11 de maio de 2022

Os 40 anos da “Rádio Fluminense FM – A Maldita” serão comemorados com vários eventos

A emissora de Niterói foi um marco na        história da radiodifusão brasileira

Paralamas do Sucesso Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone em visita a rádio no em 1991

A rádio foi a 1ª do país a escalar locutoras femininas, foi responsável por lançar praticamente todas as bandas nacionais da época, com uma programação totalmente inovadora e um estilo inconfundível, mudando a forma de se fazer rádio no Brasil. A exposição, debates e shows acontecem na Sala Carlos Couto e no Theatro Municipal, em maio.

 A celebração de 40 anos da história da mais importante rádio rock do Brasil: a Fluminense FM, também conhecida como A Maldita, tem início no dia 17 de maio, terça-feira, às 19h, na Sala Carlos Couto, com uma exposição de itens da rádio. A festa continua, nos dias 27 e 28, no palco do Theatro Municipal de Niterói, com debates e shows que relembram e comemoram a existência da rádio, famosa por ajudar a projetar nomes como Legião Urbana, Bacamarte, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e Celso Blues Boy. Os eventos terão entrada solidária, a partir do programa Niterói Solidária. A realização é da Fundação de Arte de Niterói (FAN). 

A exposição, que tem a curadoria do produtor Alessandro ALR, apresenta itens raros ligados a rádio, flyers, fitas e cartuchos, durante todo o mês de maio. Faz uso de uma linguagem moderna e traz algumas peças do acervo, resgatando a memória de um dos principais vetores culturais do Brasil, entre os anos de 1982 e 2005, o que tornou a "Maldita" patrimônio cultural da cidade de Niterói. Os visitantes da exposição estarão imersos em uma atmosfera musical e apaixonante, tocando desde os ouvintes mais saudosistas da rádio, como também aqueles das novas gerações que não tiveram o privilégio de ouví-la. Na abertura da exposição haverá uma intervenção musical com pocket shows surpresa, com artistas da cidade que tocaram nos áureos tempos da Maldita. 

No dia 27, às 20h, no Theatro Municipal de Niterói, é a vez da festa de 40 anos da Fluminense FM relembrar suas histórias no talk show ‘Um Dia na Maldita’, com diversos convidados que fizeram a história da rádio. Participam da mesa-redonda Selma Boiron – a primeira locutora da rádio; Mylena Ciribelli – que fez locução entre 1983 e 1985; Luiz Antônio Mello – fundador da rádio Fluminense; Arthur Dapieve – crítico musical e especialista em Rock anos 80; além de Álvaro Luiz Fernandes – gerente de promoções da rádio; e do cantor e compositor Lobão. O bate-papo será bem descontraído e vai apresentar histórias e curiosidades do dia a dia do funcionamento da rádio, reproduzindo um programa da década de 1980, com direito a vinhetas, slogans, trechos de músicas da época, comentários e até ligações de ouvintes. Para encerrar a programação, no dia 28, às 19h, sobe ao palco o trio de rock pilotado por Lobão. A produção é de Rodrigo Bessa e Jéssica Abreu. 

Para Marcos Sabino, presidente da Fundação de Arte de Niterói, celebrar toda a cena do Rock Brasil é fundamental para a cidade. “Aqui se criaram, até antes da Fluminense, diversos artistas porque o rock sempre foi referência em Niterói. Nos anos 60, eram as bandas locais. Nos anos 70, já eram as bandas de rock progressivo. Mas nos anos 80, com o surgimento da rádio, conseguimos dar voz a nomes como Blitz e Paralamas do Sucesso, só para citar dois. Muitos outros talentos desta geração surgiram a partir da Maldita e, para Niterói, é uma honra ser palco e cenário desta celebração”. 

"Ser convidado pelo Luiz Antonio Mello, um dos idealizadores do projeto da rádio, para pensar em mais uma ativação sobre a Maldita, uma exposição celebrando os seus 40 anos, foi um grande presente. Uma oportunidade que agradeço. Principalmente porque não estamos aqui falando apenas da Rádio Fluminense, mas sim realizando um grande reencontro com a música, com os amigos, com nós mesmos. Estamos nos reconstruindo depois de um período tão sombrio que foi essa pandemia mundial. Será o momento de revisitação das boas lembranças. Vencemos! Vamos celebrar a vida. Já está sendo incrível poder participar disso tudo", disse Alessandro ALR, produtor executivo e curador da exposição. 

                        Legião Urbana na emissora


SOBRE A RÁDIO MALDITA   


A Fluminense FM – A Maldita foi inaugurada em 1º de março de 1982, em Niterói, Rio de Janeiro. Neste momento teve início uma mudança radical no meio radiofônico e musical brasileiro, com uma locução exclusivamente feminina, sendo a locutora Selma Boiron a responsável pela inauguração da rádio. 

A rádio ocupou o dial que era anteriormente da Rádio Difusora Fluminense, que iniciou os trabalhos dez anos antes. Com a reformulação, em meados de 1981, chegaram à equipe os radialistas Amaury Santos e Sérgio Vasconcellos, comandados pelo jornalista Luiz Antonio Mello, todos beirando os vinte e poucos anos, na época. De início, Mello seria responsável por apenas um programa, que teria o nome de Rock Alive, mas conseguiu não somente ser aprovado, como também transformar o dial em uma rádio 24 horas dedicada ao rock. Dando oportunidades para bandas novas que surgiam no cenário nacional, a Maldita ajudou a escrever um capítulo importante na história do rock brasileiro. 

A emissora tinha problemas financeiros e, depois de 1985, sofreu a concorrência não só da rádio universitária Estácio FM, como também de rádios pop como Rádio Cidade e Transamérica, que, nos anos 80, colocaram inserções de rock na programação, além de alguns programas que imitavam o perfil da Fluminense FM. Em 1990, a rádio vira pop e permanece assim por um ano. Em 1991, voltou para o rock, mas em vez de seguir a linha marcante dos anos 80, preferiu adotar uma influência da MTV. Em 30 de setembro de 1994, a Rádio Fluminense FM encerrou sua trajetória como rádio de rock, dando lugar à primeira afiliada da Jovem Pan 2 FM no Rio de Janeiro. Depois, entrou no ar a rádio de pop dançante Jovem Rio e uma breve experiência da Fluminense FM no rock (após uma fase experimental de um ano na Rádio Fluminense), convertida no formato pop adulto. 

Em meados de 2005, a rádio foi encerrada, após o Grupo Fluminense fechar parceria com o Grupo Bandeirantes de Comunicação para o lançamento da BandNews FM Fluminense. Seu principal âncora, Ricardo Boechat, foi chefe de reportagem de Luiz Antônio Mello – que chegou a ter uma coluna de comentários na rádio noticiosa – e esteve entre as várias pessoas que escreveram comentários para o livro ‘A Onda Maldita’. 


SERVIÇO:

Evento: Exposição e Festa de 40 anos da Rádio Fluminense - A Maldita

Datas e Horários - Exposição: Visitação de 18 de maio a 11 de junho, de quarta a sexta, das 11h às 18h. Sábados e domingos, das 15h às 18h. Nos feriados a exposição não abre.

Data e Horário – Talk Show ‘Um Dia na Maldita’: Dia 27 de maio, sexta, às 20h.

Data e Horário – Show Lobão Power Trio: Dia 28 de maio, sábado, às 19h

Locais: Sala Carlos Couto (Exposição) e Theatro Municipal de Niterói (Bate papo e Show)

Endereço: Rua XV de Novembro, 35. Centro - Niterói

Ingresso: Dias 27 e 28 – Entrada gratuita, mediante doação de 1kg de alimento não perecível para o Programa Niterói Solidária

- Retirada de até 2 ingressos por pessoa na bilheteria do teatro, nos dias dos espetáculos, a partir das 16h30.

- Validação da gratuidade mediante entrega da doação por pessoa

Classificação Etária: Livre 

15 de julho de 2025
Na quinta-feira, 17 de julho, às 19h30, a Orquestra Forte de Copacabana apresenta na Sala Nelson Pereira dos Santos, o projeto Vibrações Metropolitanas, iniciativa que promove intercâmbios entre grupos de educação musical da Região Metropolitana do Rio. Após passar por Duque de Caxias e Maricá, o projeto encerra suas ações de integração em Niterói, com uma apresentação especial na Sala localizada no bairro de São Domingos. A proposta valoriza a troca de experiências e saberes musicais entre jovens talentos, fortalecendo laços culturais e incentivando o desenvolvimento artístico regional. Serviço Orquestra Forte de Copacabana Datas: Quinta-feira, 17 de julho de 2025 Horários: 19h30 Duração: 70min Classificação indicativa: Livre Entrada franca (com distribuição de ingressos 2h antes do início do espetáculo)  Local: Theatro Municipal de Niterói End: Rua XV de Novembro, 35 - Centro Telefone de contato: (21) 3628-6908
15 de julho de 2025
Ao som de cantigas autorais em yoruba e bantu, sete bailarinas, seis músicos e um cenário que encanta os espectadores, o espetáculo de dança Manifesto Elekô, terá 3 apresentações, de 17 a 19 de julho, sempre às 19h, no Teatro Carlos Gomes. Contemplada no Edital Pró-Carioca Linguagens, a peça, com idealização e concepção de Fábio Batista e realização Cia Clanm de Danças Negras, conecta a orixá Obá, uma das mais fortes da mitologia afro-brasileira, às histórias das mulheres negras da atualidade. Os ingressos variam de R$ 10 a R$ 20. Serão destinados 20% dos ingressos para pessoas em situação de vulnerabilidade social, estudantes, professores, pessoas transgêneras e deficientes físicos. O projeto contará ainda com uma oficina de dança ministrada por Fabio Batistas e as artistas do espetáculo. Mais do que uma análise sobre como mulheres negras vêm se adaptando aos desafios diários, segundo o diretor geral do Manifesto Elekô, Fábio Batista, a peça pretende dar visibilidade aos espaços de destaque que elas vêm ocupando em diversos setores da sociedade. “Obá sai de um sofrimento extremo e chega ao generalato de um exército, ocupando o mais alto escalão da proteção das mulheres. Queremos mostrar que, assim como ela, suas contemporâneas também estão percorrendo esse caminho. A mensagem principal é que ainda que haja dor no processo, é preciso dar ênfase às conquistas e à resiliência”, analisa Fábio. Contrapartida social Após cada apresentação, a Cia Clanm de Danças Negras e o diretor realizarão uma homenagem a lideranças femininas negras e bate-papo com o público presente, além de oficinas de dança, ministradas por Fábio Batista e os artistas do espetáculo. Os interessados em participar devem acessar o formulário disponível no perfil do espetáculo no Instagram. SERVIÇO Espetáculo Manifesto Elekô De 17 a 19 de julho Horário: Quinta à sábado, às 19 h Ingressos: R$30 Inteira | R$15 Meia entrada (prevista em Lei), disponíveis no Sympla Local:Teatro Nelson Rodrigues (Av. República do Paraguai, 230 - Centro, Rio de Janeiro) O espetáculo terá interpretação em Libras. Classificação Indicativa: 14 anos