18 de dezembro de 2024

Romance ambientado no início dos anos 70 aborda temas da atualidade

Em "Spoiler", Fernando Machado, que começou a escrever com 75 anos de idade, se debruça sobre racismo, homofobia e transfobia, para contar a história de homem que descobre que o afeto é mais poderoso do que qualquer ideia pré-concebida sobre algo



                                   

Ambientada no início dos anos 70, uma época em que velhos preconceitos começam a se sufocar com os ares de um novo modo de pensar e agir, “Spoiler”, segundo romance ficcional do escritor Fernando Machado, publicação da Editora Labrador, narra a história de um homem conservador, que ao tentar manter velhos hábitos acaba sendo atraído por seus temores mais profundos e desejos mais recônditos. Dr. Clovis Valancy de Oliveira Filho é o seu nome. Ele é dono de um cartório, na cidade de São Paulo, casado com Valentina e pai de três filhos: Clovico, seu primogênito, Laura e Caetano. Está plenamente satisfeito com uma vida notabilizada pela estabilidade e com uma família que considera perfeita. Mas um integrante familiar que transgride, um despertador que para de funcionar, coloca tudo a perder.


Certo dia, após voltar do trabalho, dr. Clóvis é informado pela esposa que Clovico fora flagrado pela irmã usando o vestido dela. Preconceituoso, conservador, homofóbico, o dono do cartório sente que o seu mundo está prestes a desmoronar. Posteriormente, quando seu relógio despertador de corda deixa de funcionar, o protagonista da trama vê nesse prosaico episódio o sinal de que nada mais será como antes. Lentamente, perde o gosto pela vida e tudo que fazia de modo metódico e rotineiro, e por isso mesmo adorava, como sentar-se no mesmo lugar do ônibus durante o trajeto para o trabalho, assinar documentos no cartório, pintar telas no escritório e fazer sexo com sua esposa, deixam de fazer sentido.



Um despretensioso encontro com um velho conhecido é o estopim para que dr. Clóvis transforme sua vida radicalmente. O dono do cartório é informado pelo amigo dos tempos de escola que seu nome havia sido envolvido em uma “brincadeira” que tomou rumos inesperados. Por conta de uma “mentirinha”, relata o companheiro de priscas eras, havia recebido um telefonema de uma pessoa misteriosa, que prometia lhe fazer um procedimento clandestino, lhe dar um novo nome, uma nova ocupação, um novo lar. O problema é que no momento de contar o nome ao estranho no telefone disse que se chamava Clóvis Valancy.  O que era para ser apenas uma “pegadinha” entre amigos se transforma na grande chance de o protagonista escapar de uma realidade que lhe parece cada vez mais sufocante.

29 de maio de 2025
Com inscrições abertas até segunda-feira (02/06), o edital Prêmios Cultura Viva é uma oportunidade para fazedores de cultura impulsionarem seus projetos. Oferecida pela Prefeitura de Niterói, a iniciativa vai fomentar Pontos e Pontões de Cultura com R$ 760 mil. Ao todo, serão selecionados 40 projetos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma do Colab. O edital integra a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB/MinC) e é conduzido pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC). “Os Pontos e Pontões são uma parte essencial da nossa rede de cultura em Niterói. Através dos recursos da Lei Aldir Blanc, lançamos dois editais que somam mais de R$ 3 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento da produção cultural na cidade. Para a Prefeitura de Niterói, investir nesses espaços é um passo importante para impulsionar quem luta pela cultura na ponta, junto da população”, reforçou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O Edital Prêmios Cultura Viva vai reconhecer e premiar 40 iniciativas culturais de base comunitária desenvolvidas por pessoas jurídicas sem fins lucrativos ou por coletivos culturais informais representados por pessoas físicas. Cada uma das 40 selecionadas receberá R$ 19 mil. O edital também estabelece cotas para garantir a diversidade entre os premiados, com vagas reservadas para pessoas negras, indígenas, com deficiência, mulheres e trans. Também parte das ações integradas à PNAB, a Prefeitura lança o Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Serão destinados R$ 2.250.000,00 para apoiar 45 projetos culturais apresentados exclusivamente por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que estejam estabelecidas em Niterói e tenham finalidade artística e cultural. Ao todo, os dois editais somam R$ 3 milhões de investimento. “Os Pontos e Pontões de cultura da cidade são verdadeiros guardiões das culturas tradicionais e de base comunitária. Preservam a memória, a história e o fazer artístico de Niterói. Este edital dedicado a esses mestres e mestras é uma forma de garantir o direito à cultura àqueles que se dedicam em manter viva nossa herança cultural”, afirmou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. As inscrições são realizadas por meio da plataforma Colab, ferramenta digital que conecta cidadãos e governos com foco em cidadania digital e governança colaborativa. O edital também será disponibilizado em Libras, garantindo acessibilidade nas informações. Para apoiar os proponentes no processo de inscrição, a Secretaria das Culturas promoverá atendimentos presenciais na quinta-feira (29), às 17h, no Espaço EcoCultural, na Região Oceânica, e no sábado (31), das 10h às 14h, na Casa Cultura é um Direito, no Ingá.
27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff