27 de agosto de 2023

Exposição, no Rio, destaca cultura negra em desenho hiper realista

O destaque da população negra na sociedade em uma conexão entre a ancestralidade e atualidade é o foco da mostra Exposições Itinerantes - A Cultura e Suas Peculiaridades, do artista mineiro Eduardo Carvalho, que foi aberta nesta sexta-feira (18) no Centro Cultural Calouste Gulbenkian, no Rio de Janeiro. A intenção é transportar o visitante para um universo de expressões culturais e mostrar a influência da ancestralidade africana presente na vida brasileira cotidiana.

O centro da mostra é o quadro Olhar Africano, obra que recebeu o Prêmio Funarte Artes Visuais 2020/2021 e destaca uma mulher africana forte, poderosa e, ao mesmo tempo, com um olhar ingênuo.

Eduardo disse que a obra dele foi inspirada em um trabalho do fotógrafo alemão Leif Steiner. A foto é de uma mulher da Etiópia. A técnica do artista mineiro é classificada de hiper realismo e, a partir da fotografia, ele faz o desenho a lápis.

“Eu peguei essa imagem com autorização dele que curtiu o meu trabalho nas redes sociais. Essa técnica que eu utilizo a lápis está sempre em companhia com a fotografia. Todos os desenhistas de hiper realismo têm sempre a referência de uma fotografia”, disse Eduardo.

“Essa negra africana representa muito a cultura afro e quilombola. Os meus trabalhos são todos baseados em fotografias. Eu acompanho muito os fotógrafos em redes sociais e a fotografia que mais me inspira eu reproduzo com a técnica do meu trabalho, trazendo os meus traços artísticos. Fica um pouco diferente da fotografia, justamente por causa do meu traço artístico”, explicou.

Processo de criação

Além do quadro, os visitantes vão poder admirar o passo a passo da realização da obra no processo de criação de Eduardo. “Isso é muito interessante até para os meus seguidores nas redes sociais que gostam de ver como é feito o processo. Quando as pessoas veem aquela imagem às vezes não conseguem discernir que foi feita a lápis, porque confundem com fotografia por conta de ser hiper realismo, que é a área em que eu atuo”, revelou, acrescentando que a obra foi criada em 2020 para enriquecer a cultura do Rio de Janeiro e, em especial, a quilombola.

O artista nasceu no dia 28 de fevereiro de 1992, no interior de Minas Gerais, onde permaneceu até o início de sua vida adulta. Em 2012, foi para Franca, interior de São Paulo, e lá começou a desenvolver a sua técnica, mas antes já tinha sido trabalhador rural, padeiro e montador de móveis. 
Foi em 2016 que, sob encomenda, Eduardo começou a trabalhar com quadros de desenho hiper realistas. Após concluir os estudos no EJA - Educação de Jovens e Adultos – ele teve um desenho selecionado para a capa do X Livro de Poemas e Poesias, e isso resultou em uma homenagem no Teatro Municipal e na realização de sua primeira exposição. Em 2019, o mineiro criou o curso de desenhos realistas e também recebeu premiação nacional da Fundação Nacional das Artes.

“[A minha jornada] eu vejo como uma grande conquista sair de onde saí, sou de uma família simples do sul de Minas Gerais, para conquistar mais espaço na cultura, na parte que eu me identifiquei. É um motivo de muita alegria e muita honra. Não foi nada fácil. Conquistar diversos países onde já estive, para mim, é interessante viver aquilo que eu sempre gostei”, relatou.


Workshop


O artista, que teve uma trajetória difícil até chegar ao estágio atual de sua arte, está animado porque vai transmitir o seu conhecimento de técnicas de desenho e desenho hiper realista para outras pessoas. Junto com a abertura da mostra, o mineiro vai conduzir o Workshop Exposições Itinerantes, destinado a adolescentes e adultos que tenham ou não experiência em desenho. O material que será usado na aula aberta a partir das 14h é grátis. Para participar, basta fazer a inscrição por meio do email midiaschris@gmail.com ou no whatsapp 21 971748633.

“As pessoas vão aprender técnicas de desenho e de sombreamento. Vão conhecer os lápis necessários para desenho. É muito enriquecedor esse projeto porque, de forma gratuita, tem duração de 1h30. Muitas vezes as pessoas não têm esse incentivo. Tem gente que diz que desenhar não dá futuro, mas para mim deu porque me dediquei. Eu sempre tenho passado isso nos workshops. Toda vez que a pessoa se dedicar ao que gosta, sempre vai ter um bom resultado”, sugeriu.

 

27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff
26 de maio de 2025
A programação da Casa Light está a todo vapor e reserva grandes surpresas para a última semana de maio. Já na próxima terça-feira, 27 de maio, o palco recebe Chico Chico, cantor e compositor que nos conduz por uma jornada musical suave e intensa. Acompanhado pelo pianista Pedro Fonseca e pelo contrabaixista Guto Wirtti, ele apresenta um repertório exclusivo com sucessos da carreira, faixas inéditas e releituras de grandes compositores. Filho de Cássia Eller, Chico imprime sensibilidade e autenticidade em cada interpretação, criando uma atmosfera de pura conexão com o público. Na quinta-feira, 29 de maio, é a vez de Hamilton de Holanda, um dos maiores nomes do bandolim brasileiro. Com técnica apurada e paixão pela música, Hamilton mistura choro, jazz e MPB em uma performance marcante. Com mais de duas décadas de carreira, dois Grammy Latino e reconhecimento internacional, ele transforma o palco em uma verdadeira celebração da música brasileira. Ambos os shows estão com ingressos a R$ 10, têm curadoria de Rafaello Ramundo e acontecem em um espaço exclusivo para apenas 150 pessoas, criando uma experiência única de proximidade com os artistas. Em comemoração aos 120 anos da Light, o festival reforça seu compromisso com a cultura e o acesso democrático à arte de qualidade. Serviço Festival Casa Light Teatro Laura Alvim – Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema, Rio de Janeiro • Chico Chico – 27 de maio (terça-feira) • Hamilton de Holanda – 29 de maio (quinta-feira) Ingressos: R$ 10,00 Vendas abertas no site da Funarj