17 de novembro de 2024

Espetáculos “Pança” e “Fantasiosa Exposição da Palavra”são destaques no Espaço Cultural Sérgio Porto

A dramaturga, diretora e atriz Cecilia Ripoll vai apresentar dois elogiados espetáculos simultaneamente no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Humaitá, de 21 a 24 de novembro. No teatro, a fábula “Pança” se inspira no surgimento da máquina de imprensa, inventada por Gutenberg no século 15, para refletir sobre a comunicação humana, a noção de verdade e a manipulação de discursos na sociedade contemporânea. Quais os efeitos do poder de circular notícias, obras e ideias pelo mundo? A peça foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro de Melhor Dramaturgia. Na Sala Preta, seu texto mais recente, o monólogo “Fantasiosa Exposição da Palavra”, propõe uma reflexão sobre o impacto gerado pela invasão dos símbolos no campo das palavras. Em um mundo dominado pela imagem nos meios de comunicação, estariam as palavras perdendo sua força vital? Ou será que, ao contrário, estariam ficando ainda mais fortes, pois cada vez mais raras?

 

Sobre Pança

 

Com dramaturgia e direção de Cecilia Ripoll, “Pança” acompanha a história de um talentoso e endividado escritor que, de seu pequeno vilarejo, escuta falar sobre a mais nova invenção da capital: a famosa máquina de imprensa. Com desejo de ampliar a venda de seu mais recente romance, o autor se endivida ainda mais para conseguir comprar a copiadora mecânica. Cheia de peripécias e reviravoltas, a trama faz referência ao surgimento histórico da máquina de tipos móveis (a primeira versão ocidental de copiadora mecânica), divisor de águas na história da humanidade que permitiu a produção em série dos livros, até então copiados um a um a mão. No elenco, estão André Marcos (Escritor), Clarisse Zarvos (Josefina), Diogo Nunes (Rei), Julia Pastore (Padeiro, Sputnik e Fisco) e Ademir de Souza (Máquina).  

“Sem compromissos rígidos em dar conta de contexto ou fatos históricos, a fábula está mais preocupada em se perguntar o que acontece com a sociedade quando surgem avanços que transformam a capacidade de reprodutibilidade de obras e ideias. Como a ampliação dos meios de reproduzir discursos impacta na transformação social e no imaginário dos indivíduos?”, questiona Cecilia Ripoll. “De uma hora para a outra, ficamos sabendo da opinião de todo mundo sobre todas as coisas. E há uma dificuldade de aceitar que podem existir diferentes narrativas de uma mesma história. A minha aposta é de que um livre invencionismo acerca do passado nos permita construir metáforas para pensar sobre nossos tempos”, acrescenta.

Sobre “Fantasiosa Exposição da Palavra”

 

Com direção de Juliana França e Cecilia Ripoll e dramaturgia de Cecilia, o solo “Fantasiosa Exposição da Palavra” é uma criação do Grupo Gestopatas, que coloca a palavra como protagonista. Ela é vista por ângulos, perspectivas e temporalidades diversas, criando metáforas sobre história, sociedade e relações afetivas. A peça reúne desde histórias fictícias sobre a vida das letras antes de terem vínculo empregatício com as sílabas até reflexões mais atuais, que focam na veloz circulação da palavra no mundo virtual ou sobre o que muda para uma palavra quando ela vem acompanhada de uma hashtag.

 

“Gifs, emojis, figurinhas e todos os tipos de símbolos são atualmente parte ativa de nosso vocabulário e de nossa comunicação. E qual impacto que isso tem sobre as palavras?”, questiona Cecilia Ripoll. “Se pudéssemos perguntar às letras, às sílabas e às frases como é que elas estão se sentindo, suponho que as respostas seriam plurais, e é essa pluralidade de perspectivas e de sentimentos que constitui o texto da peça. Algumas palavras são saudosistas, outras amantes das transformações. No entanto, de uma forma ou de outra, todas estão sofrendo com algo que identificam como “a financeirização da língua”, fenômeno decorrente do uso dos símbolos estar tanto na base da comunicação humana quanto nas transações financeiras virtuais”, acrescenta.

 

Depois de anos sem atuar regularmente, a dramaturga resolveu voltar à cena neste trabalho autoral e íntimo, já que as questões tratadas permeiam há muito tempo o seu imaginário. “Existe, por exemplo, uma passagem que eu imaginava quando tinha uns 9 ou 10 anos. Uma cena em que as letras transitam de forma caótica pela atmosfera, gerando formas e sons inusitados. Então, como é um universo que vem se criando em mim há tanto tempo, achei que seria importante eu mesma dar som e forma com meu corpo para essa dramaturgia”, elabora Cecilia.

 

 

Sobre Cecilia Ripoll

 

Dramaturga, diretora, atriz e professora, formada em Artes Cênicas pela UNI-RIO, Cecilia Ripoll foi indicada ao PRÊMIO SHELL RJ 2023 pela dramaturgia PANÇA (sua direção) e ao PRÊMIO SHELL RJ 2018 pela dramaturgia ROSE (direção Vinicius Arneiro). O ano de 2023 marca a sua estreia internacional como dramaturga, quando seu texto ROSE ganha uma nova encenação na Cidade do México, com direção de Alejandro Velis (Teatro Foro Lucerna). Dentre outras dramaturgias que assinou recentemente, estão “Memórias de uma Manicure”, 2023, direção René Guerra; “FEIO”, 2023, direção Helena Marques; e “Constituição, o ovo ou a galinha?”, 2022, idealização de Natasha Corbelino. Ao longo de 2022m foi professora de dramaturgia na Escola Sesc de Artes Dramáticas. Dramaturgias já publicadas: “ROSE”, pela Editora Cobogó, “Hamlet, candidato”, pela Cândido Editora e “Paco e o Tempo”, pela Editora Escola Sesc. Está entre os 100 nomes que integram o Portal de Dramaturgia Brasileira:

 

 

Ficha técnica “Pança”

Texto e Direção: Cecilia Ripoll

Codireção: Amanda Paiva

Elenco: Ademir de Souza, André Marcos, Clarisse Zarvos, Diogo Nunes e Julia Pastore

Direção Musical: Julia Pastore

Iluminação: Ana Luzia de Simoni

Cenografia: Carlos Alberto Nunes

Figurino: Nívea Faso

Programação Visual: Natasha Gompers

Fotografia: Thaís Grechi

Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)

 

Ficha técnica “Fantasiosa exposição da palavra”:

Texto e Atuação: Cecilia Ripoll

Direção Artística: Juliana França e Cecilia Ripoll

Realização: Grupo Gestopatas, em interlocução com Ademir de Souza (na pesquisa com gesto e dramaturgia), Julia Pastore (na pesquisa com voz e sonoridades), Tarcinara Vieira (na pesquisa de figurino e na produção executiva) e Arthur Pimenta (na pesquisa de estruturação das compreensões). Interlocuções convidadas: Marcela Andrade (na pesquisa com a poética das imagens), Amanda Paiva (na pesquisa com os tempos e o humor) e Clarisse Zarvos (na pesquisa com a presença na cena).

Iluminação: Tayná Maciel

Fotografia: Thaís Grechi

Assessoria de Imprensa: Racca Comunicação (Rachel Almeida)

Idealização: Cecilia Ripoll

 

Serviço

Espetáculo: Pança

Temporada: de 21 a 24 de novembro de 2024

Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto/Teatro: Rua Visconde de Silva, ao lado do n° 29 – Humaitá

Telefone: (21) 2535-3846

Dias e horários: quinta, sexta e sábado às 20h, e domingo, às 19h.

Ingressos: 50 (inteira), R$ 25 (meia-entrada) e R$ 20 (Para quem assistir “Fantasiosa Exposição da Palavra”)

Capacidade: 98 pessoas

Duração: 1h

Classificação etária: 14 anos

Venda de ingressos: pelo site https://riocultura.eleventickets.com e na bilheteria do centro cultural, de quarta a domingo das 15h às 21h.

 

Serviço

Espetáculo: Fantasiosa exposição da palavra

Temporada: de 21 a 24 de novembro de 2024

Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto/Sala Preta: Rua Visconde de Silva, ao lado do n° 29 – Humaitá. Acesso por escadas.

Telefone: (21) 2535-3846

Dias e horários: quinta e sexta, às 19h, sábado às 17h e 19h, e domingo, às 17h e 18h.

Ingressos: 40 (inteira), R$ 20 (meia-entrada) e R$ 15 (Para quem assistir “Pança”).

Capacidade: 25 pessoas

Duração: 55 minutos

Classificação etária: 12 anos

Venda de ingressos: pelo site https://riocultura.eleventickets.com e na bilheteria do centro cultural, de quarta a domingo das 15h às 21h.

29 de maio de 2025
Com inscrições abertas até segunda-feira (02/06), o edital Prêmios Cultura Viva é uma oportunidade para fazedores de cultura impulsionarem seus projetos. Oferecida pela Prefeitura de Niterói, a iniciativa vai fomentar Pontos e Pontões de Cultura com R$ 760 mil. Ao todo, serão selecionados 40 projetos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma do Colab. O edital integra a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB/MinC) e é conduzido pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC). “Os Pontos e Pontões são uma parte essencial da nossa rede de cultura em Niterói. Através dos recursos da Lei Aldir Blanc, lançamos dois editais que somam mais de R$ 3 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento da produção cultural na cidade. Para a Prefeitura de Niterói, investir nesses espaços é um passo importante para impulsionar quem luta pela cultura na ponta, junto da população”, reforçou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O Edital Prêmios Cultura Viva vai reconhecer e premiar 40 iniciativas culturais de base comunitária desenvolvidas por pessoas jurídicas sem fins lucrativos ou por coletivos culturais informais representados por pessoas físicas. Cada uma das 40 selecionadas receberá R$ 19 mil. O edital também estabelece cotas para garantir a diversidade entre os premiados, com vagas reservadas para pessoas negras, indígenas, com deficiência, mulheres e trans. Também parte das ações integradas à PNAB, a Prefeitura lança o Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Serão destinados R$ 2.250.000,00 para apoiar 45 projetos culturais apresentados exclusivamente por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que estejam estabelecidas em Niterói e tenham finalidade artística e cultural. Ao todo, os dois editais somam R$ 3 milhões de investimento. “Os Pontos e Pontões de cultura da cidade são verdadeiros guardiões das culturas tradicionais e de base comunitária. Preservam a memória, a história e o fazer artístico de Niterói. Este edital dedicado a esses mestres e mestras é uma forma de garantir o direito à cultura àqueles que se dedicam em manter viva nossa herança cultural”, afirmou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. As inscrições são realizadas por meio da plataforma Colab, ferramenta digital que conecta cidadãos e governos com foco em cidadania digital e governança colaborativa. O edital também será disponibilizado em Libras, garantindo acessibilidade nas informações. Para apoiar os proponentes no processo de inscrição, a Secretaria das Culturas promoverá atendimentos presenciais na quinta-feira (29), às 17h, no Espaço EcoCultural, na Região Oceânica, e no sábado (31), das 10h às 14h, na Casa Cultura é um Direito, no Ingá.
27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff