16 de julho de 2025

Guia turístico traz roteiros ligados à cultura afro-brasileira

O Guia do Afroturismo no Brasil – Roteiros e Experiências da Cultura Afro-Brasileira do país, lançado nesta semana pelo Ministério do Turismo, traz um diagnóstico sobre o afroturismo no Brasil, mapeando experiências e serviços turísticos protagonizados por pessoas negras, além de identificar boas práticas nacionais e internacionais e subsidiar políticas públicas voltadas ao setor. 


A iniciativa visa reconhecer essa contribuição, valorizando espaços de memória e resistência e também é uma forma de reconectar-se com o passado, resgatar sua ancestralidade, fortalecer o presente e projetar um futuro de valorização da cultura negra.

O guia organiza as experiências por macrorregiões e por tipo de atividade, trazendo opções que vão de visitas a quilombos e terreiros até circuitos gastronômicos, museus e feiras culturais.


O material reflete a diversidade da cultura afro-brasileira, evidenciando o potencial do turismo como instrumento de geração de renda, fortalecimento da identidade cultural e valorização do patrimônio histórico material e imaterial.


Um exemplo é a experiência de visitar o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas. Lá, o visitante conhecerá a história de um dos mais importantes quilombos do país. Ou mesmo o Quilombo Cultural, em São Luís, capital do Maranhão, uma vivência no maior quilombo urbano da América Latina.

 

No roteiro, o visitante poderá conhecer as diversas manifestações culturais, a exemplo do reggae, o cacuriá, tambor de crioula, bumba meu boi, blocos afros e tradicionais, além da religiosidade africana.


Outro exemplo de roteiro do afroturismo é o do Terreiro de Candomblé Alarokê, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. a quarta cidade mais antiga do Brasil. Entre rodas de conversa, oficinas de dança afro e percussão, sabores da gastronomia tradicional e apresentações artísticas de música, teatro e dança, o turista mergulha nos saberes e na espiritualidade dos povos de axé.


Em Salvador, na Bahia, é possível conhecer o Terreiro do Gantois, um dos mais respeitados do Candomblé no Brasil, e o Memorial Mãe Menininha do Gantois e Centro Comunitário Mãe Carmen, este último é um espaço de fortalecimento cultural e social, onde tradição e compromisso com a coletividade caminham juntos.


Ainda na Bahia, outro destino é Quilombo Kaonge, na cidade de Cachoeira. Entre os saberes e fazeres compartilhados, destacam-se a feitura artesanal da farinha e do azeite de dendê no pilão, a preparação de xaropes com ervas medicinais, além de uma conversa enriquecedora sobre a moeda local, o Sururu.


Na capital amapaense, é possível conhecer a Rota dos Barracões, em Marabaixo, onde o turista mergulha na história viva de Macapá, contada por moradores descendentes das famílias que participaram da construção da imponente Fortaleza de São José e que, até hoje, mantêm a cultura afro-amazônica.

 

Já no Centro-Oeste, na região que englobas as cidades de Monte Alegre de Goiás, Teresina de Goiás e Cavalcante, em Goiás, é possível conhecer o território Kalunga, com trilhas exuberantes e cachoeiras, como a Santa Bárbara.


Entre outras experiências, o guia inclui diversos roteiros como o Circuito da Memória Negra, em Petrópolis, na região serrana fluminense, e a Pequena África, na cidade doo Rio de Janeiro.


O guia leva também o turista para o roteiro do Manguebeat, no Recife, explorando a trajetória de Chico Science e as influências afro-brasileiras como coco de roda, ciranda e maracatu que moldaram o movimento. Sugere ainda uma visita à galeria subterrânea de ouro da Mina Du Veloso, que faz parte de um grande sítio arqueológico, em Ouro Petro, Minas Gerais, com estruturas remanescentes da exploração aurífera setecentista.


Elaboração do Guia


De acordo com o Ministério do Turismo, para a elaboração do Guia foi aberto um formulário público no qual “empreendedores (as) negros(as), comunidades tradicionais e gestores puderam indicar experiências em seus territórios”, informou a pasta.


“A curadoria resultou na seleção de 43 iniciativas afrocentradas, com critérios como: presença no Mapa do Turismo Brasileiro, atuação de afroempreendedores e regularidade no Cadastur”, acrescentou.


Ao todo, as regiões Nordeste e Sudeste constam com 16 roteiros cada uma, seguidas do Norte, com cinco; Centro-Oeste, com quatro; e Sul, com dois roteiros.



Segundo o ministério, o segmento do afroturismo é uma das prioridades da atual gestão, por meio do Programa Rotas Negras, que “visa fomentar o afroturismo, fortalecer comunidades negras e posicionar a cultura afro-brasileira no cenário turístico nacional e internacional”.



16 de julho de 2025
A Prefeitura de Niterói lançou nesta terça-feira (15) um cadastro público inédito voltado ao setor cultural da cidade. O objetivo é realizar um mapeamento permanente de artistas e agentes culturais com deficiência física ou intelectual. A iniciativa, que é coordenada pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC), visa construir uma base de dados ampla, acessível e em constante atualização, que sirva de referência para editais, ações e programas voltados às necessidades desse público. “O investimento na acessibilidade cultural é extremamente importante. Estamos lançando um cadastro público inédito para nossa cidade, com o lançamento do mapeamento de artistas com deficiência. Queremos apoiar, reconhecer, valorizar e promover a visibilidade dos talentos locais, garantindo que artistas com deficiência tenham espaço e voz nas políticas culturais do município. O cadastro vai servir como base para ações de inclusão em editais, programações culturais e formação de redes de colaboração artística. Com esse mapeamento, queremos construir uma cena cultural mais inclusiva, diversa e representativa, onde todos tenham oportunidade de expressar sua arte e contribuir com a riqueza cultural da nossa cidade”, destacou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O mapeamento de artistas com deficiência física e intelectual é uma iniciativa essencial para promover a inclusão e a diversidade no cenário cultural. Ao identificar, documentar e analisar dados sobre esses profissionais, busca-se compreender suas necessidades e desafios, além de ampliar a visibilidade de sua produção artística. Essa ação fortalece o reconhecimento e valorização, contribuindo para a formulação de políticas públicas mais eficazes e para a construção de um ambiente cultural mais acessível. Segundo os dados do IBGE de 2025, existem no Brasil 14,4 milhões de pessoas com deficiência, o que representa 7,3% da população. Apesar da luta histórica por direitos, ainda é pouco comum vermos esse grupo ocupando espaços culturais como os palcos e as plateias. A falta de acessibilidade cria barreiras que limitam a participação plena das pessoas com deficiência na vida cultural. O mapeamento surge como uma forma de construir ambientes culturais mais acessíveis. O formulário de cadastro estará disponível de forma contínua no site da Secretaria (culturaeumdireito.niteroi.rj.gov.br) e na bio do Instagram oficial da SMC (@smc.niteroi), permitindo que novas inscrições sejam feitas a qualquer momento. Poderão se inscrever artistas de todas as linguagens, bem como técnicos, produtores e demais trabalhadores da cultura com deficiência que residam ou desenvolvam atividades culturais na cidade, podem se inscrever. O cadastro é simples e acessível, e pode ser feito por meio do link: https://docs.google.com/forms/d/1-xU53d8X1mSxAC7b1nq_l_NIqEjbcdPfF3hcwhOgAQw/edit. A iniciativa conta com o apoio da equipe da SMC. Para o esclarecimento de dúvidas, contate esses contatos: WhatsApp: (21) 96915-2174 ou E-mail: niteroi.culturas@gmail.com Para o secretário municipal das Culturas, Leonardo Giordano, a iniciativa é mais um passo importante na construção de uma política cultural inclusiva. “Acreditamos que o direito à cultura deve ser garantido a todas e todos, sem exceções. Mapear e reconhecer os artistas com deficiência é essencial para que possamos desenvolver ações efetivas e políticas públicas assertivas, que respeitem as diversidades e promovam o protagonismo no campo artístico”, concluiu Giordano.
16 de julho de 2025
A cidade de Niterói recebe, no dia 17 de julho, às 19h, no Cine Arte UFF, uma edição especial do projeto Caravanas Euclidianas. Com entrada gratuita e classificação indicativa de 16 anos, a iniciativa propõe uma imersão cultural e educativa a partir da obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, reunindo cinema, educação e pensamento crítico. Com apoio da Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal das Culturas, o evento contará com a exibição do filme “A Paz é Dourada: A saga de Euclides da Cunha”, seguido de um debate com o público. O longa, que mistura ficção e documentário, narra a trajetória do autor e seu legado, destacando sua visão crítica sobre o Brasil e os conflitos sociais de sua época. Idealizado pelo cineasta Noilton Nunes em parceria com a antropóloga e professora Regina Abreu, o projeto busca promover o acesso à cultura e à reflexão cidadã por meio de experiências que conectam escolas, territórios e comunidades. Coordenadora do projeto, Regina Abreu destaca o papel social da iniciativa: “As Caravanas Euclidianas promovem inclusão educacional e cultural, criando uma ponte entre o conhecimento acadêmico produzido nas universidades e as comunidades fluminenses. É uma ação que valoriza a diversidade cultural e levanta reflexões sobre os desequilíbrios ambientais e climáticos.” Serviço: Evento: Caravanas Euclidianas – Exibição do filme “A Paz é Dourada: A saga de Euclides da Cunha” + debate Data: 17 de julho de 2025 Horário: 19h Local: Cine Arte UFF – Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói (RJ) Entrada: Gratuita Classificação indicativa: 16 anos