8 de novembro de 2025

Mês da Consciência Negra: literatura como instrumento de reflexão, memória e resistência

Em novembro, o Brasil celebra o Mês da Consciência Negra, período dedicado ao reconhecimento da contribuição histórica, cultural e intelectual da população negra na construção da sociedade brasileira. A data central, 20 de novembro, homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência contra a escravidão, e convida à reflexão sobre o racismo estrutural, as desigualdades sociais e a urgência de políticas efetivas de inclusão.


Nesse cenário, a literatura surge como uma poderosa ferramenta de memória,representação e transformação. Ao dar voz a narrativas silenciadas e revelar realidades frequentemente invisibilizadas, a produção literária contribui para ampliar perspectivas, sensibilizar leitores e promover diálogos essenciais sobre dignidade e justiça social. 


É a partir desse compromisso que a escritora Isa Colli, autora de mais de 40 títulos, apresenta seu romance “Alice: amor, perda e renascimento”. A obra nasce de experiências vivenciadas pela autora ao longo de anos de atuação em projetos sociais nas comunidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde testemunhou desigualdades profundas, mas também gestos de afeto, força e reconstrução. 


A protagonista Alice é uma jovem negra e pobre, moradora da Comunidade do Sapo, que enfrenta abandono, preconceito, violência e a falta de oportunidades. Para proteger seus irmãos e sobreviver, precisa tomar decisões difíceis em meio a um cotidiano marcado pela invisibilidade social. 


O romance aborda temas como exclusão, adoções ilegais, discriminação, tráfico, prostituição e desigualdade urbana, mas também revela momentos de ternura, solidariedade e esperança, mostrando que, mesmo em meio ao caos, pode existir renascimento.


Para Isa Colli, a obra é um gesto de reconhecimento e respeito às mulheres negras que resistem todos os dias. 


“Alice é um tributo às mulheres que resistem em silêncio, que enfrentam o sistema e, mesmo feridas, seguem em frente. Minha intenção é dar voz a essas histórias que raramente chegam ao centro da narrativa. É mais do que uma obra sobre dor; é sobre dignidade, resistência e a coragem de existir,” afirma a autora. 


A capa, ilustrada por Ryan Casagrande e Yanderson Rodrigues, reforça o impacto visual da narrativa, traduzindo em imagem a força e vulnerabilidade presentes na personagem.


Mais do que um romance, “Alice: amor, perda e renascimento” dialoga com a realidade de milhares de brasileiras e convida o leitor a olhar para além dos estereótipos, reconhecendo vidas que merecem ser vistas, ouvidas e respeitadas. 


Ao celebrar o Mês da Consciência Negra, a obra reafirma a importância de narrativas que humanizam, denunciam e transformam, contribuindo para uma sociedade que reconheça, de fato, a diversidade de suas vozes. 


Para saber mais:

Site: www.collibooks.com

Instagram: @collibooks

8 de novembro de 2025
Além dos judeus, diversos outros grupos também foram perseguidos pelos nazistas e enviados a campos de concentração, como pessoas com nanismo, ciganos, comunistas, deficientes físicos e mentais, gêmeos, homossexuais, intelectuais, maçons, mulheres, negros e testemunhas de Jeová. Este é o tema do livro inédito “As vítimas esquecidas em Tempos de Intolerância: o Nazismo” (Editora Rio Books), da historiadora Silvia Lerner, que será lançado na próxima quinta-feira, dia 13 de novembro, às 19h, na Livraria da Travessa de Ipanema, no Rio de Janeiro. Com 264 páginas, a publicação é a primeira sobre o tema no Brasil e a mais completa já feita até hoje, uma vez que as poucas publicações internacionais existentes sobre o assunto focam em uma única minoria, não abordando o tema de forma ampla.  “Além dos ju­deus terem sido as grandes e primeiras vítimas, os nazistas perseguiram outros grupos considerados uma ameaça no conceito de raça superior típica da ideologia nazista e na manutenção dessa ideologia. Esses grupos incluíam aqueles que não concordavam com a nova política implantada na Alemanha a partir de 1933, e outros grupos que não se enquadravam no conceito para formar uma raça ariana. Foram perseguidos todos aqueles considerados inimigos raciais, políticos ou ideológicos”, conta Silvia Lerner, que no livro aborda essas minorias “tão pouco estudadas, discutidas e descritas”. O livro começa contextualizando historicamente o período e a ideologia racial nazista e segue dividido em capítulos sobre “As vítimas esquecidas”, cada um focado em uma minoria, em ordem alfabética, trazendo histórias impressionantes e chocantes relatos de sobreviventes. Silvia Lerner ressalta que, infelizmente, este é um livro muito atual. “O tempo de hoje é de muita intolerância, e isso vem há muito tempo. Sonho, como filha de sobreviventes do Holocausto, que um dia o ser humano aprenderá a História e que esta não se repetirá jamais, e não haverá mais antisse­mitismo, racismo e intolerância”, afirma. AS VÍTIMAS ESQUECIDAS Não se sabe exatamente o número, mas muitas pessoas com nanismo foram enviadas para o campo de concentração de Auschwitz, onde foram exterminados ou passaram por dolorosas experiências feitas pelo médico nazista Josef Mengele, como foi o caso dos sete irmãos da família Ovitz, que Silvia Lerner relata no livro. Torturados, eles foram a família mais numerosa a sobreviver em Auschwitz. Os ciganos também foram perseguidos pelos nazistas e calcula-se que metade da população cigana da Europa, que era composta de 500 mil ciganos, tenha sido exterminada. No livro, Silvia Lerner relata atrocidades cometidas contra este grupo, como experimentos feitos pelo Dr. Wilhelm Beiglboeck em Dachau, em 1944, para es­tudar vários métodos de tornar a água do mar potável, privando ciganos de comida e água, podendo beber somente água do mar. “Eles ficaram tão sedentos e desidratados que lambiam os pi­sos recém-lavados, numa tentativa de obter água potável”, conta a autora. Os deficientes físicos e mentais eram considerados “inúteis” para a sociedade, uma ameaça à pureza genética ariana e, portanto, indignos de viver. Em 1933, o regime nazista aprovou uma lei de esterilização, que permitia ao governo esterilizar à força qualquer pessoa que apresentasse defi­ciência física ou mental. Os gêmeos também foram vítimas do nazismo, sendo cobaias de Josef Mengele em Auschwitz, que, com permissão para mutilá-los ou matá-los, realizou uma grande série de experiências agonizantes e muitas vezes letais com gêmeos judeus e ciganos, a maioria deles crianças. A Alemanha foi o lar do primeiro movimento homossexual, mas durante o nazismo, uma mudança na lei fez com que milhares de homens homossexuais fossem perseguidos, presos e morressem em campos de concentração. Muitos deles foram castrados e tomaram injeções de hormônio com o intuito de mudarem de orientação sexual, com taxas de letalidade extremamente altas. Já os negros eram rotulados como uma “perigosa peste”, sendo perseguidos, mortos e esterilizados à força pelos nazistas. Em 1941, as crianças negras foram oficialmente excluídas das escolas públicas de toda a Alemanha, e a maioria sofreu abusos raciais em suas salas de aula, forçados a sair da escola e nenhum foi autorizado a cursar universidades ou escolas profissionais. Os casais chamados “mistos” foram obrigados a se separar. Comunistas e intelectuais também foram atacados pelo nazismo. A violência contra estes grupos consistia em eliminar a divulgação das ideias que não estavam em conformidade com os ideais nazistas. Em 10 de maio de 1933 ocorreu a Bücherverbrennung em Berlim, que marcou o auge da perseguição dos nazistas aos intelectuais, principalmen­te aos escritores, quando uma imensa pilha de livros foi queimada, sepultando a diversidade cultural que havia florescido na década de 1920 naquele país. Tudo o que fosse crítico ou se desviasse dos padrões impostos pelo regime nazis­ta foi sistematicamente destruído. Organizações como Maçons e Testemunhas de Jeová também foram perseguidos, assassinados, presos e enviados e campos de concentração pelo regime nazista. Alguns, no entanto, acabavam escapando ao mudar suas ideologias. “Grupos não raciais, como os maçons, tiveram a oportunidade de mudar seus pontos ideológicos por desasso­ciação. Não se pode mudar seu sangue ou herança, mas se pode mudar sua própria ideologia ou participação em grupos como associados”, explica a autora. Silvia Lerner também dedica um capítulo do livro às mulheres, que muitas vezes não foram perseguidas diretamente, mas cuidaram da casa, do alimento tão escasso, das doenças dos familiares, da falta de medicamentos e da dor de ver seus maridos, pais e filhos sumirem sem notícias de seus paradeiros. No livro há, ainda, um capítulo dedicado às “pedras de tropeço” (stolperstein), que consiste em instalar placas de latão de 10X10 cm sobre um cubo de concreto em frente às casas onde moraram vítimas do regime nazista. As placas contêm o nome, endereço e datas de nascimento e morte das vítimas, assim como o destino da pessoa. “O objetivo do projeto é restaurar as identidades das pessoas que foram extermi­nadas nos campos de concentração – e ‘devolver’ essas pessoas aos lugares onde elas viviam. Abaixar-se para ler o nome da vítima e suas informações respectivas, segundo o autor do projeto, significa curvar-se simbolicamente às vítimas”, conta a historiadora no livro. Atualmente há 105 mil pedras de tropeço em todo o mundo, que constituem o maior memorial descentralizado do Holocausto no mundo. Silvia Lerner visitou muitos destes locais e ficou impressionada com alguns números: “Há apenas quatro pedras sobre negros, mas obviamente foram muito mais vítimas”, ressalta. O livro faz parte do amplo estudo de Silvia Lerner sobre o nazismo, que começou com a publicação “Arte em Tempos de Intolerância: Theresienstadt” (2021), no qual a historiadora abordou as artes visuais produzidas no único campo cultural do período, seguido do livro “A música e os músicos em Tempos de Intolerância: o Holocausto” (2023), na qual a autora abordou a música produzida pelos judeus nos campos de concentração. SOBRE A AUTORA Silvia Rosa Nossek Lerner é brasileira, filha de pais sobreviventes do Holocausto. Professora especializada em estudos sobre o Holocausto, com graduação em Direito, História e Pedagogia, Pós-graduada em História do Século XX e mestrado em Psicanálise, Sociedade e Cultura. Tem vários artigos publicados e é autora dos livros “Liberdade de escolher como morrer: Resistência armada de judeus no Holocausto” (Imprimatur, 2015), “A música como memória de um drama: o Holocausto (Garamond, 2017), e “Arte em Tempos de Intolerância: Theresienstadt” (Rio Books, 2021), “A música e os músicos em Tempos de Intolerância: o Holocausto” (Rio Books, 2023). Serviço: Livro “As vítimas esquecidas em Tempos de Intolerância: o Nazismo” (Rio Books), de Silvia Lerner Lançamento: dia 13 de novembro, às 19h Livraria da Travessa Rua Visconde de Pirajá, 572 – Ipanema – Rio de Janeiro - RJ 264 páginas Formato: 23cmX23cm Preço: R$110,00 Venda on-line: www.riobooks.com.br
8 de novembro de 2025
Série australiana premiada ganhou adaptação inédita para os palcos, que chega ao Teatro Claro Mais RJ, depois de sucesso em São Paulo O show oficial da premiada série Bluey estreia no Teatro Claro Mais RJ, dia 14 de novembro, depois de passar com sucesso pela capital paulista. “Bluey Ao Vivo – Diversão em Família!” segue temporada até 30 de novembro e, em seguida, chega a Brasília. Aclamado mundialmente, o desenho animado é produzido pela Ludo Studio, vencedor do Emmy®, e distribuído pela BBC Studios. Bluey é uma adorável e incansável cachorrinha da raça Blue Heeler, que vive com sua mãe, seu pai e sua irmãzinha, Bingo. Com energia de sobra, Bluey transforma qualquer brincadeira em jogos imprevisíveis e hilariantes, envolvendo toda a família e o bairro em seu universo cheio de imaginação e diversão. Agora, essa aventura chega aos palcos com uma adaptação teatral original desenvolvida especialmente para a América Latina. O espetáculo conta com um elenco de 14 atores e bailarinos, músicas da série e os dubladores oficiais brasileiros do desenho. “Bluey Ao Vivo – Diversão em Família!” oferece uma experiência imersiva que transporta o público diretamente para o coração da família Heeler. Na história, Bluey e seus familiares transformam cada cômodo da casa em um palco de brincadeiras e descobertas. Em cada espaço, situações divertidas reforçam a importância da união. Ao longo do espetáculo, os fãs são convidados a refletir sobre os valores da convivência em família, do apoio mútuo e da alegria de brincar. O show oficial brasileiro é resultado de uma parceria BBC Studios, Lotus Global e Turbilhão de Ideias. Para Gustavo Nunes, diretor da Turbilhão de Ideias, “a realização de Bluey Ao Vivo – Diversão em Família!, em uma parceria inédita com a Lotus Global, a BBC e a Ludo, representa um passo importante para o entretenimento familiar no teatro brasileiro. Essa união de marcas globais com a excelência da produção local traz a magia de uma das séries infantis mais queridas do mundo para os palcos do país. Mais do que diversão, o projeto valoriza a convivência em família", elogia. Serviço “Bluey Ao Vivo – Diversão em Família” Rio de Janeiro  · Sessões : de 14 a 30 de novembro. Sexta 14/11: às 11h e às 15h. Sábado 15/11: às 11h e às 18h. Domingo 16/11: às 11h, às 15h e às 18h. Sextas 21 e 28/11: às 15h. Sábado 22/11: às 11h e às 15h. Domingos 23 e 30/11: às 11h e às 15h. Não haverá sessão no dia 29/11. · Local: Teatro Claro Mais RJ - Rua Siqueira Campos, 143 - Loja 58 - Copacabana, Rio de Janeiro - RJ, 22031-071 · Valor do ingresso: Entre R$ 19,80 e 240,00 (inteira) · Vendas: https://uhuu.com/evento/rj/rio-de-janeiro/bluey-ao-vivo-15388