22 de junho de 2023

Niterói lança edital para fomento indireto que vai disponibilizar R$ 3 milhões a projetos culturais

A Secretaria Municipal das Culturas (SMC), por meio da Fundação de Arte de Niterói (FAN), lançou nesta quarta-feira (21) o edital para fomento indireto, através de incentivo fiscal, que vai disponibilizar R$ 3 milhões a projetos culturais na cidade. Os contribuintes poderão deduzir parte do IPTU e do ISS para financiar iniciativas com orçamentos que vão de R$ 20 mil até R$ 500 mil. O principal objetivo da proposta é reconhecer, fomentar e valorizar a diversidade, pluralidade e a singularidade das produções artísticas em Niterói.


Poderão captar recursos projetos ligados às mais diversas expressões artísticas, projetos na área de artes cênicas (teatro, dança, ópera e circo), capoeira, música, folclore, literatura, livros, poesia, humanidades, moda, artesanato, audiovisual, arte digital, artes visuais, arte urbana, arte popular, artes gráficas e artes integradas.


Parte do fomento será destinada a projetos ligados ao patrimônio e à memória para financiar ações na área de preservação e restauração de equipamentos com valor histórico e cultural, material e imaterial. Atividades de concepção, conservação e manutenção de museus, arquivos, bibliotecas, centros culturais, casas de cultura e outros espaços também receberão financiamento.

"A Cultura tem um potencial simbólico em várias áreas. Uma cidade que não respira isso como um pilar importante é uma cidade acéfala. Uma coisa é falar, outra coisa é o gesto com a Cultura dentro do orçamento. Tínhamos R$ 28 milhões em 2019 e hoje chegamos a quase R$ 60 milhões, incluindo editais de fomentos. Somos uma das dez cidades que mais investem em Cultura no Brasil. Podemos olhar para o fomento como uma forma de profissionalizar, aprimorar e democratizar, ajudando ainda junto com a captação do setor privado. Vamos insistir mais com esse setor”, afirmou Marília Ortiz, secretária municipal de Fazenda. 


Em um dos eixos do edital, está previsto o financiamento para projetos ligados à pesquisa e ao pensamento, como levantamentos, estudos e mapeamentos nas áreas artística e cultural. A realização de cursos de caráter cultural ou artístico destinado à formação, especialização e aperfeiçoamento de profissionais também receberão parte do aporte. Julia Pacheco, secretária Municipal das Culturas, ressalta que o edital foi elaborado com o objetivo de promover maior diversidade nas propostas.


"Este ano, à medida em que as propostas forem chegando, já vamos liberando os nomes dos aprovados. A partir desta quinta-feira (22), o edital já estará disponível para inscrição. A cada edital novo, contabilizamos cerca de 40 novos profissionais que nunca tinham se inscrito em outros editais. E isso só vai aumentando. É importante lançarmos os editais neste período para que as pessoas possam se programar. A Cultura em Niterói é um vetor da economia social e é muito importante termos todo esse apoio para cada vez mais podermos apoiar novos projetos", disse Julia Pacheco.


O superintendente do Sistema Municipal de Financiamento à Cultura (SIMFIC), Matheus Lima, enfatizou que o fomento viabilizará projetos em toda a cidade. “A presença de empresários nesse lançamento é uma prova de que Niterói está evoluindo em Cultura. Como artista da cidade, vejo que esses editais são fundamentais para o crescimento do setor, com uma boa base de políticas públicas", disse Matheus Lima.

11 de agosto de 2025
Um grupo de palhaços parte em busca do famoso “mar de lágrimas”. Entre a sofrência e o melodrama, os artistas abraçam os seus desgostos, sabendo que dentro de todo choro há espaço para uma gota de alegria. A dramaturgia transita por números de palhaçaria, declamações poéticas e performances musicais, buscando transformar o sofrimento em riso e reflexão. A experiência proporciona um olhar bem humorado sobre as dores da vida, reforçando a máxima brasileira de que é preciso “rir da nossa própria desgraça”. A figura do palhaço conduz o público por um percurso de reconhecimento dos desgostos que nos formam. A trilha sonora navega por um repertório que vai da sofrência sertaneja ao samba-canção, passando por clássicos da música popular brasileira. O espetáculo traz ao palco canções e referências de artistas como Beth Carvalho, Cartola, Cauby Peixoto, Chico Buarque, Leandro e Leonardo, o grupo Exaltasamba e outros. Além das músicas, a dramaturgia se inspira em textualidades que tratam do desgosto como matéria, com versos que vão de clássicos de Drummond a prosa poética contemporânea de Angélica Liddell. O Teatro Gláucio Gill, equipamento do estado administrado pela FUNARJ e sob direção de Rafael Raposo, inaugura um novo e vibrante espaço cultural: o Cabaret do Gláucio. O Cabaré do Gláucio é um projeto artístico permanente que acontece no Teatro Gláucio Gill, em Copacabana, e tem a idealização do diretor Rafael Raposo. A cada mês, o espaço se transforma para receber uma nova criação cênica, proporcionando ao público uma experiência inédita, viva e pulsante. Sob a curadoria e supervisão artística de Christina Streva, cada edição propõe uma atmosfera própria, com diferentes linguagens e formatos, reunindo artistas de diversas áreas como teatro, música, dança e performance. O Cabaré é um lugar de encontros e desencontros performáticos, onde o inesperado e o provocativo são parte essencial da experiência. Mais do que um espetáculo, o Cabaré do Gláucio é um convite para o público vivenciar noites imprevisíveis, carregadas de humor, desejo, crítica e poesia. Um espaço onde a arte se reinventa constantemente e reafirma o Teatro Gláucio Gill como um polo de criação e liberdade artística no coração da cidade “AGOSTO – O Cabaré do Desgosto” convida o público a fazer as pazes com as lágrimas e brindar a beleza que existe na tristeza.  SERVIÇO: Espetáculo: AGOSTO – O Cabaré do Desgosto • Datas: 08, 09, 15, 16, 22, 23, 29 e 30 de agosto de 2025 • Horário: 22h • Local: Teatro Gláucio Gill – Praça Cardeal Arcoverde, Copacabana – Rio de Janeiro • Ingressos: À venda na bilheteria do teatro e na plataforma da FUNARJ • Classificação indicativa: 18 anos • Duração: 60 minutos
11 de agosto de 2025
Com apresentações nos dias 12, 19 e 26 de agosto, sempre às 20h, no Teatro Cândido Mendes (Ipanema), o solo de dança contemporânea “Grito Mudo” marca o retorno da artista Marcella Dale aos palcos cariocas com um trabalho profundamente pessoal, poético e sensível. A montagem é realizada pela SpaçoSala Produções, com ingressos a R$50 (inteira) e R$25 (meia). Fruto de um processo íntimo e visceral, o espetáculo parte do silêncio como território de criação e resistência. “Grito Mudo” é um rito de libertação de um corpo que decide, enfim, não calar mais. A obra nasceu a partir de um longo percurso interno, uma gestação silenciosa de dores que, por muito tempo, não tiveram nome nem lugar. “É o percurso do não-dito à expressão, da opressão à presença. Um corpo que resiste, mesmo em silêncio, permanece sem pertencer e, na solidão, descobre formas de se reintegrar. Agora ele pode ser visto; o grito, ouvido”, afirma Marcella. Na construção cênica, a contribuição do diretor de movimento Toni Rodrigues — que, com sua experiência e sensibilidade, impulsiona o trabalho a um território onde o corpo, no espaço/tempo, se arrisca na quebra de padrões ancestrais — entrelaça-se à direção musical de Vinícius Mousinho e ao desenho de luz de Francisco Hashiguchi. A dança emerge como linguagem primitiva e pulsante, não para ilustrar narrativas, mas para revelar estados. A fisicalidade proposta revela um corpo marcado por tensões, memórias e silenciamentos. O figurino e o cenário integram a dramaturgia de forma simbólica: uma cadeira de madeira assume o papel de uma presença silenciosa, estrutura rígida que sustenta, aprisiona e desafia, marcando o corpo e o espaço como vestígio e testemunha. “Grito Mudo” é também o início de um novo ciclo na trajetória da artista, que assina concepção, dramaturgia e interpretação do espetáculo. Após anos de pesquisas, travessias internas e escritas poéticas de sobrevivência, Marcella assume a cena com autonomia, dando forma cênica a experiências que por muito tempo permaneceram caladas. “Esse trabalho marca um recomeço. É a primeira vez que trago à cena uma vivência tão pessoal, com tamanha escuta e coragem”, destaca. Inspirada por referências como o poema “A infanticida Marie Farrar”, de Bertolt Brecht, e atravessada por sua própria escrita diarística, Marcella constrói uma partitura de movimento que recusa o virtuosismo para alcançar o essencial: a expressão vital de um corpo que encontra no movimento sua única chance de liberdade, o grito sutil de um corpo que transforma dor em presença. Serviço “Grito Mudo” - Solo de dança contemporânea com Marcella Dale Datas: 12, 19 e 26 de agosto (terças-feiras) Horário: 20h Local: Teatro Cândido Mendes – Rua Joana Angélica, 63, Ipanema – RJ Ingressos: R$ 50 (inteira) | R$ 25 (meia) Venda online Classificação: Livre Duração: 40 minutos