9 de março de 2024

A Falecida no Teatro Copacabana Palace

 

Escrita em 1953, a peça teatral A Falecida, de Nelson Rodrigues (1912-1980), completou 70 anos em 2023, com uma nova montagem dirigida e idealizada por Sergio Módena e protagonizada por Camila Morgado, que volta ao teatro depois de um hiato de 11 anos distante dos palcos.


Em 2024, Camila Morgado se divide entre o Teatro e a TV. No palco interpreta com maestria a suburbana Zulmira, papel título de A Falecida, e na Telinha, dá vida à personagem Iolanda (a Dona Patroa), no remake da novela Renascer - nova trama das 21hs da Tv Globo.


Esta montagem do clássico A Falecida teve sua estreia nacional no dia 18 de agosto no Sesc Santo Amaro - SP, onde realizou uma temporada de 2 meses com grande sucesso junto à crítica e sessões lotadas.


Em 2024 o espetáculo faz sua estreia na cidade do Rio de Janeiro, com patrocínio da Vivo / Lei Rouanet, no Teatro Copacabana Palace para uma temporada de 23 de fevereiro a 07 de abril.


A montagem teve 05 indicações ao Prêmio FITA 2023, recebendo os prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante – Stela Freitas e Melhor Espetáculo – Juri Popular.


"Eu e Camila somos apaixonados por esse texto e pelo legado de Nelson Rodrigues. E ela é uma atriz “rodrigueana” por excelência, assim como o Thelmo Fernandes. Esta montagem marca a minha primeira direção de uma obra do Nelson. Estamos criando uma encenação atemporal para a peça, que, originalmente, foi escrita em 1953 e se passa no subúrbio do Rio de Janeiro. Mas Nelson vai além da crônica carioca. Ele radiografa a miséria da alma humana, presente nos mais diversos lugares e épocas”

Sergio Módena

diretor e idealizador do projeto


Sinopse

A Falecida apresenta a jornada de Zulmira para realizar o sonho de ter um enterro espetaculoso e mostrar a sociedade que sua família está “bem de vida”. Cenas de flashback se misturam à narrativa presente, numa troca de ambientes que, por vezes, tenciona e, por outras, causa um inusitado e bem-vindo alívio cômico.

 

A Falecida

Temporada de 23/02/2024 a 07/04/2024

Sextas e Sábados às 21h00, e Domingos às 20h00.

Teatro Copacabana Palace

Av. Nossa Senhora de Copacabana, 261 – Copacabana - Rio de Janeiro/RJ.

Tel.: (21) 2548-7070



1 de julho de 2025
Com direção de Alexandre Mello, a obra homenageia o escritor Caio Fernando Abreu em uma reflexão sobre a solidão, a morte e a busca pelo amor nas metrópoles  A busca pelo amor verdadeiro nas grandes metrópoles e a poesia extraída da dor de se sentir só permeiam os textos do jornalista, dramaturgo e escritor gaúcho Caio Fernando Abreu(1948-1996), que deixou umaextensa obra, composta por contos, romances, novelas e peças teatrais.Com direção de Alexandre Mello e roteiro de Hilton Vasconcellos,o espetáculo “Solidão de Caio F.”põe um foco nesse recorte ao unir dois contos do autor sobre o tema (“Uma praiazinha de areia bem clara, ali, na beira do sanga”e “Dama da Noite”), além de cartas escritas entre 1987 e 1990.Depois de duas temporadas com elogios de público e críticos, a peça volta ao cartaz, dia 5 de julho, no Teatro Glauce Rocha, no Centro. Em cena, imagens que evocam uma época de homofobia explícita por conta da desinformação sobre a Aids e agrande dor existencial desta geração que viveu o golpe militar e a decadência das artes e da cultura no país. O projeto conta com apoio do Programa Funarte Aberta. Na trama, um único homem, o escritor, desdobra-se em dois personagens, que estão em um mesmo ambiente, mas não se encontram, por pertencerem a contos diferentes. Os atores Hilton Vasconcellose Rick Yates são cérebro e coração do autor, num mesmo espaço-tempo,contracenando indiretamente. Quando um é autor, o outro é personagem e vice-versa. A encenação optou por explorar uma imagem bastante popular da famosa tela de Van Gogh, que retrata seu quarto, como suporte para a cena de Caio F. Os personagenshabitam esse mesmo quarto, onde suas memórias e impressões do mundo e da vida se expressam através das imagens daqueles tempos. “Este monólogo-tributo foi escrito durante a pandemia, quando apalavra de Caio parecia “gritar pelos cantos’’. Suas crônicas e cartas nos anos 1990 denunciavam aignorância em torno de um vírus, também desconhecido, e desmascaravam a covardia dos que usavam a epidemia para impor o ódio e o preconceito. O universo de Caio é o mesmo dos que insistem em continuar, dos que tentam não sucumbir às mazelas diárias”, descreve Hilton Vasconcellos que, em 2012, ficou oito meses em cartaz na peça “Homens de Caio F.”, dirigida por Delson Antunes. “As palavras de Caio parecem ter sido feitas para as ações que nascem no coração. Tudo ali é à flor da pele e nos emociona. O que é descritivo nos seus textos é cinematográfico, gerando imagens que ativam todos os nossos sentidos. Minha paixão pela obra dele é de longa data”, acrescenta Rick Yates. Caio Fernando Abreu é um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos. Se estivesse vivo completaria 77 anos em 2025. Inovador, Caio F imprimia em seus contos uma narrativa cinematográfica, detalhada, delicada e ácida. O autor integra uma geração que vai dos hippies, passando pelos “punks” e “clubbers”,e acaba devorada pela Aids nos anos de 1980/90. Seus contos têm imagens potentes, são histórias cinematográficas da solidão de seus personagens na selva urbana. “Caio surge como autorsob a censura moralista da decadente ditadura militar no Brasil. Embarca numa espiral de afã por liberdade e justiça, amor livre e luta contra a homofobia, mas sua obra segue uma “via negativa”. Seus personagens são anti-heróis urbanos, “loosers”. A obra de Caio F. responde com sensibilidade à demanda de liberdade de seu tempo e continua atualíssima”, reforça Alexandre Mello Serviço: Espetáculo: Solidão de Caio F Temporada: de 5 a 27 de julho Teatro Glauce Rocha: Av. Rio Branco, 179 - Centro, Rio de Janeiro – RJ Dias e horários: sextas e sábados, às 19h, e domingos, às 18h Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada). Lotação: 204 lugares Duração: 55 minutos Classificação: 12 anos Venda de ingressos: No Sympla(https://www.sympla.com.br/produtor/solidaodecaiof) e na bilheteria do teatro. Horário de funcionamento: de quarta a domingo, das 14h às 19h.
1 de julho de 2025
Com direção de Joana Dória e Lara Coutinho, peça nasceu há um ano, quando a atriz estava no hospital, entre a vida e a morte Com leveza e humor, espetáculo utiliza a doença para discutir questões mais amplas sobre a condição humana A experiência de quase morte é o ponto de partida de “Na Quinta Dor”, espetáculo que estreia em 4 de julho no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), no Centro do Rio, para curta temporada, com apresentações sextas e sábados, às 19h, até o dia 26 do mesmo mês. Sob a direção de Joana Dória e Lara Coutinho, a atriz Dora de Assis, que também assina a dramaturgia, visita as memórias de uma vivência dolorosa numa tentativa de reelaborar o que viveu. Em menos de dois meses, no último ano, Dora passou por três internações e duas cirurgias, que deixaram cicatrizes em sua pele e em sua história, que a fizeram repensar a vida e revisitar também suas lembranças escolares, na infância de adolescência, e como professora de artes para turmas de crianças pequenas. Mas que ninguém espere um espetáculo pesado. Apesar de tratar de um assunto trágico – uma sucessão de situações hospitalares em um curto período de tempo, que teve início com uma amigdalite que se transformou em um abscesso retrofaríngeo, seguida de uma sutura no pé e logo depois, uma apendicite que revelou um câncer no órgão — “Na Quinta Dor” trata desses e outros temas com humor e leveza. A dramaturgia usa a internação, a doença e a quase morte como metáforas para discutir questões mais amplas sobre a condição humana. Por meio de relatos pessoais, que envolvem a vivência como artista e educadora de arte, e da influência que os acontecimentos hospitalares tiveram diante de sua vida e trabalho, Dora se desdobra em relatos a fim de estabelecer uma relação mais íntima entre o existir, o fazer artístico e o trabalho educacional através do risco, no sentido do ímpeto, como possibilidade única de ação. Dora sofreu negligência e violência médica. A situação, que já era delicada, se agravou ainda mais. Mas o foco do espetáculo não é esse, mas passa por esse lugar. ‘Na Quinta Dor’ fala, com leveza e humor, sobre os impactos que o corpo sofre e o que permanece nele. “A cena permite que eu entre em contato com tudo o que eu sofri de uma maneira diferente, não apenas o que aconteceu comigo, mas através de mim e o que estou fazendo com tudo isso. Quis fazer do riso uma arma. O humor pode ser uma estratégia de sobrevivência e de combate à violência, de não querer admitir a derrota. Isso tem a ver com meu trabalho e como minha conduta de vida. A peça fala sobre isso também”, adianta Dora de Assis. “O espetáculo faz um paralelo com a educação, sistema que tem um papel fundamental na formação do indivíduo. Mas que também pode trazer danos que carregamos conosco a longo prazo”, completa. “Na Quinta Dor” está associada ao Trabalho de Conclusão de Curso de Dora de Assis em Licenciatura em Artes Cênicas. O cenário, uma criação coletiva de toda equipe, é composto por 70 sacos transparentes pendurados, repletos de líquidos e diversos elementos como gaze, esparadrapos e remédios. Ao longo do espetáculo, eles são manipulados e gotejam, remetendo a fluidos como sangue, soro e lágrimas, e à rotina hospitalar. O figurino, idealizado por Rui Cortez e Lucília de Assis — multiartista, integrante do grupo O Grelo Falante, e mãe de Dora —, que, assim como a cenografia, representa o momento conturbado enfrentado pela protagonista: um macacão, costurado com retalhos e apliques variados, simboliza os órgãos vitais, os procedimentos cirúrgicos e as cicatrizes consequentes de todo processo. Dora de Assis é filha de Alexandre Dacosta e Lucília de Assis, casal de multiartistas conhecidos por seu trabalho em diversas áreas, incluindo teatro, música e artes visuais. Juntos, Alexandre e Lucília criaram a dupla Claymara Borges & Heurico Fidélis, uma sátira ao sucesso convencional que performou em diversos programas de TV, gravou álbum, escreveu livro, fez teatro e exposição de artes visuais. Em 2024, meses antes da internação de Dora, pai, mãe e filha apresentaram, em família, o espetáculo “Felicidade à Venda”, uma reflexão cômica em torno do marketing da venda de fórmulas mágicas de sucesso. Além de Lucília coassinar o figurino de “Na Quinta Dor”, seu namorado Bruno Fidalgo é responsável pela trilha sonora do espetáculo e seu irmão, Tomás Dacosta, escreveu uma das músicas da montagem. “Eu não acho que sou artista só por causa dos meus pais, mas é muito por eles também, claro, porque, para mim, essa é a única maneira de viver que me foi apresentada. Eles me ensinaram que é possível ser artista não apenas pelo ofício, mas pela oportunidade de fazer da vida uma obra de arte, uma experiência artística. Tem muito mais a ver com a maneira como você experiencia as coisas e se relaciona com as pessoas”, define. FICHA TÉCNICA Dramaturgia e atuação: Dora de Assis Direção: Joana Dória e Lara Coutinho Direção de movimento: Henrique Arruda Figurino: Rui Cortez e Lucília de Assis Trilha sonora: Bruno Fidalgo e Tomás Dacosta Luz: Gabriel Rochlin Técnica de palco: Giulia Padovan e Fernanda Cabral Assessoria de imprensa: Catharina Rocha Operador de som: Bruno Fidalgo Operadora de luz: Julia Morais SERVIÇO Espetáculo: “Na Quinta Dor” Temporada: de 4 a 26 de julho de 2025 Apresentações: sextas e sábados, às 19h Local: Centro Cultural da Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241 – Centro. Tel.: (21) 3261-2550 Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$30 (meia). Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 90 min. Instagram: @naquintador