3 de março de 2024

Brás Cubas em Niterói

Já no dia 8 de março, é a vez de o novo espetáculo da Armazém Companhia de Teatro, Brás Cubas, estrear em um teatro niteroiense. Nessa versão cênica de Paulo de Moraes para a obra-prima de Machado de Assis, que está indicada para ao Prêmio APTR de Teatro em cinco categorias, o Bruxo do Cosme Velho é trazido para o centro de cena como personagem. Com dramaturgia de Maurício Arruda Mendonça, a nova montagem da Armazém tem elenco formado por Sérgio Machado, Jopa Moraes, Bruno Lourenço, Isabel Pacheco, Felipe Bustamante e Lorena Lima, iluminação de Maneco Quinderé, cenografia de Carla Berri e Paulo de Moraes, figurinos de Carol Lobato e direção musical de Ricco Vianna.

 

“Brás Cubas é um dos personagens mais icônicos da literatura brasileira. Tratar de um personagem pretensioso e prepotente, um recordista de fracassos, que tem uma aversão por si mesmo absolutamente merecida – e que nos fala tanto sobre a formação da elite brasileira –, era muito sedutor. Mas traduzir a experimentação formal de Machado para o palco – conversando com o público de hoje – me parecia desafiador. Porque Machado escreve com um nível de sutileza raro. Então, com certeza o nosso grande embate durante a descoberta da peça tem sido como fazer com que essa literatura sutil se transforme numa ação dramática contundente.” (Paulo de Moraes, diretor)

 

A peça da Armazém desmembra o personagem Brás Cubas em dois. Sérgio Machado interpreta Brás Cubas desde seu nascimento até sua morte (não necessariamente nessa ordem) e Jopa Moraes assume Brás Cubas já como o defunto que narra suas memórias póstumas. “Esse defunto está pouco vinculado ao século 19, quer e precisa se comunicar com as pessoas de agora”, comenta o diretor. A dramaturgia tem uma estrutura em três planos: o plano da memória – que são as cenas vividas por Brás; o plano da narrativa – onde entram as divagações e reflexões do defunto; e um terceiro plano em que o próprio Machado de Assis (vivido por Bruno Lourenço) invade sua narrativa com comentários que visam conectar contemporaneamente suas críticas à sociedade brasileira. “Nosso Machado não é um personagem biográfico. Embora todas as questões que o personagem coloque na peça tratem de assuntos sobre os quais Machado escreveu, estão colocadas em contextos diferentes. É uma brincadeira a partir de detalhes biográficos. Um personagem imaginário tentando se comunicar com o nosso tempo.”, finaliza Paulo. 

 

Por Mauricio Jose 2 de agosto de 2025
Evento acontece de 15 a 24 de agosto em Cachoeiras de Macacu (RJ) e reúne quase 200 produções audiovisuais de escolas de todo o país e do exterior A cidade de Cachoeiras de Macacu, na Região Serrana do Rio de Janeiro, será palco, entre os dias 15 e 24 de agosto, da 17ª edição do MacacuCine – Festival Internacional de Cinema Escolar. Reconhecido como o maior evento do gênero no Brasil, o festival traz o tema “Todos os Brasis do Brasil” e reúne 188 produções audiovisuais de todas as regiões do país e de diversos países, reafirmando o compromisso com a democratização do acesso à cultura e à educação por meio da sétima arte. Criado em 2007 pela Associação Cultural Vale do Macacu, o MacacuCine surgiu com o propósito de reaproximar a população local do cinema, especialmente em uma cidade sem salas comerciais de exibição. Desde então, o festival cresceu exponencialmente, com sessões públicas em praças, oficinas em escolas, mostras competitivas e projetos que se espalham pelo Brasil e pela América Latina. Ao longo de quase duas décadas, o MacacuCine foi realizado em diversos estados, com quatro edições na Argentina (a convite da Embaixada Brasileira em Buenos Aires) e quatro no Uruguai (a pedido do Ministério da Cultura e Educação do país vizinho).  Entre os reconhecimentos recebidos estão o Prêmio Rio Sociocultural (2010), o Prêmio Estadual de Cultura (2011) e o Diploma Heloneida Studart de Cultura concedido pela Alerj, além da indicação ao Prêmio de Boas Práticas da ONU (2009). Destaques da programação A abertura oficial será no dia 15 de agosto, com o Encontro Internacional de Cinema e Educação, reunindo representantes da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e convidados internacionais como Roberto Smith, diretor do prestigiado Festival de Havana, em sua 45ª edição. O encontro será transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do festival: youtube.com/macacucine. Nos dias 16 e 17 de agosto, na sede da Associação Cultural Vale do Macacu, acontece o Conecta MacacuCine, um mercado-seminário voltado a jovens realizadores, com oficinas, palestras e rodadas de negócios com a participação de instituições como Sebrae, Rio Filme, Festival do Rio, Distribuidora Vitrine e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do RJ (SECEC RJ). O festival também promove diversas mostras competitivas, com votação online e premiação em dinheiro nas categorias: Escolar (nacional e internacional) Universitária (nacional e internacional) Oficinas MacacuCine (filmes produzidos por alunos locais) Micro-curtas (filmes com até 1 minuto de duração) As sessões ocorrerão em diferentes pontos da cidade: Tenda MacacuCine, no Centro Cultural do Antigo Quintino, com capacidade para até 150 alunos (18 a 22/08) Cine Macacu, a sala de cinema do Ponto de Cultura Vale do Macacu (16 a 23/08) Praça Manoel Diz Martinez, com sessões ao ar livre seguidas por apresentações culturais Encerramento O festival se encerra no dia 24 de agosto, às 19h, com cerimônia de premiação transmitida ao vivo pelo YouTube. Os vencedores das mostras competitivas receberão prêmios em dinheiro e o Troféu Paschoal Guida, símbolo máximo do festival. Projetos permanentes do MacacuCine Além do festival anual, o MacacuCine mantém iniciativas permanentes que incentivam a formação e o acesso ao audiovisual: MacacuCine nas Escolas – oficinas de cinema em escolas públicas Circula MacacuCine – sessões itinerantes em zonas rurais Macacu Cineclube – exibições com debates em escolas e no Cine Macacu Portal CinEduca – streaming gratuito com filmes escolares e material pedagógico Conecta MacacuCine – mercado-seminário para formação de jovens cineastas
1 de agosto de 2025
No ano Brasil – França, a peça Visitando Camille Claudel, que revisita a história da escultora francesa retorna ao Rio de Janeiro, duas décadas após sua estreia. A atriz Adriana Rabelo retorna aos palcos com a premiada obra Visitando Camille Claudel, um espetáculo que resgata, de forma poética e visceral, a trajetória da escultora francesa cuja genialidade foi silenciada pelo machismo e pela exclusão. A nova temporada acontece de 2 a 25 de agosto, sempre aos sábados, domingos e segundas, às 20h, no Teatro Gláucio Gill, em Copacabana. Na noite de estreia, dia 02, Heloisa Aguiar, Secretária de Estado da Mulher estará presente para um bate papo com o público. Mais do que uma biografia cênica, o monólogo mergulha nas profundezas da trajetória de Camille Claudel, uma artista que ousou ser mulher e profissional em um mundo dominado por homens, e que acabou internada involuntariamente. A montagem, sucesso de crítica e público, escrita e dirigida por Ramon Botelho, entrelaça arte e sofrimento, amor e reclusão, numa narrativa que aborda temas tão urgentes quanto universais. Embora ambientada entre o final do século XIX e o início do XX (1864–1943), a peça traz questões que permanecem dolorosamente atuais: igualdade de gênero, saúde mental, o reconhecimento da mulher no mercado de trabalho e a luta antimanicomial — afinal, ainda hoje, mulheres continuam sendo internadas involuntariamente. Aos domingos, haverá também um debate ao final da peça com a participação de vozes reconhecidas no campo da saúde mental, filosofia, políticas públicas, cultura e pensamento contemporâneo: , Neyza Prochet, Pedro Cattapan e Viviane Mosé.  Serviço Peça: Visitando Camille Claudel Quando: De 2 a 25 de agosto – sábados, domingos e segundas, às 20h Onde: Teatro Gláucio Gill – Praça Cardeal Arcoverde, Copacabana, RJ Ingresso: http://funarj.eleventickets.com/ (escolher Teatro Glaucio Gill e data) Classificação indicativa: 14 anos Debates: após as sessões de domingo