17 de fevereiro de 2024

Não estamos sozinhos: um livro para falar de solidão com as crianças

Em "A Velhinha e o Porco", escritora e biblioterapeuta Clara Haddad propõe ampliar o repertório emocional dos pequenos leitores


Uma idosa sente-se muito sozinha em casa, sem ninguém para compartilhar os dias. Quando encontra um saco cheio de moedas, ela decide comprar um bicho de estimação para fazer companhia. No mercado, conhece um porquinho dócil e está animada para levá-lo até o novo lar. Mas A Velhinha e o Porco estão diante de um problema: o animal fincou as patas no chão e não quer atravessar a ponte. O que fazer agora? Pedir ajuda.


Lançamento da biblioterapeuta e narradora de histórias, Clara Haddad, é a adaptação de um famoso conto popular da Inglaterra. Nele, a autora traz um novo personagem para o final da ficção, ilustrações do artista colombiano Canizales e uma versão em inglês para os pequenos leitores bilíngues.


No enredo, à medida que a protagonista tenta retornar para casa, procura apoio de diversos personagens, porém ninguém está disposto a colaborar. A partir disso, muitas questões são levantadas, como a solidão, a busca por companhia, a importância de ter empatia e as mudanças causadas na vida das pessoas quando elas estão atentas às necessidades dos outros.


Por meio de uma narrativa acumulativa, leve e afetuosa, a escritora sensibiliza o público para um tema comum nas famílias: o isolamento dos idosos e as consequências psicológicas dessa realidade. “O maior sonho da vida da protagonista é conversar, por isso ela sempre deixa a casa arrumada. Muitos idosos vivem assim, e quero incentivar as crianças e os adultos a estarem mais perto deles, para que eles não adoeçam. Uma pessoa sozinha vai enfraquecendo. Sentir amor é importante”, explica.


Era uma vez uma velhinha que vivia sozinha.
Toda manhã, ela acordava ao raiar do sol, tomava sua xícara
de café quentinho e varria seu quintal, sonhando em ter uma companhia.
Um dia, estava varrendo o quintal quando encontrou um saco de moedas.
Admirada com tanta riqueza, pensou: “Com este dinheiro posso ir até o
mercado comprar um porquinho para me fazer companhia”.
(A Velhinha e o Porco, pgs. 5 e 6)


Com vasta experiência na literatura infantil, além de ser autora de obras como “Poeira das Estrelas” e “O que o crocodilo come ao meio-dia", Clara Haddad também reforça, com este livro, o compromisso profissional de auxiliar crianças a nomearem sentimentos, entenderem as próprias sensações e aumentarem o repertório emocional.


Título: A Velhinha e o Porco
Autora: Clara Haddad
Editora: Telos
Preço: R$ 67
Onde encontrar:
Amazon | Telos Editora


29 de maio de 2025
Com inscrições abertas até segunda-feira (02/06), o edital Prêmios Cultura Viva é uma oportunidade para fazedores de cultura impulsionarem seus projetos. Oferecida pela Prefeitura de Niterói, a iniciativa vai fomentar Pontos e Pontões de Cultura com R$ 760 mil. Ao todo, serão selecionados 40 projetos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma do Colab. O edital integra a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB/MinC) e é conduzido pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC). “Os Pontos e Pontões são uma parte essencial da nossa rede de cultura em Niterói. Através dos recursos da Lei Aldir Blanc, lançamos dois editais que somam mais de R$ 3 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento da produção cultural na cidade. Para a Prefeitura de Niterói, investir nesses espaços é um passo importante para impulsionar quem luta pela cultura na ponta, junto da população”, reforçou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O Edital Prêmios Cultura Viva vai reconhecer e premiar 40 iniciativas culturais de base comunitária desenvolvidas por pessoas jurídicas sem fins lucrativos ou por coletivos culturais informais representados por pessoas físicas. Cada uma das 40 selecionadas receberá R$ 19 mil. O edital também estabelece cotas para garantir a diversidade entre os premiados, com vagas reservadas para pessoas negras, indígenas, com deficiência, mulheres e trans. Também parte das ações integradas à PNAB, a Prefeitura lança o Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Serão destinados R$ 2.250.000,00 para apoiar 45 projetos culturais apresentados exclusivamente por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que estejam estabelecidas em Niterói e tenham finalidade artística e cultural. Ao todo, os dois editais somam R$ 3 milhões de investimento. “Os Pontos e Pontões de cultura da cidade são verdadeiros guardiões das culturas tradicionais e de base comunitária. Preservam a memória, a história e o fazer artístico de Niterói. Este edital dedicado a esses mestres e mestras é uma forma de garantir o direito à cultura àqueles que se dedicam em manter viva nossa herança cultural”, afirmou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. As inscrições são realizadas por meio da plataforma Colab, ferramenta digital que conecta cidadãos e governos com foco em cidadania digital e governança colaborativa. O edital também será disponibilizado em Libras, garantindo acessibilidade nas informações. Para apoiar os proponentes no processo de inscrição, a Secretaria das Culturas promoverá atendimentos presenciais na quinta-feira (29), às 17h, no Espaço EcoCultural, na Região Oceânica, e no sábado (31), das 10h às 14h, na Casa Cultura é um Direito, no Ingá.
27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff