18 de julho de 2025

Renata Tassinari celebra 40 anos de trajetória com a exposição “Frestas” no CCBB RJ

15  Renata Tassinari celebra 40 anos de trajetória com a exposição “Frestas” no CCBB RJ Com curadoria de Felipe Scovino, exposição apresenta a mais recente produção da artista, em obras que exploram a cor e a geometria O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro inaugura, no dia 16 de julho, a exposição “Frestas”, que celebra os 40 anos de trajetória da artista Renata Tassinari.  Com curadoria de Felipe Scovino, será apresentado um recorte da mais recente produção da artista, em trabalhos que exploram a cor e a geometria, em diálogo com o espaço arquitetônico. “A exposição apresenta um recorte da produção da artista com foco na geometria e nas situações intervalares que sua pintura objetual apresenta. A pesquisa em torno de uma forma que tende à não fixação, move suas obras para um lugar onde a cor e a forma tendem a idealizar uma ideia ou imagem da natureza”, afirma o curador Felipe Scovino. A exposição, que será apresentada na Sala A, no segundo andar do CCBB RJ, terá cerca de doze trabalhos, recentes e inéditos, feitos sobre caixas de acrílico, que são pintadas por fora e por dentro, em cores diversas. As obras possuem formatos variados, sendo alguns em grandes dimensões, com tamanhos que chegam a 2,70m X 3,50m. Apesar de não serem feitas no suporte tradicional da tela, a artista chama as obras de pinturas. “Os trabalhos tem uma relação muito forte com a forma e com a cor, uma pesquisa que venho desenvolvendo há muitos anos. São pinturas, mas tem um caráter muito de objeto porque saem da parede e conversam com o espaço.”, afirma Renata Tassinari. Mesmo já trabalhando há bastante tempo com as caixas de acrílico, ao longo dos anos a artista foi criando novos formatos e trazendo novos elementos para as obras, como a madeira e, mais recentemente, o acrílico espelhado, que poderá ser visto em muitas obras da exposição. “Chamei alguns trabalhos de ‘Narciso’ por causa do espelho. O acrílico espelhado não é como um espelho no qual você vê exatamente a sua imagem, é uma imagem distorcida. A cor entra como um elemento fixo e mais rígido e o acrílico espelhado com esse movimento, com essa estranheza, trazendo uma imagem que não é exatamente clara”, ressalta a artista. A imagem refletida pelo acrílico espelhado é distorcida, tem movimento, como o fluxo de água de um rio.  “A cor nas obras de Tassinari corre. Mesmo concentrada, adquirindo um certo grau de espessura, a cor deseja o movimento. A estrutura de acrílico, preenchida de cor, longilínea e quebradiça condiciona um deslocamento. Há decididamente a imagem metafórica de um rio e não é à toa, portanto, que alguns títulos, mais uma vez, evoquem esse universo das águas”, diz o curador, referindo-se aos nomes de obras como “Marola” e “Ultramar”.  A artista começou a trabalhar com as caixas de acrílico – que inicialmente eram usadas como moldura para seus desenhos – em 2002, com o intuito de ampliar a relação arquitetônica das obras com o espaço. No início, ela pintava apenas por cima das caixas, mas, com o tempo, começou a pintar também internamente. “Faço uma relação entre a cor e o brilho; a tinta acrílica vai por dentro e tinta a óleo vai por fora. Venho de uma tradição de pintura na tela de muitos anos e gosto de usar o óleo, pois acho que as cores são mais interessantes, gosto da textura, ela tem mais corpo, acho que funciona melhor”, conta a artista.  As obras possuem diversos formatos, sejam horizontais, verticais, em L ou em cruz. Em algumas obras, como “Ultramar” e “Copacabana”, por exemplo, o acrílico espelhado entra como um elemento entre duas barras verticais, criando um espaço, um intervalo entre elas. Em outras, como “Marola”, o acrílico espelhado é completado por cores variadas. Já as obras em formato de L parecem ser parte de uma estrutura geométrica a ser completada. Desta forma, o nome da exposição - “Frestas” - tem a ver com essas questões, com o intervalo, com os espaços vazados. “Há esta ideia de fratura, da espera de uma espécie de complemento, sejam nas ‘Beiras’, seja na ‘Marola’ ou em ‘Narciso’. No caso de ‘Narciso’, esse complemento vem muito do espelhamento que o trabalho produz e, portanto, da relação do espectador que se vê dentro daquele trabalho. A geometria, de alguma forma, se alimenta daquele espectador, há um certo grau cinético”, ressalta o curador. Para criar os trabalhos, a artista faz um desenho prévio, com as cores e formatos que deseja utilizar. “É um trabalho muito mental. Primeiro faço um desenho e depois mando executar no acrílico os formatos que quero. São feitos por parte, pinto todos por dentro e por fora e, quando estão prontos, monto diretamente na parede”, conta a artista. SOBRE A ARTISTA

Renata Tassinari (São Paulo, 1958) formou-se em Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, FAAP, em 1980. Dentre suas últimas exposições individuais estão: Reflexos (2024), na Galeria Marilia Razuk, São Paulo; “Construções Planares” (2023), na Maneco Muller: Multiplo, Rio de Janeiro; “Beiras” (2019), na Galeria Marília Razuk, São Paulo; “A Espessura da Cor” (2018), na Lurixs Arte Contemporânea, Rio de Janeiro; “Renata Tassianari” (2015), no Paço Imperial , Rio de Janeiro; “Cor e Estrutura – Pinturas, Desenhos e Colagens” (2015), no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, entre outras. Dentre suas principais exposições coletivas estão: “A Tela Insurgente” (2025), no Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto; “Mulheres na Coleção MAR” (2018), no Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro; “Brazilianart” (2006), no Pavilhão da Bienal, São Paulo; “Arquivo Geral” (2006), no Centro Hélio Oiticica, Rio de Janeiro; “1ª Mostra do Programa de Exposições” (1999), no Centro Cultural São Paulo; mostra no Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP), SP, em 1998, entre outras. SOBRE O CURADOR

Felipe Scovino é professor associado do Departamento de História e Teoria da Arte da UFRJ, crítico de arte e curador. Organizou exposições como: Cao Guimarães: estética da gambiarra (Parque Lage, 2012), Marcelo Silveira: O guardião de coisas inúteis (MAMAM, 2014), Diálogos com Palatnik (MAM-SP, 2014), Barrão: fora daqui (Casa França-Brasil, 2015), Narrativas em processo: livros de artista na coleção Itaú Cultural (Itaú Cultural, 2017; MON, 2018; MAR, 2023, Franz Weissmann: o vazio como forma (Itaú Cultural, 2019) que recebeu o prêmio APCA de melhor retrospectiva, Grid: Ascânio MMM (MON, 2022), Edu Coimbra: terraço (Sesc Santo Amaro, Um olhar afetivo para a arte brasileira: Luiz Buarque de Hollanda (Flexa, Rio de Janeiro, 2024). Juntamente com Paulo Sergio Duarte, foi curador de Lygia Clark: uma retrospectiva (Itaú Cultural, São Paulo, 2012), que recebeu o prêmio de Melhor Retrospectiva 2012 pela APCA. Foi curador de Abraham Palatnik: a reinvenção da pintura (CCBB, Brasília, 2013; MON, 2014; MAM-SP, 2014; Fundação Iberê Camargo, 2015; CCBB-RJ, 2017; CCBB-BH, 2021) que recebeu o prêmio de melhor exposição pela APCA em 2014 e Elisa Martins da Silveira (MAR, 2024). Foi curador-adjunto de Diálogo concreto: design e construtivismo no Brasil (Caixa Cultural, RJ, 2008 e Caixa Cultural, SP, 2009). SOBRE O CCBB RJ

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo que você imaginar. Serviço: Renata Tassinari – Frestas

16 de julho a 22 de setembro de 2025 Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (Sala A) Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – 1º andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ Informações: (21) 3808.2020 | ccbbrio@bb.com.br Funcionamento: De quarta a segunda, das 9h às 20h. Fechado às terças-feiras. Classificação indicativa: livre Entrada gratuita Ingressos disponíveis na bilheteria física ou pelo site do CCBB - bb.com.br/cultura.

2 de setembro de 2025
A Prefeitura de Niterói, através do Programa Niterói Audiovisual (NAV), vai promover uma Oficina de Teatro gratuita com o ator, diretor e professor Christovam Neto, nos dias 09 e 10 de setembro. A atividade, com vagas limitadas, integra a série de oficinas do programa e será realizada no Solar Notre Rêve (antiga Casa Norival de Freitas), no Centro da cidade. As inscrições podem ser feitas no link https://shre.ink/OficinadeTeatroChristovamNeto. A iniciativa é desenvolvida em cooperação com a UNESCO e visa aprimorar habilidades e técnicas, fomentar a criatividade e valorizar o setor audiovisual da cidade. A escolha do Solar Notre Rêve para sediar as oficinas reforça a importância da valorização do patrimônio cultural de Niterói. A oficina busca integrar a arte cênica às práticas educativas, oferecendo formação e desenvolvimento em interpretação teatral. Serão exploradas diferentes técnicas e exercícios em duas sessões de capacitação de 4 horas diárias, com foco na experiência coletiva e integrada. As atividades abordarão exercícios vocais (respiração, dicção, ritmo), exercícios físicos (coordenação, resistência, movimento e dança) e exercícios de interpretação (atenção, empatia, expressão corporal, transformação de textos em cenas e exploração de tensão dramática). Haverá também discussões em grupo sobre os aprendizados. O objetivo é estimular a criatividade, promover a comunicação, a expressão e a autoconfiança dos participantes, alinhando-se às tendências contemporâneas das artes cênicas. Sobre o Niterói Audiovisual (NAV) - O NAV tem como pilares o fomento à produção, a valorização da memória audiovisual, a capacitação profissional, a inovação tecnológica e o fortalecimento da economia criativa e do turismo cultural. A proposta é transformar o setor audiovisual em motor de desenvolvimento sustentável, gerando impacto direto na economia, na cultura e na educação. Serviço: Oficina de Teatro com Christovam Neto Data: 09 e 10 de setembro de 2025 Horário: 14h às 18h Local: Sola Notre Rêve (antiga Casa Norival de Freitas) - Rua Maestro Felício Toledo, 474 - Centro, Niterói Valor: Gratuito
2 de setembro de 2025
O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói) inaugura, neste sábado (6), a primeira exposição individual de Edo Costantini no Brasil. Com curadoria de Nicolas Martin Ferreira e texto crítico de Paulo Herkenhoff, a mostra reúne uma década de produção do artista, incluindo fotografias, vídeo, música e esculturas em bronze — estas últimas criadas em colaboração com a artista Delfina Braun e a arquiteta Delfina Muniz Barreto. A exposição traz cerca de 20 fotografias de grande formato, realizadas entre 2013 e 2025 nas florestas de Katonah-Bedford Hills, em Nova York, onde Edo vive e trabalha. Suas imagens etéreas exploram o sublime na natureza e refletem sobre o fluxo do tempo e a existência humana. Entre os destaques, estão a instalação de escultura sonora “Opium Whispers” e o filme “Last Survivors”, de 30 minutos, projetado em uma das paredes principais do museu. Produzido durante a pandemia, o longa é narrado pela atriz islandesa Hera Hilmar e combina roteiro de Costantini e Martín Hadis com trilha sonora original composta pelo artista em seu projeto musical The Orpheists. O trabalho propõe uma reflexão sobre resiliência, perda e transcendência. As esculturas em bronze apresentadas no MAC celebram a beleza e os ritmos da natureza. Inspiradas em cogumelos e no micélio — rede subterrânea vital para o equilíbrio dos ecossistemas —, as obras evocam tanto a força invisível da vida quanto metáforas de cura e renovação. Em paralelo à exposição, será lançado um catálogo bilíngue em capa dura, com 110 páginas, reproduções das obras e textos críticos de Ferreira, Herkenhoff e Barbara Golubicki, oferecendo múltiplas perspectivas sobre a trajetória de Costantini.