9 de novembro de 2025

Centro Cultural dos Correios apresenta a mostra Rembrandt

Desde sua abertura em 24 de setembro, a mostra “Rembrandt – O mestre da luz e da sombra” vem conquistando o público carioca no Centro Cultural dos Correios. Em apenas um mês, mais de 18 mil visitantes passaram pelo espaço para contemplar as gravuras originais do artista holandês Rembrandt van Rijn, considerado um dos maiores nomes da história da arte.


A exposição reúne 69 obras, entre elas clássicos como Autorretrato com Saskia (1636), A Descida da Cruz (1633), Ressurreição de Lázaro (1632), O Jogador de Cartas (1641) e Cristo Expulsando os Cambistas do Templo (1635). As peças revelam a sensibilidade com que Rembrandt retratava figuras bíblicas, pessoas comuns e cenas do cotidiano, sempre com seu característico uso dramático de luz e sombra.


A mostra oferece uma experiência imersiva: os visitantes podem observar os detalhes das gravuras com lupas, percebendo os traços refinados e a profundidade emocional das imagens. A técnica predominante é a água-forte, muitas vezes combinada à ponta-seca, permitindo ao artista explorar nuances e criar múltiplas versões de uma mesma matriz.


Segundo o curador Luca Baroni, diretor da Rede dos Museus da Região Marche Nord (Itália), o impacto das obras de Rembrandt permanece atual:


  “Ele capturava a essência da alma humana. Suas gravuras falam de dor, fé, amor, envelhecimento e esperança — temas universais que atravessam o tempo.”


A exposição é gratuita e fica em cartaz até 8 de novembro. Para quem ainda não visitou, é a última chance de mergulhar na obra de um dos mestres da arte ocidental.



SERVIÇO


Exposição Rembrandt – O mestre da luz e da sombra

  • Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro
  • Período: 24 de setembro a 8 de novembro de 2025
  • Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 2 – Centro, Rio de Janeiro
  • Horário: De terça a sábado, das 12h às 19h
  • Capacidade de público: 500 pessoas
  • Entrada gratuita
9 de novembro de 2025
Alunos do 1º ano do Ensino Médio do GayLussac vão apresentar curtas produzidos apenas com celular  No dia 10 de novembro, segunda-feira, será realizada a 7ª edição do Festival de Curtas do Instituto GayLussac. Alunos da 1ª série do Ensino Fundamental apresentarão, na Sala Nelson Pereira dos Santos, uma coletânea de XX curtas-metragens, que tem como tema "Uma ideia na cabeça e um celular na mão". Todos os roteiros foram construídos sob a ótica dos adolescentes e filmados com celulares tendo como pauta a responsabilidade social e coletividade. Instigados a pensar de forma criativa sobre o mundo que os cerca, os jovens, através desse projeto, trazem essa tecnologia, que atravessa o cotidiano deles, para dentro da sala de aula de uma forma legítima e orientada. "Vale ressaltar que a escola proíbe o uso de celulares desde 2001, mas a escola do século XXI deve trazer diversas linguagens para o espaço escolar, e o audiovisual é um recurso muito rico e interessante", explica a diretora geral, Luiza Sassi. O festival conta com um júri que irá avaliar e premiar as melhores produções em cinco categorias: roteiro, fotografia, direção, edição e menção honrosa. Serviço VII Festival de Curtas do Instituto GayLussac Data: Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 Horários: 19h30 Classificação Indicativa: Livre Duração: 150min Entrada Gratuita mediante inscrição prévia ‌Local: Sala Nelson Pereira dos Santos End: Av. Visconde do Rio Branco, 880 - São Domingos, Niterói
8 de novembro de 2025
Além dos judeus, diversos outros grupos também foram perseguidos pelos nazistas e enviados a campos de concentração, como pessoas com nanismo, ciganos, comunistas, deficientes físicos e mentais, gêmeos, homossexuais, intelectuais, maçons, mulheres, negros e testemunhas de Jeová. Este é o tema do livro inédito “As vítimas esquecidas em Tempos de Intolerância: o Nazismo” (Editora Rio Books), da historiadora Silvia Lerner, que será lançado na próxima quinta-feira, dia 13 de novembro, às 19h, na Livraria da Travessa de Ipanema, no Rio de Janeiro. Com 264 páginas, a publicação é a primeira sobre o tema no Brasil e a mais completa já feita até hoje, uma vez que as poucas publicações internacionais existentes sobre o assunto focam em uma única minoria, não abordando o tema de forma ampla.  “Além dos ju­deus terem sido as grandes e primeiras vítimas, os nazistas perseguiram outros grupos considerados uma ameaça no conceito de raça superior típica da ideologia nazista e na manutenção dessa ideologia. Esses grupos incluíam aqueles que não concordavam com a nova política implantada na Alemanha a partir de 1933, e outros grupos que não se enquadravam no conceito para formar uma raça ariana. Foram perseguidos todos aqueles considerados inimigos raciais, políticos ou ideológicos”, conta Silvia Lerner, que no livro aborda essas minorias “tão pouco estudadas, discutidas e descritas”. O livro começa contextualizando historicamente o período e a ideologia racial nazista e segue dividido em capítulos sobre “As vítimas esquecidas”, cada um focado em uma minoria, em ordem alfabética, trazendo histórias impressionantes e chocantes relatos de sobreviventes. Silvia Lerner ressalta que, infelizmente, este é um livro muito atual. “O tempo de hoje é de muita intolerância, e isso vem há muito tempo. Sonho, como filha de sobreviventes do Holocausto, que um dia o ser humano aprenderá a História e que esta não se repetirá jamais, e não haverá mais antisse­mitismo, racismo e intolerância”, afirma. AS VÍTIMAS ESQUECIDAS Não se sabe exatamente o número, mas muitas pessoas com nanismo foram enviadas para o campo de concentração de Auschwitz, onde foram exterminados ou passaram por dolorosas experiências feitas pelo médico nazista Josef Mengele, como foi o caso dos sete irmãos da família Ovitz, que Silvia Lerner relata no livro. Torturados, eles foram a família mais numerosa a sobreviver em Auschwitz. Os ciganos também foram perseguidos pelos nazistas e calcula-se que metade da população cigana da Europa, que era composta de 500 mil ciganos, tenha sido exterminada. No livro, Silvia Lerner relata atrocidades cometidas contra este grupo, como experimentos feitos pelo Dr. Wilhelm Beiglboeck em Dachau, em 1944, para es­tudar vários métodos de tornar a água do mar potável, privando ciganos de comida e água, podendo beber somente água do mar. “Eles ficaram tão sedentos e desidratados que lambiam os pi­sos recém-lavados, numa tentativa de obter água potável”, conta a autora. Os deficientes físicos e mentais eram considerados “inúteis” para a sociedade, uma ameaça à pureza genética ariana e, portanto, indignos de viver. Em 1933, o regime nazista aprovou uma lei de esterilização, que permitia ao governo esterilizar à força qualquer pessoa que apresentasse defi­ciência física ou mental. Os gêmeos também foram vítimas do nazismo, sendo cobaias de Josef Mengele em Auschwitz, que, com permissão para mutilá-los ou matá-los, realizou uma grande série de experiências agonizantes e muitas vezes letais com gêmeos judeus e ciganos, a maioria deles crianças. A Alemanha foi o lar do primeiro movimento homossexual, mas durante o nazismo, uma mudança na lei fez com que milhares de homens homossexuais fossem perseguidos, presos e morressem em campos de concentração. Muitos deles foram castrados e tomaram injeções de hormônio com o intuito de mudarem de orientação sexual, com taxas de letalidade extremamente altas. Já os negros eram rotulados como uma “perigosa peste”, sendo perseguidos, mortos e esterilizados à força pelos nazistas. Em 1941, as crianças negras foram oficialmente excluídas das escolas públicas de toda a Alemanha, e a maioria sofreu abusos raciais em suas salas de aula, forçados a sair da escola e nenhum foi autorizado a cursar universidades ou escolas profissionais. Os casais chamados “mistos” foram obrigados a se separar. Comunistas e intelectuais também foram atacados pelo nazismo. A violência contra estes grupos consistia em eliminar a divulgação das ideias que não estavam em conformidade com os ideais nazistas. Em 10 de maio de 1933 ocorreu a Bücherverbrennung em Berlim, que marcou o auge da perseguição dos nazistas aos intelectuais, principalmen­te aos escritores, quando uma imensa pilha de livros foi queimada, sepultando a diversidade cultural que havia florescido na década de 1920 naquele país. Tudo o que fosse crítico ou se desviasse dos padrões impostos pelo regime nazis­ta foi sistematicamente destruído. Organizações como Maçons e Testemunhas de Jeová também foram perseguidos, assassinados, presos e enviados e campos de concentração pelo regime nazista. Alguns, no entanto, acabavam escapando ao mudar suas ideologias. “Grupos não raciais, como os maçons, tiveram a oportunidade de mudar seus pontos ideológicos por desasso­ciação. Não se pode mudar seu sangue ou herança, mas se pode mudar sua própria ideologia ou participação em grupos como associados”, explica a autora. Silvia Lerner também dedica um capítulo do livro às mulheres, que muitas vezes não foram perseguidas diretamente, mas cuidaram da casa, do alimento tão escasso, das doenças dos familiares, da falta de medicamentos e da dor de ver seus maridos, pais e filhos sumirem sem notícias de seus paradeiros. No livro há, ainda, um capítulo dedicado às “pedras de tropeço” (stolperstein), que consiste em instalar placas de latão de 10X10 cm sobre um cubo de concreto em frente às casas onde moraram vítimas do regime nazista. As placas contêm o nome, endereço e datas de nascimento e morte das vítimas, assim como o destino da pessoa. “O objetivo do projeto é restaurar as identidades das pessoas que foram extermi­nadas nos campos de concentração – e ‘devolver’ essas pessoas aos lugares onde elas viviam. Abaixar-se para ler o nome da vítima e suas informações respectivas, segundo o autor do projeto, significa curvar-se simbolicamente às vítimas”, conta a historiadora no livro. Atualmente há 105 mil pedras de tropeço em todo o mundo, que constituem o maior memorial descentralizado do Holocausto no mundo. Silvia Lerner visitou muitos destes locais e ficou impressionada com alguns números: “Há apenas quatro pedras sobre negros, mas obviamente foram muito mais vítimas”, ressalta. O livro faz parte do amplo estudo de Silvia Lerner sobre o nazismo, que começou com a publicação “Arte em Tempos de Intolerância: Theresienstadt” (2021), no qual a historiadora abordou as artes visuais produzidas no único campo cultural do período, seguido do livro “A música e os músicos em Tempos de Intolerância: o Holocausto” (2023), na qual a autora abordou a música produzida pelos judeus nos campos de concentração. SOBRE A AUTORA Silvia Rosa Nossek Lerner é brasileira, filha de pais sobreviventes do Holocausto. Professora especializada em estudos sobre o Holocausto, com graduação em Direito, História e Pedagogia, Pós-graduada em História do Século XX e mestrado em Psicanálise, Sociedade e Cultura. Tem vários artigos publicados e é autora dos livros “Liberdade de escolher como morrer: Resistência armada de judeus no Holocausto” (Imprimatur, 2015), “A música como memória de um drama: o Holocausto (Garamond, 2017), e “Arte em Tempos de Intolerância: Theresienstadt” (Rio Books, 2021), “A música e os músicos em Tempos de Intolerância: o Holocausto” (Rio Books, 2023). Serviço: Livro “As vítimas esquecidas em Tempos de Intolerância: o Nazismo” (Rio Books), de Silvia Lerner Lançamento: dia 13 de novembro, às 19h Livraria da Travessa Rua Visconde de Pirajá, 572 – Ipanema – Rio de Janeiro - RJ 264 páginas Formato: 23cmX23cm Preço: R$110,00 Venda on-line: www.riobooks.com.br