26 de dezembro de 2024

24 anos depois, especial de Natal de Os Simpsons corrige um dos piores erros da série

Existem momentos em que os especiais de fim de ano conseguem entregar mais do que um episódio festivo. Entre músicas típicas, reencontros familiares e o clima de harmonia, algumas produções aproveitam o período para desfazer nós do passado ou acrescentar algo novo à jornada de seus personagens.


Em muitos casos, as festividades são apenas um pano de fundo para tramas que exploram emoções mais profundas. Mesmo em meio a risadas e situações cômicas, os roteiristas podem escolher direcionar o olhar para dramas não resolvidos, oferecendo uma segunda chance a histórias que antes pareciam mal encerradas.


A 36ª temporada de Os Simpsons decidiu seguir esse caminho. O mais recente especial de Natal do desenho utilizou elementos típicos dessa época para consertar uma falha que incomodava a audiência há mais de duas décadas. Em um seriado reconhecido por sua longa duração, era de se esperar que alguns erros passassem despercebidos. No entanto, dessa vez, os criadores optaram por colocar as cartas na mesa.


Até então, o programa sempre lidou com despedidas de forma pontual. Personagens raramente são permanentemente removidos, pois isso afeta o equilíbrio da narrativa. A exceção mais controversa ocorreu no início dos anos 2000, quando decidiram encerrar de maneira brusca o arco de uma figura muito próxima de Ned Flanders. Desde então, críticas sobre a decisão nunca deixaram de aparecer.


A morte de Maude Flanders foi vista por muitos como um ponto fora da curva. A justificativa oficial envolvia bastidores, mas o resultado foi um enredo que não aproveitou o potencial dramático da perda para o desenvolvimento de Ned. O tema se tornou uma espécie de “fantasma” na série, pois pouco se discutiu o impacto emocional que esse acontecimento poderia ter para um dos personagens mais tradicionais da vizinhança de Springfield.


A redenção de Ned Flanders


Agora, no episódio “O C’mon All Ye Faithful”, o clima natalino serviu como portal para revisitar o luto de Ned de maneira mais profunda. Em vez de ser apenas um senhor religioso e otimista, ele enfrentou uma crise de fé que o aproximou de uma humanidade raramente vista até então. O público pôde observar como a memória de Maude — e também de Edna Krabappel, sua segunda esposa falecida — ainda o assombra.


O enredo surpreende ao mostrar um lado mais frágil de Ned. Situações cômicas dão espaço a cenas introspectivas em que ele revela sentimentos guardados por muito tempo. Assim, a série aproveita para expor quanto sofrimento foi silenciado em temporadas anteriores, oferecendo uma forma de reconciliação tardia com a história original.


Outro ponto de destaque é o apoio que Ned recebe de pessoas próximas. Há diálogos que ressaltam como a perda de alguém querido não desaparece com o tempo, mas pode inspirar mudanças de comportamento. Os roteiristas souberam dosar humor e sensibilidade, resultando em uma sequência de cenas que mantêm a identidade cômica do desenho sem subestimar a profundidade do tema.


Esse ajuste na trajetória de Ned Flanders simboliza um cuidado renovado por parte da equipe de produção. Em vez de tratar o luto como algo trivial, a série torna esse sentimento um elemento essencial para o arco do personagem.


O especial de Natal surpreende ao reparar um erro que muitos já haviam esquecido, e usar disso para entregar um episódio especial produnfamente emocional e sincero. O retorno a esse acontecimento trágico em tom reflexivo reforça que Os Simpsons, além de ser uma animação pautada pelo sarcasmo e pela sátira, têm espaço retratar assuntos sérios e delicados de forma genuína.


O Especial de Natal dos Simpsons está disponível no Disney+.



29 de maio de 2025
Com inscrições abertas até segunda-feira (02/06), o edital Prêmios Cultura Viva é uma oportunidade para fazedores de cultura impulsionarem seus projetos. Oferecida pela Prefeitura de Niterói, a iniciativa vai fomentar Pontos e Pontões de Cultura com R$ 760 mil. Ao todo, serão selecionados 40 projetos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma do Colab. O edital integra a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB/MinC) e é conduzido pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC). “Os Pontos e Pontões são uma parte essencial da nossa rede de cultura em Niterói. Através dos recursos da Lei Aldir Blanc, lançamos dois editais que somam mais de R$ 3 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento da produção cultural na cidade. Para a Prefeitura de Niterói, investir nesses espaços é um passo importante para impulsionar quem luta pela cultura na ponta, junto da população”, reforçou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O Edital Prêmios Cultura Viva vai reconhecer e premiar 40 iniciativas culturais de base comunitária desenvolvidas por pessoas jurídicas sem fins lucrativos ou por coletivos culturais informais representados por pessoas físicas. Cada uma das 40 selecionadas receberá R$ 19 mil. O edital também estabelece cotas para garantir a diversidade entre os premiados, com vagas reservadas para pessoas negras, indígenas, com deficiência, mulheres e trans. Também parte das ações integradas à PNAB, a Prefeitura lança o Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Serão destinados R$ 2.250.000,00 para apoiar 45 projetos culturais apresentados exclusivamente por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que estejam estabelecidas em Niterói e tenham finalidade artística e cultural. Ao todo, os dois editais somam R$ 3 milhões de investimento. “Os Pontos e Pontões de cultura da cidade são verdadeiros guardiões das culturas tradicionais e de base comunitária. Preservam a memória, a história e o fazer artístico de Niterói. Este edital dedicado a esses mestres e mestras é uma forma de garantir o direito à cultura àqueles que se dedicam em manter viva nossa herança cultural”, afirmou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. As inscrições são realizadas por meio da plataforma Colab, ferramenta digital que conecta cidadãos e governos com foco em cidadania digital e governança colaborativa. O edital também será disponibilizado em Libras, garantindo acessibilidade nas informações. Para apoiar os proponentes no processo de inscrição, a Secretaria das Culturas promoverá atendimentos presenciais na quinta-feira (29), às 17h, no Espaço EcoCultural, na Região Oceânica, e no sábado (31), das 10h às 14h, na Casa Cultura é um Direito, no Ingá.
27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff