1 de julho de 2025

Dora de Assis estreia “Na Quinta Dor” em 4 de julho no teatro do Centro Cultural da Justiça Federal

Com direção de Joana Dória e Lara Coutinho, peça nasceu há um ano, quando a atriz estava no hospital, entre a vida e a morte


Com leveza e humor, espetáculo utiliza a doença para discutir questões mais amplas sobre a condição humana


A experiência de quase morte é o ponto de partida de “Na Quinta Dor”, espetáculo que estreia em 4 de julho no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), no Centro do Rio, para curta temporada, com apresentações sextas e sábados, às 19h, até o dia 26 do mesmo mês.


Sob a direção de Joana Dória e Lara Coutinho, a atriz Dora de Assis, que também assina a dramaturgia, visita as memórias de uma vivência dolorosa numa tentativa de reelaborar o que viveu. Em menos de dois meses, no último ano, Dora passou por três internações e duas cirurgias, que deixaram cicatrizes em sua pele e em sua história, que a fizeram repensar a vida e revisitar também suas lembranças escolares, na infância de adolescência, e como professora de artes para turmas de crianças pequenas.


Mas que ninguém espere um espetáculo pesado. Apesar de tratar de um assunto trágico – uma sucessão de situações hospitalares em um curto período de tempo, que teve início com uma amigdalite que se transformou em um abscesso retrofaríngeo, seguida de uma sutura no pé e logo depois, uma apendicite que revelou um câncer no órgão — “Na Quinta Dor” trata desses e outros temas com humor e leveza. A dramaturgia usa a internação, a doença e a quase morte como metáforas para discutir questões mais amplas sobre a condição humana. 


Por meio de relatos pessoais, que envolvem a vivência como artista e educadora de arte, e da influência que os acontecimentos hospitalares tiveram diante de sua vida e trabalho, Dora se desdobra em relatos a fim de estabelecer uma relação mais íntima entre o existir, o fazer artístico e o trabalho educacional através do risco, no sentido do ímpeto, como possibilidade única de ação.


Dora sofreu negligência e violência médica. A situação, que já era delicada, se agravou ainda mais. Mas o foco do espetáculo não é esse, mas passa por esse lugar. ‘Na Quinta Dor’ fala, com leveza e humor, sobre os impactos que o corpo sofre e o que permanece nele.


“A cena permite que eu entre em contato com tudo o que eu sofri de uma maneira diferente, não apenas o que aconteceu comigo, mas através de mim e o que estou fazendo com tudo isso. Quis fazer do riso uma arma. O humor pode ser uma estratégia de sobrevivência e de combate à violência, de não querer admitir a derrota. Isso tem a ver com meu trabalho e como minha conduta de vida. A peça fala sobre isso também”, adianta Dora de Assis. “O espetáculo faz um paralelo com a educação, sistema que tem um papel fundamental na formação do indivíduo. Mas que também pode trazer danos que carregamos conosco a longo prazo”, completa.


“Na Quinta Dor” está associada ao Trabalho de Conclusão de Curso de Dora de Assis em Licenciatura em Artes Cênicas. O cenário, uma criação coletiva de toda equipe, é composto por 70 sacos transparentes pendurados, repletos de líquidos e diversos elementos como gaze, esparadrapos e remédios. Ao longo do espetáculo, eles são manipulados e gotejam, remetendo a fluidos como sangue, soro e lágrimas, e à rotina hospitalar. O figurino, idealizado por Rui Cortez e Lucília de Assis — multiartista, integrante do grupo O Grelo Falante, e mãe de Dora —, que, assim como a cenografia, representa o momento conturbado enfrentado pela protagonista: um macacão, costurado com retalhos e apliques variados, simboliza os órgãos vitais, os procedimentos cirúrgicos e as cicatrizes consequentes de todo processo.


Dora de Assis é filha de Alexandre Dacosta e Lucília de Assis, casal de multiartistas conhecidos por seu trabalho em diversas áreas, incluindo teatro, música e artes visuais. Juntos, Alexandre e Lucília criaram a dupla Claymara Borges & Heurico Fidélis, uma sátira ao sucesso convencional que performou em diversos programas de TV, gravou álbum, escreveu livro, fez teatro e exposição de artes visuais. Em 2024, meses antes da internação de Dora, pai, mãe e filha apresentaram, em família, o espetáculo “Felicidade à Venda”, uma reflexão cômica em torno do marketing da venda de fórmulas mágicas de sucesso. Além de Lucília coassinar o figurino de “Na Quinta Dor”, seu namorado Bruno Fidalgo é responsável pela trilha sonora do espetáculo e seu irmão, Tomás Dacosta, escreveu uma das músicas da montagem.


“Eu não acho que sou artista só por causa dos meus pais, mas é muito por eles também, claro, porque, para mim, essa é a única maneira de viver que me foi apresentada. Eles me ensinaram que é possível ser artista não apenas pelo ofício, mas pela oportunidade de fazer da vida uma obra de arte, uma experiência artística. Tem muito mais a ver com a maneira como você experiencia as coisas e se relaciona com as pessoas”, define.


FICHA TÉCNICA


Dramaturgia e atuação: Dora de Assis


Direção: Joana Dória e Lara Coutinho


Direção de movimento: Henrique Arruda


Figurino: Rui Cortez e Lucília de Assis


Trilha sonora: Bruno Fidalgo e Tomás Dacosta


Luz: Gabriel Rochlin


Técnica de palco: Giulia Padovan e Fernanda Cabral


Assessoria de imprensa: Catharina Rocha


Operador de som: Bruno Fidalgo


Operadora de luz: Julia Morais


 

SERVIÇO

 


Espetáculo: “Na Quinta Dor”


Temporada: de 4 a 26 de julho de 2025


Apresentações: sextas e sábados, às 19h


Local: Centro Cultural da Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241 – Centro. Tel.: (21) 3261-2550


Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$30 (meia).


Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 90 min. 


Instagram: @naquintador

15 de agosto de 2025
Nesta sexta-feira (15), a partir das 18h, o público de Niterói poderá prestigiar mais uma edição do projeto Arte na Rua, que desta vez recebe a talentosa cantora Ritah Mansur para uma apresentação especial na Rua Ator Paulo Gustavo, esquina com a Rua Lopes Trovão, em Icaraí. Com um repertório repleto de canções marcantes, interpretadas com sua voz potente e carisma único, Ritah promete encantar e emocionar quem passar pelo local, transformando o espaço urbano em um verdadeiro palco a céu aberto. O projeto Arte na Rua é uma iniciativa da Prefeitura de Niterói, por meio da Fundação de Arte de Niterói (FAN), que busca levar cultura, arte e entretenimento de qualidade para todos, democratizando o acesso e valorizando os artistas locais. A apresentação é gratuita e aberta ao público. Basta chegar e aproveitar um fim de tarde de boa música e convivência. Ritah Mansur é uma cantora e intérprete com expressiva trajetória no cenário musical de Niterói e Rio de Janeiro, especialmente na Música Popular Brasileira (MPB) com forte influência do jazz. Ela iniciou a carreira na Europa, apresentando-se por cerca de três anos em países como França, Suíça, Áustria, Itália, Dinamarca, Alemanha e Bélgica. A cantora atuou em centros culturais, casas de jazz e companhias folclóricas. De volta ao Brasil, se apresentou intensamente em Niterói e no Rio, levando sua voz a espaços como Mistura Fina, Casa de Cultura Laura Alvim, People, Bistrô do MAC, e outros. Serviço: Data: 15 de agosto (sexta-feira) Horário: 18h Local: Rua Ator Paulo Gustavo c/ Rua Lopes Trovão – Icaraí Entrada franca
14 de agosto de 2025
Como parte do projeto Contos na Varanda, o Centro Cultural Paschoal Carlos Magno recebe no sábado, 16 de agosto, às 11h, uma contação de história baseada no infantil 'Monstro Rosa'. A contação da história 'Monstro Rosa' é adaptada e narrada pela atriz Tati Quadros, com direção do artista visual Alessandro Boschini. 'Monstro Rosa' é o primeiro livro da premiada autora e ilustradora espanhola Olga de Dios. Seu trabalho consiste no tratamento lúdico e delicado de temas como a diversidade, a igualdade de gênero e a aceitação de identidades diferentes das normativas, o respeito ao meio ambiente, o consumo responsável e a livre divulgação da cultura. Num mundo monocromático, surge Monstro Rosa, uma figura única e vibrante que, ao buscar aceitação, revela a beleza das diferenças. Esta narrativa sensível explora temas de identidade e amizade, inspirando uma reflexão sobre a verdadeira essência da felicidade, só possível através de um mundo diverso. Serviço Contos Na Varanda: Monstro Rosa Data: Sábado, 16 de agosto de 2025 Horário: 11h Duração: 30min Classificação indicativa: Livre Entrada Gratuita  Local: Centro Cultural Paschoal Carlos Magno - Varanda End: Campo de São Bento - Entrada pela Rua Lopes Trovão