17 de março de 2024

“Angu” volta à cena no Teatro Firjan SESI Centro

 

Após uma bem-sucedida temporada de estreia em 2023, o espetáculo “Angu” volta à cena no Rio de Janeiro em temporada popular. Entre os dias 18 de março e 23 de abril, sempre às segundas e terças-feiras às 19h, a montagem escrita e dirigida por Rodrigo França subirá ao palco do Teatro Firjan Sesi Centro apresentando seis histórias paralelas vivenciadas por pessoas negras gays – ou “bixas pretas”. Com Alexandre Paz e João Mabial no elenco, a peça subverte o olhar social fetichista que objetifica, coisifica, criminaliza e hiperssexualiza as bixas pretas. Para além das denúncias das violências que atingem esta camada da população, a montagem também celebra e agradece ícones como Madame Satã; Gilberto França; o bailarino Reinaldo Pepê; Rolando Faria e Luiz Antônio e Jorge Laffond.



“Retratamos pessoas que só desejam ser o que realmente são. Reforço a palavra ‘pessoas’, pois algumas são tão marginalizadas, que a sociedade não as identifica assim. Ainda há luta para o básico, para se ter dignidade. Mesmo ficcional, são vidas expostas colocando as nuances e subjetividades necessárias, para buscar a humanidade. A peça é um grito. Não necessariamente de socorro, porque acima de tudo existe potência, amor, desejo e intensidade na vida. O espetáculo é um Ebó. Que saiamos do teatro limpos e reequilibrados daquilo que nos oprime, nos aliena, nos engessa de sonhar. Que o Angu nos alimente de reflexões e nos fortaleça de axé”, vibra Rodrigo França.


A ideia do espetáculo nasceu da vontade de falar sobre liberdade e sobre as pessoas que só desejam ser felizes, mas são impedidas porque a busca dessa felicidade tem a ver com liberdade de ser o que se é. “E a liberdade alheia atormenta muita gente. Sendo eu um homem preto e gay, olho pra minha própria existência e me deparo com as lutas que enfrentei buscando ser livre. Dessa auto investigação, surge o desejo de enaltecer esses corpos. Celebrar a nós, bixas pretas, homens gays pretos, que lutamos para afirmar e gozar da nossa existência nesse mundo”, pontua Alexandre Paz, idealizador do projeto ao lado de Nina da Costa Reis.


Em cena, personagens subvertem o esperado: a não-performance do homem negro com a sua masculinidade ultra, mega viril e heteronormativa. Um sargento da Polícia Militar que honra a sua farda, mas tem a sua sexualidade como alvo de piadas para seus colegas; um jovem estudante de enfermagem que se deslumbra com a classe média branca e deseja ser por ela incluído, porém, é somente hiperssexualizado; o sonhador que fica diariamente sentado no banco da rodoviária e se envolve numa tarde de amor em um banheiro público; o menino encantando com o que dizem do seu tio Gilberto, um homem negro gay que desapareceu no mundo para fazer a sua arte longe da família homofóbica; Madame Satã – transformista que teve que largar a arte para viver à margem como malandro da Lapa; e uma homenagem ao Les Étoiles, icônica dupla queer negra brasileira que abriu as portas da Europa para a MPB.


Abordando essas referências artísticas da negritude, a montagem realiza uma espécie de resgate da ancestralidade preta e gay. “O sonho de Madame Satã era ser artista, mas a sociedade não deixou. Nele só se enxergava a violência, porque é o esperado para as pessoas negras. Principalmente quando se é gay. Esta interseccionalidade é demais para um país racista e LGBTQIAPN+fóbico como o nosso. O público vai encontrar um espetáculo muito sincero, para rir e se emocionar, com muita dignidade em cada personagem. Vamos ver um pouco de muita gente que só gostaria de ser feliz, mas não é uma tarefa simples, pois ser bixa preta consterna muita gente. Mesmo assim, vale a pena ser o que é”, reflete João Mabial.


“Ser bixa preta coloca caroço no angu de muita gente, daí o nome da montagem”, revela Rodrigo França. “E angu é ancestral, é aquela comida que mata a fome de quem luta pra ser livre. É alimento. Corpo vazio não fica em pé. E a gente tem fome de viver e ser! Debaixo desse angu tem carne!”, complementa Alexandre. Se a plateia irá curiosa pelo nome apetitoso, não se sabe, mas o desejo de Rodrigo é que elas saiam modificadas pela sua receita cênica. “Existe uma provocação para o espectador olhar para si e pensar no todo. Acho um luxo a possibilidade do público sair diferente de como entrou no teatro. Tento fazer com que as pessoas saiam da zona de conforto. Eu não saberia fazer arte sem relevância social. Sou da filosofia, tenho uma necessidade de provocar reflexões. Creio que a arte deva ocupar este lugar”, encerra França.


SERVIÇO:

  • Temporada: 18 de março a 23 de abril de 2024
  • Apresentações: Segunda e terça-feira às 19h
  • Local: Teatro Firjan Sei Centro
  • Endereço: Av. Graça Aranha, nº 1 – Centro
  • Bilheteria: (21) 2563-4163
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)

 

26 de junho de 2025
 Pouca gente sabe que a construção da Ponte Rio-Niterói envolveu acordos internacionais, presença da realeza britânica e até inspirou sambas e canções românticas. É justamente essa narrativa multifacetada que o público poderá conhecer de perto na exposição Ponte Rio-Niterói: uma Ponte entre Histórias, em cartaz no Memorial Ponte Rio-Niterói, na Ilha da Conceição, em Niterói, e faz parte do acervo permanente do espaço que está aberto ao público gratuitamente. Resultado de uma profunda pesquisa histórica e curadoria em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), a mostra reúne documentos originais, objetos curiosos e conteúdo audiovisual, compondo um retrato completo da construção da Ponte que mudou o eixo urbano do estado do Rio de Janeiro. Um dos grandes destaques é a réplica de um documento inédito, resultado do acordo comercial assinado entre Brasil e Inglaterra para garantir o financiamento da obra. Com esse tratado, o governo brasileiro conseguiu o empréstimo necessário para iniciar os trabalhos. O documento é exibido ao lado de imagens históricas da visita da Rainha Elizabeth II ao Brasil, ocasião em que a pedra fundamental da Ponte foi inaugurada. A exposição também traz um acervo audiovisual composto por reportagens da época, vídeos originais e páginas de jornais e revistas dos anos 1960 e 1970. Esse material oferece um panorama não só técnico, mas também cultural, da repercussão da obra na sociedade brasileira. A Ponte também foi fonte de inspiração artística. A trilha sonora da mostra destaca músicas que homenagearam ou mencionaram o patrimônio histórico, como a composição de Pedro Marcílio, o Marcus Pitter, escrita em 1970, antes mesmo da inauguração, e que fala da distância entre dois apaixonados separados pela Baía de Guanabara. Artistas como Jorge Ben Jor, Tom Zé e Seu Jorge também aparecem na seleção musical. No campo dos objetos, há um conjunto de medalhas comemorativas cunhadas para marcar o avanço das etapas da construção, além de uma miniatura detalhada do DKW Candango, o primeiro carro a cruzar oficialmente a Ponte em 4 de março de 1974. O modelo, feito em metal, resina e plástico, exibe adesivos da Ecex (empresa responsável pela conclusão da obra) e do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), e chama atenção pelo acabamento em tinta automotiva laranja. Cumprindo seu compromisso com a acessibilidade, o Memorial oferece uma maquete tátil da Ponte, além de recursos de áudio e vídeo adaptados para visitantes com deficiência visual e auditiva. Acervo digital disponível ao público Além da visita física, a exposição se estende ao ambiente digital. O site oficial do Memorial Ponte Rio-Niterói — www.memorialponterioniteroi.com.br — traz uma entrega inédita que reforça o valor histórico e educativo do projeto, disponibilizando material que anteriormente só poderia ser acessado mediante consulta. Na aba ACERVO, podem ser encontrados: Fotografias históricas da construção da Ponte (1969–1974); Plantas técnicas originais, organizadas por temas e etapas da obra; Uma compilação de estudos acadêmicos — teses, artigos, livros — produzidos ao longo das décadas sobre a Ponte, abrangendo áreas que vão da engenharia civil à literatura e ao direito. Todo o material foi coletado, digitalizado e estruturado pela equipe do projeto com o objetivo de preservar e democratizar o acesso ao conhecimento sobre um dos maiores símbolos da engenharia brasileira. Serviço Exposição: Ponte Rio-Niterói: uma Ponte entre Histórias Local: Memorial Ponte Rio-Niterói Endereço: Rua Mario Neves, 01 – Ilha da Conceição, Niterói, RJ Período: 16 de abril a 30 de julho Horário de visitação: Terça a sábado, das 9h às 12h e das 14h às 17h Entrada: Gratuita
25 de junho de 2025
Chegando na sua 12ª edição, a 8½ Festa do Cinema Italiano realizará sua pré-estreia na cidade do Rio de Janeiro, no dia 25 de junho, exibindo o longa-metragem “Glória!”. Realizado na Estação NET Rio, a pré-abertura receberá o público para a exibição do filme às 20h50. A Generali é a patrocinadora do evento pela sexta vez, exibindo 11 filmes ao todo. No Rio de Janeiro, a Festa estará presente nas salas dos cinemas Estação NET Gávea, além da Estação NET Rio, entre 26 de junho a 2 de julho. A iniciativa reforça o compromisso da Generali com a valorização da cultura italiana e o fortalecimento de laços com o Brasil. A seguradora, que atua há 100 anos por aqui, já apoiou eventos e espaços como exposições e mostras nesse sentido. Desde 2020, a Generali é a patrocinadora principal da Festa do Cinema Italiano no Brasil, assegurando a viabilização do festival e apoiando seu crescimento. “A Itália faz parte do DNA da Generali. Por meio dessa parceria, demonstramos mais uma vez nosso comprometimento com a cultura, a arte e a conexão entre os países, levando ao público brasileiro filmes que traduzem a pluralidade e a criatividade do cinema do país onde a Generali nasceu”, afirma a Diretora Comercial & Marketing da Generali Brasil, Claudia Lopes. A Festa do Cinema, também irá exibir títulos em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba e Caxias do Sul, dentre outras cidades. O festival é reconhecido como o principal encontro dedicado ao cinema da Itália e oferece ao público uma seleção de obras contemporâneas, encontros com profissionais do setor e exibições exclusivas. Este ano, a amostra recebe como convidado especial o montador italiano Jacopo Quadri, consagrado com o prêmio David di Donatello. Dois filmes dele também serão exibidos no evento, sendo “A Grande Ambição” e “Felicità”. Ao todo, 11 obras estarão disponíveis com destaque a “Vermiglio”, estrado no Festival de Veneza de 2024. A 8½ Festa do Cinema Italiano é uma realização do Ministério da Cultura, da Associação Il Sorpasso e da Risi Film Brasil, com o apoio da Embaixada da Itália, da rede diplomático-consular italiana no Brasil, dos Institutos Italianos de Cultura do Rio de Janeiro e de São Paulo. A organização logística é da Gal Cultural. A campanha de 2025 é inspirada na visão caleidoscópica do artista Bruno Munari, responsável pela elaboração do famoso cartaz da bebida Campari.  O Grupo Generali é um dos maiores do setor de seguros e gestão de ativos do mundo. Fundado em 1831, na Itália, está presente em mais de 50 países, com um total de prêmios de 95,2 bilhões de euros em 2024. Com cerca de 87 mil funcionários e 71 milhões de clientes, tem uma posição de liderança na Europa e uma presença crescente na Ásia e na América Latina.