19 de fevereiro de 2024

Um super-herói brasileiro para combater os vilões do cotidiano

Com direitos vendidos para uma adaptação cinematográfica, a série de livros "O Cidadão Incomum" atravessa temas como excesso de poder e desigualdades sociais no país



Caliel é como qualquer outro jovem brasileiro de classe média: solitário e imaturo, sonha em se sustentar do teatro enquanto faz bicos para complementar a renda. Nascido em São Paulo, vive em meio a desigualdades e violências de uma metrópole, ao passo que tem os próprios problemas sobre futuro, autoestima e relacionamentos. Mas a diferença do personagem para um homem de 20 e poucos anos é que ele desenvolve poderes sobrenaturais e dá início à jornada descrita na série de livros O Cidadão Incomum, de Pedro Ivo.


De repente, o adulto que ainda estava no processo de encontrar um rumo para a vida precisa repensar todas as experiências após conseguir voar e alterar as dimensões do tempo. Caliel conta com o apoio do amigo Eder, encarregado de ajudá-lo a entender as causas dos superpoderes e de acompanhá-lo nas novas aventuras. Entretanto, as habilidades especiais, além de serem uma forma de criar impacto positivo na sociedade, também agravam os conflitos pessoais do protagonista e causam tragédias.

Para um verdadeiro amadurecimento, o herói entra em contato com mundos que antes lhe pareciam muito distantes. Conhece um homem invisível que ajuda pessoas em situação de rua na Cracolândia; salva uma garota vítima de abuso; rivaliza com um super-herói trans capaz de distorcer a realidade; confronta ricos e influentes que querem dominar o país; e descobre um estranho envolvimento de uma grande empresa responsável pela exploração da Amazônia.


Escrita em primeira pessoa e repleta de ilustrações, a obra conversa diretamente com o leitor para mostrar que os verdadeiros vilões estão no cotidiano. A partir disso, o escritor apresenta um jovem que se vê diante de um Brasil brutal e injusto, mas, ao tentar ajudar, piora o contexto. “Caliel brinca de super-herói, mas comete um erro gravíssimo, que o faz tomar decisões ainda mais erradas. Eu uso esse recurso para falar sobre um homem adulto que optou por não crescer e se isola nessas fantasias de justiça. É uma crítica às próprias histórias de heróis e também aos leitores que se recusam a viver o mundo real”, explica o autor.


Complexa e cheia de reviravoltas, a trajetória de Caliel não está perto de acabar. O Cidadão Incomum vai ganhar uma HQ em abril, publicada pela Conrad. A série literária também está sendo adaptada para os cinemas, pela O2 Filmes, com Fernando Meirelles na produção, Marcus Alqueres na direção, Pedro Ivo no roteiro e Gabriel Leone no papel principal. Além disso, o universo se expande com o spin-off focado em Tito, o primeiro super-herói trans do Brasil.

 

 

 

29 de maio de 2025
Com inscrições abertas até segunda-feira (02/06), o edital Prêmios Cultura Viva é uma oportunidade para fazedores de cultura impulsionarem seus projetos. Oferecida pela Prefeitura de Niterói, a iniciativa vai fomentar Pontos e Pontões de Cultura com R$ 760 mil. Ao todo, serão selecionados 40 projetos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma do Colab. O edital integra a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB/MinC) e é conduzido pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC). “Os Pontos e Pontões são uma parte essencial da nossa rede de cultura em Niterói. Através dos recursos da Lei Aldir Blanc, lançamos dois editais que somam mais de R$ 3 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento da produção cultural na cidade. Para a Prefeitura de Niterói, investir nesses espaços é um passo importante para impulsionar quem luta pela cultura na ponta, junto da população”, reforçou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O Edital Prêmios Cultura Viva vai reconhecer e premiar 40 iniciativas culturais de base comunitária desenvolvidas por pessoas jurídicas sem fins lucrativos ou por coletivos culturais informais representados por pessoas físicas. Cada uma das 40 selecionadas receberá R$ 19 mil. O edital também estabelece cotas para garantir a diversidade entre os premiados, com vagas reservadas para pessoas negras, indígenas, com deficiência, mulheres e trans. Também parte das ações integradas à PNAB, a Prefeitura lança o Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Serão destinados R$ 2.250.000,00 para apoiar 45 projetos culturais apresentados exclusivamente por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que estejam estabelecidas em Niterói e tenham finalidade artística e cultural. Ao todo, os dois editais somam R$ 3 milhões de investimento. “Os Pontos e Pontões de cultura da cidade são verdadeiros guardiões das culturas tradicionais e de base comunitária. Preservam a memória, a história e o fazer artístico de Niterói. Este edital dedicado a esses mestres e mestras é uma forma de garantir o direito à cultura àqueles que se dedicam em manter viva nossa herança cultural”, afirmou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. As inscrições são realizadas por meio da plataforma Colab, ferramenta digital que conecta cidadãos e governos com foco em cidadania digital e governança colaborativa. O edital também será disponibilizado em Libras, garantindo acessibilidade nas informações. Para apoiar os proponentes no processo de inscrição, a Secretaria das Culturas promoverá atendimentos presenciais na quinta-feira (29), às 17h, no Espaço EcoCultural, na Região Oceânica, e no sábado (31), das 10h às 14h, na Casa Cultura é um Direito, no Ingá.
27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff