11 de março de 2025

Espetáculo “Insignificância” estreia no Teatro Adolpho Bloch

Em um hotel na Nova York de 1953 se passa o hipotético encontro entre quatro famosas lendas norte-americanas –  a estrela de cinema Marilyn Monroe, Albert Einsten, cientista criador da Teoria da Relatividade (que levou à criação da Bomba H e, consequentemente, à Bomba Atômica), Joe DiMaggio, renomado jogador de beisebol e marido de Marylin, e o infame senador Joe McCarthy. Encontro que poderia acontecer hoje, trocando os personagens originais por seus pares na atualidade.

Este é o enredo da peça Insignificância, com texto do dramaturgo e diretor de teatro, cinema e

televisão inglês Terry Johnson, lançado em livro em 1983, na qual os atores Cássio Scapin, Amanda Acosta, Marcos Veras e Norival Rizzo assumem os papéis do Professor, da atriz, do jogador de beisebol e do senador, que estreou em outubro no Teatro FAAP, em São Paulo, passou por Campinas e Curitiba e agora chega ao Rio de Janeiro no próximo dia 14 de março, no Teatro Adolpho Bloch, sob a direção de Victor Garcia Peralta.

Este encontro singular destaca uma das questões mais discutidas na mídia contemporânea: as consequências da fama, tanto na vida pessoal de renomadas celebridades, em relação às concessões necessárias para alcançá-la ou preservá-la, quanto à sua exploração para objetivos políticos. Através das perspectivas de figuras que simbolizam alguns dos maiores fenômenos de popularidade do século XX, o autor reflete sobre as maneiras de lidar com a fama (ou com a perda dela): a rejeição por parte do cientista, a aceitação hesitante, personificada no mito sexual que Marilyn continua a representar, e a decepção quando a fama se dissipa, refletida no personagem do jogador.

Outro componente se une ao enredo: a política, representada pelo macartismo no contexto da Guerra Fria, quando o senador McCarthy capitaneou uma verdadeira “caça às bruxas” nos EUA, com o objetivo de criminalizar o comunismo e seus adeptos, cerceando as liberdades políticas.

A montagem brasileira tem tradução de Gregório Duvivier e reedita a parceria entre o produtor Rodrigo Velloni e o autor, após a montagem, em 2016, do espetáculo Histeria, com direção de Jô Soares, que recebeu o prêmio Arte Qualidade Brasil de Melhor Produção/2017. Os figurinos de Fábio Namatame, o visagismo de Claudinei Hidalgo e as perucas de Feliciano San Roman são ingredientes essências na montagem, captando e personificando as celebridades “emprestadas” ao texto.

Mais de 40 anos nos separam da escrita de Insignificância, e outros 70 da época em que se passa o enredo, mas as situações e os personagens continuam muito atuais. A estrela de cinema hoje seria musa das mídias sociais. O jogador de beisebol, para nós, brasileiros, seria o jogador de futebol, com milhões de seguidores e sem muita noção. O senador poderia estar sentado no plenário brasileiro, dizendo e fazendo o mesmo que o escroque do texto de Johnson. O único que, se estivesse ainda entre nós, estaria trazendo contribuições à sociedade seria o cientista.

O espetáculo é realizado através da Lei de Incentivo à Cultura Lei Rouanet, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução, e do ProAC, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas.

Teatro Adolpho Bloch

Localizada no histórico Edifício Manchete, na Glória, Rio de Janeiro, projetado por Oscar Niemeyer e com paisagismo de Burle Marx, o Teatro Adolpho Bloch é palco de momentos célebres da nossa cultura. Desde maio de 2019, o Instituto Evoé é responsável por devolver ao Rio de Janeiro esse espaço icônico, porém ainda mais moderno, transformado num complexo cultural. Graças à genialidade de Niemeyer, que criou um palco reversível, tornou-se possível, em um período desafiador, como a pandemia, promover espetáculos e eventos tanto na área externa, ao ar livre, quanto na interna. Ou nas duas ao mesmo tempo, em formato arena, proporcionando aos artistas, produtores, além dos cariocas e turistas, múltiplas formas de se criar e consumir arte e entretenimento. A construção é um ícone carioca – na arquitetura e na história que carrega.

Único teatro na cidade do Rio de Janeiro que possui um palco reversível, permitindo que o público se acomode na área externa da casa de espetáculos, o Teatro Adolpho Bloch ganhou, em 2021, o formato arena, com capacidade para 359 lugares internos e 120 externos e um palco de 140m², equipado com a melhor estrutura. O espaço abriga ainda bistrô Bettina Café & Arte.


Serviço

    Insignificância – Uma Comédia Relativa
    @insignificancia.teatro
    Temporada: 14 de março a 06 de abril
    Sextas e sábados às 20h; domingos às 18h

29 de maio de 2025
Com inscrições abertas até segunda-feira (02/06), o edital Prêmios Cultura Viva é uma oportunidade para fazedores de cultura impulsionarem seus projetos. Oferecida pela Prefeitura de Niterói, a iniciativa vai fomentar Pontos e Pontões de Cultura com R$ 760 mil. Ao todo, serão selecionados 40 projetos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma do Colab. O edital integra a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB/MinC) e é conduzido pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC). “Os Pontos e Pontões são uma parte essencial da nossa rede de cultura em Niterói. Através dos recursos da Lei Aldir Blanc, lançamos dois editais que somam mais de R$ 3 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento da produção cultural na cidade. Para a Prefeitura de Niterói, investir nesses espaços é um passo importante para impulsionar quem luta pela cultura na ponta, junto da população”, reforçou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O Edital Prêmios Cultura Viva vai reconhecer e premiar 40 iniciativas culturais de base comunitária desenvolvidas por pessoas jurídicas sem fins lucrativos ou por coletivos culturais informais representados por pessoas físicas. Cada uma das 40 selecionadas receberá R$ 19 mil. O edital também estabelece cotas para garantir a diversidade entre os premiados, com vagas reservadas para pessoas negras, indígenas, com deficiência, mulheres e trans. Também parte das ações integradas à PNAB, a Prefeitura lança o Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Serão destinados R$ 2.250.000,00 para apoiar 45 projetos culturais apresentados exclusivamente por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que estejam estabelecidas em Niterói e tenham finalidade artística e cultural. Ao todo, os dois editais somam R$ 3 milhões de investimento. “Os Pontos e Pontões de cultura da cidade são verdadeiros guardiões das culturas tradicionais e de base comunitária. Preservam a memória, a história e o fazer artístico de Niterói. Este edital dedicado a esses mestres e mestras é uma forma de garantir o direito à cultura àqueles que se dedicam em manter viva nossa herança cultural”, afirmou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. As inscrições são realizadas por meio da plataforma Colab, ferramenta digital que conecta cidadãos e governos com foco em cidadania digital e governança colaborativa. O edital também será disponibilizado em Libras, garantindo acessibilidade nas informações. Para apoiar os proponentes no processo de inscrição, a Secretaria das Culturas promoverá atendimentos presenciais na quinta-feira (29), às 17h, no Espaço EcoCultural, na Região Oceânica, e no sábado (31), das 10h às 14h, na Casa Cultura é um Direito, no Ingá.
27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff