27 de setembro de 2025

‘Slow Horses’ eleva padrão das séries de espionagem com segundo Emmy e 5ª temporada

Emmy, quinta temporada confirmada e Gary Oldman no seu melhor papel da TV consolidam a produção como referência em espionagem


Quando Slow Horses estreou discretamente no Apple TV+ em 2022, poucos imaginavam que a série se tornaria uma das produções mais aclamadas do streaming. O reconhecimento veio em 2024, quando Will Smith* (o roteirista britânico, não o ator) conquistou o Emmy de Melhor Roteiro em Série Dramática. Neste ano, foi a vez de Adam Randall levar o prêmio de Melhor Direção em Série de Drama pelo episódio ‘Hello Goodbye’, consolidando a produção britânica como referência que reinventou o gênero de espionagem.


“Apesar do meu nome, eu vim em paz“, brincou o roteirista Will Smith em seu discurso de agradecimento no Emmy 2024, arrancando risadas da plateia ao fazer referência à polêmica do tapa entre o ator homônimo e Chris Rock no Oscar de 2022.


A quinta temporada, confirmadíssima, estreia em 24 de setembro de 2025, e promete manter o alto padrão que transformou esta adaptação dos livros de Mick Herron em fenômeno crítico. O sucesso é tão grande, que uma sexta temporada já foi confirmada, fazendo com que Slow Horses se estabeleça como uma das apostas mais certeiras do Apple TV+, conquistando tanto público quanto crítica especializada.


Os “pangarés” que roubaram a cena


O grande trunfo da série reside na sua proposta singular: ao invés de seguir agentes glamurosos em missões espetaculares, acompanhamos os ‘pangarés’ (uma tradução livre para slow horses) do MI5. Esses espiões são os que cometeram erros graves e acabam sendo ‘transferidos’ para a ‘Slough House’, um departamento onde as carreiras acabam. É neste cenário aparentemente desolador que encontramos alguns dos personagens mais cativantes da ‘televisão’ (porque hoje também temos streamings, acho estranho só falar televisão) atual.


Gary Oldman entrega possivelmente sua melhor performance como Jackson Lamb, o chefe excêntrico deste departamento que equilibra genialidade e grosseria de forma magistral. Ele, que foi vencedor do Oscar por interpretar Winston Churchill (A Hora Mais Escura de 2017), Oldman encontra em Lamb um personagem que permite explorar nuances cômicas e dramáticas com igual maestria. Suas manias irritantes (incluindo os famosos peidos que incomodam toda a equipe) se tornam elementos orgânicos de um líder brilhante disfarçado de desleixado.


O elenco de apoio não fica atrás. Jack Lowden (da minissérie Orgulho e Preconceito da Netflix) constrói River Cartwright como jovem espião determinado a redimir erros do passado, enquanto Rosalind Eleazar (Rellik), Christopher Chung (West Side Stories), Aimee-Ffion Edwards (Luther) e Kadiff Kirwan (Não fale com estranhos) formam uma equipe disfuncional que funciona perfeitamente na tela. A quarta temporada trouxe especial destaque para a relação entre River e seu avô David (Jonathan Pryce – de 007 e Dois Papas), abordando demência senil com sensibilidade rara no gênero.


Kristin Scott Thomas (Fleabag) e Olivia Cooke (Motel Bates) completam um elenco que não se intimida em interpretar personagens imperfeitos. É precisamente nessas falhas que reside o charme da série: transformar marginalizados em heróis improváveis, sem romantizar suas limitações.

 

Um roteiro inteligente que respeita o espectador


Will Smith (o roteirista, não o ator, só para não esquecerem de quem eu falo) e sua equipe merecem destaque especial pelo texto que nunca subestima a audiência. Os diálogos afiados equilibram humor e tensão de forma orgânica, criando momentos cômicos que aliviam a pressão sem quebrar o ritmo narrativo. O Emmy de Melhor Roteiro não foi uma conquista casual, afinal, cada linha escrita serve a um propósito maior da história final.


A série britânica constrói suas reviravoltas de forma honesta, sem recursos baratos ou choques gratuitos. Quando personagens são eliminados (não se assustem e não se apeguem porque isso acontece com frequência – talvez seja o efeito ‘Shonda Rhimes’), suas mortes servem ao propósito narrativo e ao senso de urgência que permeia o trabalho de espionagem.


Uma direção precisa e produção impecável


Adam Randall, premiado no Emmy 2025 por sua direção na quarta temporada, demonstra domínio total sobre o material. Suas sequências de ação são coreografadas com precisão, enquanto momentos intimistas recebem tratamento igualmente cuidadoso. A tensão criada é quase palpável, resultado de direção segura que transita entre diferentes registros sem tropeços.


A produção não economiza em qualidade técnica, entregando perseguições e confrontos dignos do cinema, provando que ‘televisão’ pode rivalizar com grandes produções cinematográficas quando existe talento envolvido.


O futuro promissor dos “pangarés”


Com quinta temporada chegando em setembro e sexta já confirmada, Slow Horses se estabelece como uma das melhores séries de espionagem da atualidade. A expectativa é que continue explorando as nuances de seus personagens complexos, mantendo o equilíbrio entre suspense, humor e crítica social que a tornou referência no gênero.


Para quem busca espionagem inteligente, longe dos clichês hollywoodianos, Slow Horses representa o que há de melhor na ‘televisão’ contemporânea. É uma produção que prova ser possível reinventar fórmulas estabelecidas quando há talento, dedicação e respeito pelo público envolvidos. Os prêmios Emmy apenas confirmam o que os espectadores já sabiam: esta série merece estar no topo das listas de qualquer amante do gênero.

27 de dezembro de 2025
Uma pintura que marcou a estreia cinematográfica de Star Wars alcançou valor recorde em leilão realizado pela Heritage Auctions, na cidade de Dallas, estabelecendo novo patamar tanto para colecionáveis da franquia quanto para arte promocional cinematográfica. A obra original, criada por Tom Jung utilizando técnicas de acrílico e aerógrafo, foi arrematada por impressionantes US$ 3,875 milhões na última quarta-feira. Esta peça histórica representa o primeiro contato visual que o público teve com o universo criado por George Lucas, tendo sido veiculada em anúncios impressos no dia 13 de maio de 1977 — apenas 12 dias antes da estreia do longa-metragem que revolucionaria o cinema de ficção científica. O valor alcançado superou a marca anterior de US$ 3,6 milhões, registrada em setembro passado pela venda do sabre de luz utilizado por Darth Vader nas produções “O Império Contra-Ataca” e “O Retorno de Jedi”. Segundo informações divulgadas pela casa de leilões, trata-se também do maior montante já desembolsado por arte promocional cinematográfica em toda a história. Gary Kurtz, produtor falecido em 2018, preservou a pintura original durante décadas, inicialmente exposta em seu escritório localizado em San Rafael, Califórnia, antes de transferi-la para sua residência familiar. A obra permaneceu como herança de sua filha, e a família decidiu colocá-la à venda pela primeira vez, com lance inicial estabelecido em US$ 1 milhão. “Para a grande maioria dos norte-americanos, esta imagem representou o primeiro encontro com aquela galáxia distante”, afirmou Charles Epting, diretor de consignações de cultura pop e itens históricos da Heritage Auctions. O arrematante preferiu manter o anonimato e efetuou o lance vencedor através da plataforma online da casa leiloeira. A composição artística apresenta Luke Skywalker empunhando um sabre de luz em posição protetora diante da Princesa Leia, enquanto a figura imponente de Darth Vader domina o plano de fundo. Complementam a cena caças estelares X-wing e o momento em que Han Solo e Skywalker recebem suas condecorações. Em decisão de última hora, Jung incorporou os droides R2-D2 e C-3PO no canto inferior direito da pintura. Curiosamente, estes personagens robóticos estão ausentes das primeiras reproduções, mas aparecem tanto no pôster oficial quanto nos outdoors produzidos aproximadamente entre junho e julho de 1977.
27 de dezembro de 2025
Desde sua estreia, em janeiro de 2024, no Teatro Poeira, Lady Tempestade teve sessões esgotadas por onde passou e uma impressionante repercussão na imprensa, tendo realizado cerca de 150 apresentações e ultrapassado a marca dos 70 mil espectadores. Na trama, Andrea Beltrão interpreta A., uma mulher que recebe, de forma inesperada, os diários de Mércia e se vê atravessada por relatos de coragem e resistência. As anotações despertam questões ligadas à memória coletiva, à justiça social e ao futuro. Em uma das passagens mais impactantes, o áudio real de uma mãe que perdeu o filho em 2022 dá ao espetáculo uma dimensão contemporânea da violência ainda praticada pelo Estado. SERVIÇO ‘Lady Tempestade’ – com Andrea Beltrão Temporada: de 03 a 11 de janeiro de 2026 Teatro Casa Grande – Av. Afrânio de Melo Franco, 290/Loja A – Leblon – RJ Horário: Quintas, Sextas e Sábados às 20h | Domingos às 19h Duração: 70 minutos | Classificação: 12 anos | Capacidade: 950 lugares Ingressos: palco (R$200) | plateia vip e camarote (R$180) | plateia setor 1 (R$160) | balcão (R$120) Bilheteria: Quarta, das 12h às 18h | Quintas e Sextas, das 15h às 20h30 | Sábados, das 15h às 20h30 | Domingos, das 15h às 18h30 Vendas online: www.eventim.com.br