24 de março de 2024

Deborah Colker celebra 30 anos de Companhia com espetáculo no Theatro Municipal do Rio

 

Celebrando os 30 anos de sua Companhia de Dança, Deborah Colker chega aos palcos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro com o espetáculo "Sagração". Início da turnê nacional, a apresentação, que fica na cidade até segunda (25) e vai passar por 14 cidades, é um encontro entre a música clássica de Stravinsky com ritmos brasileiros.


"Já estão dizendo por aí que é a minha versão brasileira de 'A Sagração da Primavera', do [Igor] Stravinksy (risos). Ele fez em 1913, e o primeiro coreógrafo foi o [Vaslav] Nijinsky. Então, o que o público espera de mim com a minha 'Sagração'? Que eu, 111 anos depois, continue rompendo muitas regras da música e da dança, que essa música extraordinária fez, né? Eu a trouxe para o Brasil, fiz com 170 bambus, fazendo um diálogo entre a música indígena, dos povos originários do Brasil, com o Stravinsky. Eu trouxe mitos de criação e a evolução da espécie", conta.


Deborah dá spoilers para quem ainda não assistiu a apresentação, que estreou na quinta-feira (21). "O público pode esperar um espetáculo primitivo, muito colorido, porque é da floresta brasileira, da gênese desse país que tem cores, tem uma floresta, flores, terra, céu. E eu estou muito feliz com isso porque eu nunca tinha feito um espetáculo tão colorido. O figurino é super bonito. A gente traz histórias lindas, por exemplo, a lenda da origem do fogo na cosmovisão indígena. A gente traz uma Eva negra, uma cosmovisão judaico-cristã, animais unicelulares, bactérias, quadrúpedes e a gente faz essa floresta. Então, eu acho que é isso que o público pode ver, dança e música", afirma.


Sobre comemorar as três décadas da Companhia de Dança com um espetáculo no Theatro Municipal, Deborah relata: "Outro dia eu estava pensando nisso. Completando 30 anos e estreando 'Sagração' no Municipal é muito intenso, vibrante. Está bem bacana".


Apesar das experiências e de um currículo premiado, a diretora e coreógrafa admite que sente um nervosismo antes das apresentações. "Eu nunca estou calma, eu sempre estou nervosa. Cada espetáculo que eu faço, mesmo um premiado, de sucesso, cada dia é um dia, cada dia é um público, e eu fico ali querendo dançar de uma maneira incrível, que tudo dê certo. É um espetáculo que é intenso para os bailarinos. A gente constrói oca, floresta, barco, a gente caça, a gente produz fogo... A gente amarra esses bambus, eles voam, saltam... Então, a minha expectativa é para cada dia. Eu estou sempre nervosa. Espero que dê tudo certo e que o público goste", diz.Deborah conta ainda o que faz para se acalmar. "Eu tenho muita disciplina com a companhia e com os bailarinos, porque a gente está lidando com atletas. Os bailarinos são atletas também. Às vezes, um se machuca, outras não, mas é parte da gente. O que eu faço, eu tento ter muita disciplina, o que o trabalho precisa para dar certo", explica a coreógrafa, acrescentando outras maneiras de relaxar. "Dou minhas caminhadas, corridas, vejo meus netos, meus cachorros e tenho minhas leituras".


Além de "Sagração", Deborah afirma que está dirigindo uma ópera, fora do Brasil."Às vezes eu falo: 'Ah, eu vou me desligar um pouco de Sagração e vou mergulhar um pouco na ópera'. Porque hoje em dia a Companhia tem uma vida internacional e eu também. Então, tenho que me equilibrar dentro disso. Eu já fico nervosa há 30 anos, já estou acostumada (risos)". conclui.


Deborah é conhecida pelos seus espetáculos aclamados pela crítica nacional e internacional. A diretora e coreógrafa coleciona prêmios ao longo de sua renomada carreira. Para o DIA, ela revela os momentos mais marcantes de sua vida profissional.


"Quando eu ganhei o 'Laurence Olivier Awards', em 2001, pelos anos 2000, há 24 anos, pelo espetáculo 'Mix', que é o vulcão, primeiro espetáculo da companhia, e o 'Velox', que é aquele da parede, para mim, foi muito forte. Foi um prêmio em Londres, um lugar para mim que é muito importante. Foi muito marcante", conta, acrescentando outros trabalhos importantes, como a Semana Colker no Theatro Municipal, 'Cão em Plumas' e o 'Ovo', do Cirque Du Soleil".


"Acho que sem a Companhia, eu não teria aprendido, não teria a experiência necessária para fazer a abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. São 30 anos que, todo dia, eu tenho muito essa consciência. E tenho a disciplina de cada dia, eu sempre tenho mais coisa para aprender, cada vez eu percebo que sei menos, que tenho que aprender mais. Então, acho que é isso, trabalhar com dedicação e com paixão", afirma.


Sobre o segredo do sucesso, Deborah pontua: "Não tenho. Eu acho que o segredo é trabalhar, estudar, ser generoso e humilde. É sempre estar com essa necessidade de buscar, de insatisfação e de você querer encontrar alguma coisa na dança, na cultura e na educação. Eu tenho duas escolas. A gente tem uma na Glória e uma na Gávea. Isso é algo que também está muito na minha cabeça, construir novos bailarinos, novas pessoas que acreditem na arte, na cultura. Eu acredito muito que a cultura e a arte são transformadoras para uma nação".


"Sagração" é uma livre adaptação de "A Sagração da Primavera", de Stravinsky, com apresentações no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no Centro. O espetáculo, que estreou na quinta (21), tem apresentação neste sábado (23), às 17h e 20h, e no domingo (24), às 18h.


Devido aos alertas de temporal na cidade do Rio no fim de semana, a sessão de sexta-feira (22) foi cancelada e transferida para segunda (25), às 20h. De acordo com a produção, quem comprou os ingressos para sexta-feira, poderá usá-los na sessão de segunda. Já os que não forem usados, serão colocados à venda.



A classificação é de 10 anos. Os ingressos custam à partir de R$ 19,80 e estão disponíveis no site da Fever Up e na bilheteria do local.

27 de outubro de 2025
Como parte da programação do 17º Ciclo de Leituras Encenadas de Niterói, a Sala Nelson Pereira dos Santos recebe, na terça-feira, 28 de outubro, o texto "Mandrágora", original de Nicolau Maquiavel, que conta a história do jovem Calímaco, que se apaixona por Lucrécia, esposa de um homem rico e tolo. Com a ajuda de um intermediário esperto, o jovem se passa por médico e convence o marido a usar uma "poção de mandrágora" em Lucrécia, com a desculpa de aumentar sua fertilidade, mas com o aviso de que o primeiro homem que tiver relações com ela após ingerir a poção morrerá. Lucrécia, então, é convencida por frei Timóteo a consumar o ato adúltero, e, no momento em que é revelada a verdadeira identidade de Calímaco, ela concorda finalmente em tornar-se sua amante. Após a noite do engano, Calímaco, desta vez fazendo-se de médico novamente, consegue do marido, satisfeito com a futura paternidade, autorização para habitar sua casa. Serviço 17º Ciclo de Leituras Encenadas de Niterói - Mandrágora Datas: Terça-feira, 28 de outubro de 2025 Horário: 19h30 Duração: 45min Classificação indicativa: Livre Entrada Gratuita (sem ingresso) | O teatro abre 30 minutos antes do início do espetáculo Local: Sala Nelson Pereira dos Santos End: Avenida Visconde do Rio Branco, nº 880, Niterói
27 de outubro de 2025
Sucesso de público, o Manga Festival é um dos destaques da agenda em Paraty. A segunda edição vai acontecer na sede do Instituto Manga, em Paraty, no Rio de Janeiro, nos dias 30, 31 de outubro e 1º de novembro. Pelo segundo ano consecutivo, a Mostra Fotográfica “Territorialidades Daqui” é o destaque do evento. Na abertura da exposição, o festival irá mobilizar outras expressões artísticas da cultura tradicional e contemporânea presentes na localidade. A programação é gratuita, e aberta ao público de todas as idades. O Manga Festival faz parte do programa de desenvolvimento regenerativo do território, criado pelo Instituto Manga, como explica a gestora executiva da entidade, Mírian Machado. “O evento pretende destacar e celebrar as expressões de uma cultura constituída através do encontro de moradores de Paraty. A mostra fotográfica reúne imagens que refletem as raízes, os saberes e a vida cotidiana dos bairros da Ilha das Cobras e do Parque da Mangueira – representações da cultura tradicional, caiçara e contemporânea do nosso território. Colaborar com a preservação dessa riqueza esclarece as forças moventes desse estudo, além da realização desse objeto de estudo, também chamado festival”, ressalta Mìrian. Dentre as atrações da 2ª edição do Manga Festival, a abertura da Mostra Fotográfica “Territorialidades Daqui” é a mais aguardada pelo público, e será revelada no dia 1º de novembro, às 10h. A exposição vai apresentar fotos selecionadas por meio de convocatória pública que representam os bairros da Ilha das Cobras e do Parque da Mangueira. O Instituto Manga, entidade responsável pela iniciativa, buscou mapear, por meio de imagens, expressões da cultura tradicional presentes nessas localidades. A mostra vai ocupar os muros e as fachadas da rua em que a sede da entidade fica situada. Um dos objetivos da exposição é colaborar com a preservação da memória coletiva, sua ancestralidade e importância. A programação tem início, no dia 30 de outubro, com um desfile dos integrantes da Escola Municipal Parque da Mangueira pelas ruas do bairro. Durante o trajeto, os participantes vão contando a história do local. Nesse mesmo dia, será realizado o “Tombamento Afetivo” do pé de manga, árvore símbolo do lugar e referência ao nome do bairro. No dia seguinte, 31 de outubro, acontece uma homenagem ao Mestre Cirandeiro. Haverá participações de cirandeiros e grupos de ciranda de Paraty. O ponto de encontro será na Praça da Paz, com cortejo até a Rua Prefeito Benedito Domingos Gama. Já no último dia, em 1º de novembro, acontece a abertura da Mostra Fotográfica “Territorialidades Daqui”. Em seguida, é a vez da comunidade caiçara do Saco do Mamanguá ministrar uma oficina de barreamento de uma casa (maquete) de estique. Oficinas de pipa e de rima também estão na agenda do evento. O encerramento acontece com uma ciranda e rima coletiva com os participantes da oficina.