2 de novembro de 2022

Semana de Arte Favelada No Theatro Municipal do Rio

As favelas são universos a parte de toda sociedade e carregam, dentro de si, uma multiplicidade de artes, culturas, movimentos e sentimentos. Pensando nessa multiplicidade de atores e produtos periféricos, foi criada a Semana de Arte Favelada (SAF), que será realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e no Complexo de Favelas da Maré, entre os dias 2 e 29 de novembro, com programação totalmente gratuita. 


A SAF é uma releitura da Semana de Arte Moderna, que aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, e 100 anos depois o Theatro Municipal do Rio recebe a Semana de Arte Favelada, que objetiva dar protagonismo aos produtores culturais favelados e periféricos, das mais diversas vertentes artísticas, visando dar mais oportunidades e visibilidade a quem produz cultura dentro das quebradas, valorizando artistas e coletivos. 


A primeira edição será no Theatro Municipal e no Complexo de Favelas da Maré, sob os apoios dos editais ‘Retomada Cultural RJ 2’ e ‘Municipal em Cena’, ambos da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Secec RJ), com programação diversificada e estruturada em três eixos principais: Artes visuais: Exposição de fotos, pinturas, esculturas e demais expressões da arte visual com programação educativa; Artes Cênicas: Festival Multilinguagem composto de 10 atrações culturais de dança, música e teatro; e Arte Literária: Seleção de 25 textos de autores favelados para lançamento de um e-book e participarem do sarau literário.

Na celebração do Dia da Favela, comemorado dia 4 de novembro, será exibido o filme Marte Um, produção indicada pelo Brasil para concorrer ao Oscar 2023, na Sessão de Cria. Além de Marte Um, também serão exibidos os filmes “Expresso Parador” e “Noite das Estrelas”, no Museu da Maré, a partir das 18h.


Para o articulador social, idealizador e diretor geral da SAF, Wellington de Oliveira, o evento é mais uma mostra da potência que as favelas representam no Brasil e revela o objetivo principal da SAF. “É com o desejo de projetar toda a cultura potente presente nas favelas que nasce a Semana de Arte Favelada, que visa romper com a lógica mercadológica, evidenciando assim que arte favelada já acontece, mas de acordo com nossas próprias formas e estruturas”, enfatiza. 


O processo


A seleção artística das obras foi realizada por editais e conta com uma seleção de curadoria para cada eixo temático e uma das exigências é que 50% das vagas sejam preenchidas por artistas dos territórios onde a edição é realizada. Wellington lembra que todo processo criativo periférico vem cercado de dificuldades e impossibilidades, mas cada oportunidade precisa ser abraçada e aproveitada. 


“É na guerrilha que temos construído a SAF, com poucos investimentos, mas sabendo que é o momento de plantar a semente, na esperança de poder contemplar o seu crescimento, certos de que a colheita será abundante e de ótimos frutos. Meu maior legado é poder ver o protagonismo da favela, ainda mais no campo da arte, contribuindo para desmistificar o olhar hegemônico para nossos territórios de origem”, explica Wellington de Oliveira, produtor.


“Com a Semana de Arte Favelada queremos reivindicar o direito de nós, artistas favelados e periféricos, historicamente marginalizados e invisibilizados, acessarmos e produzirmos ARTE. Quebrar a elitização das manifestações artísticas é uma estratégia de (re)existência que nos possibilita a construção de novas/nossas próprias narrativas”, finaliza. 



29 de maio de 2025
Com inscrições abertas até segunda-feira (02/06), o edital Prêmios Cultura Viva é uma oportunidade para fazedores de cultura impulsionarem seus projetos. Oferecida pela Prefeitura de Niterói, a iniciativa vai fomentar Pontos e Pontões de Cultura com R$ 760 mil. Ao todo, serão selecionados 40 projetos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma do Colab. O edital integra a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB/MinC) e é conduzido pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC). “Os Pontos e Pontões são uma parte essencial da nossa rede de cultura em Niterói. Através dos recursos da Lei Aldir Blanc, lançamos dois editais que somam mais de R$ 3 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento da produção cultural na cidade. Para a Prefeitura de Niterói, investir nesses espaços é um passo importante para impulsionar quem luta pela cultura na ponta, junto da população”, reforçou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O Edital Prêmios Cultura Viva vai reconhecer e premiar 40 iniciativas culturais de base comunitária desenvolvidas por pessoas jurídicas sem fins lucrativos ou por coletivos culturais informais representados por pessoas físicas. Cada uma das 40 selecionadas receberá R$ 19 mil. O edital também estabelece cotas para garantir a diversidade entre os premiados, com vagas reservadas para pessoas negras, indígenas, com deficiência, mulheres e trans. Também parte das ações integradas à PNAB, a Prefeitura lança o Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Serão destinados R$ 2.250.000,00 para apoiar 45 projetos culturais apresentados exclusivamente por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que estejam estabelecidas em Niterói e tenham finalidade artística e cultural. Ao todo, os dois editais somam R$ 3 milhões de investimento. “Os Pontos e Pontões de cultura da cidade são verdadeiros guardiões das culturas tradicionais e de base comunitária. Preservam a memória, a história e o fazer artístico de Niterói. Este edital dedicado a esses mestres e mestras é uma forma de garantir o direito à cultura àqueles que se dedicam em manter viva nossa herança cultural”, afirmou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. As inscrições são realizadas por meio da plataforma Colab, ferramenta digital que conecta cidadãos e governos com foco em cidadania digital e governança colaborativa. O edital também será disponibilizado em Libras, garantindo acessibilidade nas informações. Para apoiar os proponentes no processo de inscrição, a Secretaria das Culturas promoverá atendimentos presenciais na quinta-feira (29), às 17h, no Espaço EcoCultural, na Região Oceânica, e no sábado (31), das 10h às 14h, na Casa Cultura é um Direito, no Ingá.
27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff