9 de setembro de 2023

Romance vai te levar a uma viagem ao Rio de Janeiro dos anos 1990

Em "Bas Fond - Um conto urbano e suburbano", Felipe Benício tece críticas à moral e aos costumes com um enredo policial ambientado no Rio de Janeiro dos anos 1990

No livro os leitores imergem no passado de um Rio de Janeiro que se distancia da alcunha de “cidade maravilhosa”. Ambientado na década de 1990, o livro escrito por Felipe Benício mescla elementos das narrativas policiais e de mistério para contar a história de um crime que estremece a sociedade brasileira apegada aos bons costumes.

No enredo, Mário Mariano é um jornalista recém-formado que, sem muitas oportunidades, aceita um trabalho como repórter em um jornal prestes a falir. Durante os primeiros dias no novo cargo, publica uma matéria exclusiva sobre uma prostituta vítima de abuso sexual. Mas, com as atualizações do caso, o protagonista inexperiente vai descobrir o envolvimento de nomes importantes da polícia da região, ao mesmo tempo que expõe as desigualdades sociais e de poder na capital.

Desterro angustiava-se lembrando dos tempos de dureza, em que fora obrigada a trabalhar como telefonista, secretária e manicure, morando em Costa Barros, sempre longe do trabalho da vez. O dinheiro mal dava para pagar aluguel e alimentação em uma pequenina casa de dois cômodos, sem banheiro, perto do Morro da Pedreira. (Bas Fond – Um conto urbano e suburbano, pg. 64)

Esta narrativa é inspirada nas vivências pessoais do autor, que começou a carreira como repórter policial. A partir do contato direto com o ofício, ele traça um panorama histórico do jornalismo brasileiro. A trama também conta com detalhes descritivos do Rio de Janeiro: mesmo aqueles que nunca conheceram a cidade caminham junto com os personagens pelo Catete, bairro que, no passado, sediou o palácio da Presidência da República.

Felipe Benício utiliza vários recursos narrativos para complementar a leitura, como os flashbacks, que levam o público do subúrbio carioca até a alta sociedade de Belém nos anos 1960. Além disso, os capítulos são curtos: alternam pontos de vista entre os narradores e os diálogos são diretos para se aproximar da crueza da realidade. Mas a trajetória de Mário Mariano não acaba em Bas Fond: novos livros darão continuidade ao percurso profissional do jornalista, que se conectará a outros momentos-chave da história brasileira.


FICHA TÉCNICA

Título: Bas Fond – Um conto urbano e suburbano
Autor: Felipe Benício
Editora: Ases de Literatura
ISBN: 978-65-54282-31-4
Páginas: 156
Preço: R$ 43,90 (físico) | R$ 24,99 (e-book)
Onde comprar:
Amazon

 

13 de setembro de 2025
Com sua voz grave e inigualável, Jovelina Pérola Negra (1944-1998) se tornou um ícone do samba de partido-alto e do pagode carioca. Cantora e compositora, Jovelina teve uma trajetória artística inspiradora, abrindo caminho para outras vozes femininas no gênero. Sua obra valorizou as raízes do samba, representando a força do subúrbio e da mulher negra na música brasileira. Para reverenciar a vida e a obra dessa mulher singular, o jornalista e escritor Leonardo Bruno repete a parceria com o diretor Luiz Antonio Pilar —, iniciada com o premiado “Leci Brandão – Na Palma da Mão”, vencedor do Prêmio Shell na categoria Direção — para apresentar o musical “A Pérola Negra do Samba”, que estreia em 20 de setembro no Teatro Carlos Gomes, no Centro do Rio. As apresentações acontecem quintas e sextas, às 19h, e sábados e domingos, às 17h, até 9 de novembro. Em cena, a atriz, cantora e compositora Afro Flor interpreta Jovelina. Ela divide o palco com Thalita Floriano, Fernanda Sabot e Thiago Thomé, que dão vida a pessoas marcantes da vida e carreira da artista, como sua família e personalidades como Clementina de Jesus, grande inspiração de Jovelina. Com muito bom humor, a peça é construída a partir das músicas de Jovelina e tem como narradora a Dona Cebola, personagem de “Feirinha da Pavuna”, uma das mais conhecidas da cantora. Essa canção abre o espetáculo e inspira o cenário e o figurino, que remetem ao colorido universo das feiras livres do subúrbio carioca, com seus caixotes e placas com letras em filete. Outros sucessos como “Bagaço da Laranja”, “Sorriso Aberto” e “Luz do Repente” também estão na montagem, assim como lados B como “Amigos Chegados”, “Flor Esmaecida” e “Samba Guerreiro”. Mais de 20 músicas costuram a dramaturgia do espetáculo. Além dos quatro atores-cantores, estão no palco os seguintes músicos: Matheus Camará (violão) e Rodrigo Pirikito (cavaco), dupla que assina a direção musical de “A Pérola Negra do Samba”, Daniel Esperança (teclado), Wesley Lucas (bateria), Pedro Ivo (percussão) e Thainara Castro (percussão). “A Pérola Negra do Samba”  • Temporada: de 20 de setembro a 9 de novembro de 2025 • Apresentações: quintas e sextas, às 19h, e sábados e domingos, às 17h. • As sessões de sábado contam com intérprete de Libras e audiodescrição. • Local: Teatro Carlos Gomes – Praça Tiradentes, s/n° – Centro Ingressos: • R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) – Plateia • R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) – Balcão Bilheteria online: https://bit.ly/4nkcK2s
13 de setembro de 2025
O Theatro Municipal do Rio de Janeiro será novamente território para uma experiência notável e emocionante. Com direção, roteiro e coreografia de Roberto Lima — que também integra o elenco formado por artistas da vanguarda do TMRJ, Kabarett ao Revés une dança, música e teatro em um formato simplesmente avassalador, especialmente para aqueles que ainda se prendem à ideia de exclusão etária na arte da dança. A iniciativa nasceu em maio de 2025, quando a bailarina solista Irene Orazem do TMRJ, em trajetória ativa há mais de 70 anos, compartilhou com Roberto Lima – Bailarino do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, seu desejo de criar algo especial para celebrar seu marco artístico. O resultado não poderia ser outro: a obra foi além de uma homenagem e tornou-se um manifesto cênico sobre o tempo, a potência da arte e a presença única que cada corpo emana. Com um elenco formado por artistas 60+ integrantes dos corpos estáveis da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o espetáculo rompe preconceitos, quebra paradigmas e reafirma um fato inegável: a arte desconhece os limites impostos pela palavra ‘idade’. Cada gesto, cada movimento e cada nota desafiam a ideia de fronteiras nas artes da cena, revelando, ao contrário, uma potência singular que apenas a experiência e a maturidade podem oferecer. Serviço: Local: Salão Assyrio – Theatro Municipal do Rio de Janeiro Categoria: Teatro Musicado / Divertissement Data: 14 de setembro Horário: 11h da manhã R$ 40,00 inteira / R$ 20,00 meia