/2025 - Roteiro Região Oceânica (Ecocultural) Dia 10/08/2025 - Roteiro Centro (Histórico-cultural) Dia 17/08/2025 - Roteiro Região Oceânica (Ecocultural) Dia 24/08/2025 - Roteiro Centro (Histórico-cultural)
28 de julho de 2025
Uma galeria de retratos de autorretratos de artistas mulheres, todas emblemáticas à história da arte no Ocidente, América Latina, Leste Europeu, Oriente Médio e Brasil. Este é o mote de “Não Sou Teus Olhos”, individual que a artista Beth Ferrante apresenta no dia 6 de agosto, na Galeria Candido Mendes, com curadoria de Denise Araripe. Trata-se de uma contraofensiva à misoginia da história oficial da arte enquanto forma aguda da história da cultura ou das sociedades, marcada por programática supressão das contribuições femininas. Em pequenos e médios formatos, os retratos reunidos sugerem certa inconclusão antipreciosista, entregam bustos frontais, de escala direta – sob relação aproximada com o sujeito da experiência, e individualizações gestuais e cromáticas flexibilizando os campos visuais. Não obstante, o contexto adverso envolvendo as biografias em jogo (cujos tempos históricos desiguais retêm como único traço comum o sinal negativo do lugar social da artista mulher), há nessas representações de autorrepresentações a explícita ação de Ferrante de subjetivar subjetividades alheias, não importando acréscimos que as levem a uma crise. “O pressuposto é um enfrentamento e um revisionismo crítico que exceda o caráter elogioso da citação – uma das chaves da apropriação características da pós-Modernidade. Daí a ideia de assumir flagrantes desvios das obras-referências, em lugar de mimetizá-las. Destaco o aparecimento dos textos feministas atuais em retratos das impressionistas Eva Gonzalès e Berthe Morisot, a presença da cor conceitual e antinaturalista no isolado ‘Djanira’, do azulado tabagismo ‘anti-status quo’ e os fragmentos de falas conscientes da cineasta argentina Maria Luiza Bemberg, da artista visual guatemalteca Margarita Azurdia, da multidisciplinar mexicana Maria Eugênia Chellet e da mineira Teresinha Soares, pioneira da performance e do debate de gênero. Todas elas integrantes de movimentos por direitos civis das mulheres, reivindicando igualdade política, social e jurídica”, diz Ferrante. “Não proponho transformar o passado, mas escutá-lo criticamente”. Saiba mais sobre Beth Ferrante Beth Ferrante é artista visual, com graduação em História (UCAM/Rio, 2008) e Especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil (PUC-Rio, 2010). A partir de 2003, no Rio de Janeiro, faz formação em arte contemporânea com José Maria Dias da Cruz, João Magalhães, Luiz Ernesto e Daniel Lannes, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage; com Charles Watson no ateliê-residência ‘Dynamics Encounters’; na Escola sem Sítio, com Cadu, Efraim Almeida e Marcelo Campos. Atualmente integra o grupo de trabalho da oficina ‘Antiformas da Intervenção’ na EAV-Parque Lage – sob a orientação de David Cury, com foco em conceitualidade e experimentalidade. Sua pesquisa em pintura propõe conceitualmente uma ‘Galeria de Retratos de Autorretratos de artistas mulheres suboficializadas pela História da Arte, tendo como linhagem o Neoexpressionismo dos anos 1980 e, como questão de frente, uma (re)ação neofeminista. Participou das exposições coletivas Progetto Imago Mundi (Fondazione Giorgio Cini, Veneza, 2016); Do Tempo ao Tempo que Desaparece (Galeria Modernistas, Rio, 2016); Complementares (Galeria do Café Baroni, Rio, 2016); Projeto Farol ‘Poesia do Dia a Dia’ (Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio, 2017; Carpintaria para Todos (Galeria Fortes D’Aloia Gabriel, 2017; Flutuantes (Paço Imperial, Rio, 2018); Invasões Poétiks (Caixa Preta, Rio, 2018); A Melancolia da Paisagem (Galeria Sem Título, Fortaleza, 2019); Salão Ubatuba de Arte Contemporanea, (Ubatuba, 2019); Territórios Insustentáveis (Galeria do Consulado Argentino, Rio, 2022); Assoma (EAV-Parque Lage, Rio, 2023); Notícias à Boca Miúda de um Mundo sem Rumo (Galeria Paulo Branquinho, Rio, 2023); Sismais Sinais (EAV-Parque Lage, Rio, 2023); Onde Certezas Corrompem (EAV- Parque Lage, Rio, 2024; Sob o Teto do Tempo (Casa do artista Gerson Pinheiro, Rio, 2024); Tempo, Tempo, Tempo (Galeria Pop-Up, Rio, 2024); A Arte que nos une (Galeria do Consulado Argentino, Rio, 2004); Giro Abissal (Galeria do Consulado Argentino, Rio, 2004); Caminho de Devaneios (Centro Cultural dos Correios, Rio, 2024); Mata Mata (EAV-Parque Lage, Rio, 2024). Serviço “Não Sou Teus Olhos” - exposição individual de Beth Ferrante Curadoria: Denise Araripe Abertura: dia 6 de agosto, quarta-feira, das 17h às 21h Visitação: até 28 de agosto de 2025 Local: Galeria Candido Mendes Endereço: Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema Funcionamento: de segunda a sexta, das 14h às 19h; aos sábados, das 14h às 18h Contatos: beth.ferrante@gmail.com/@bethferrantevisualarts Entrada gratuita