23 de novembro de 2023

Luiz Carlos de Carvalho abre exposição em comemoração a 50 anos de carreira, no Museu do Ingá

Uma comemoração à vida. É assim que o artista Luiz Carlos de Carvalho define a sua próxima exposição “À maneira do pintor, o gesto”, que será aberta, no dia 24 de novembro, sexta-feira, às 17h, no Museu do Ingá, em Niterói, com curadoria de Márcia Muller e de Luiz Sérgio de Oliveira. A mostra marca os 50 anos de carreira do artista. Não se trata de uma retrospectiva e é mais do que uma trajetória. Na ocasião, acontecerá o projeto ‘Vídeo Performance Sonora’, que apresentará imagens dos trabalhos do artista projetadas em 4 metros na parede, editadas em movimento, criando uma sensação sensorial de impacto. Além disso, três músicos farão composição instrumental com sintetizadores, guitarra e percussão. Assim, será criada uma trilha sonora ao vivo, produzindo uma imersão na obra de Luiz Carlos. Todos os músicos são artistas plásticos e curadores: Luiz Badia, André Sheik e Osvaldo Carvalho.

A individual será dividida em duas partes: no salão de vidro ficarão oito telas em grandes formatos, com trabalhos geométricos em pinturas sobre telas; e no corredor, cerca de cinquenta obras em gestual livre serão dispostas como uma colcha de retalhos, nas séries ‘Montparnasse, Paris’ (spray sobre papel), ‘Engenho do Mato’ (spray sobre papel) e ‘Gestual Livre’ (acrílica sobre papel). Além disso, livros de artista ficarão dentro de uma vitrine, e outros 4 pintados sobre lona estarão à disposição do público para manuseio.

O primeiro contato com a arte veio por influência do seu pai, que era calígrafo e cartógrafo. Luiz Carlos resolveu utilizar a técnica de cartografia e o uso da régua, dos esquadros e do compasso, que aprendeu com o seu pai. Trabalhar a escrita é também uma forma de desenhar a letra. Começou, então, a desenhar. E desenhou tanto e tão bem que participou, em 1973, da XII BIENAL DE SÃO PAULO. “Eu tenho o papel como principal suporte, a pele da arte: como foram o papiro e o pergaminho no passado. Seguindo, passo para a prática de pintura, aí tenho as telas, lonas, madeiras, novamente o papel”, explica.

O começo se deu pelo desenho (1973), a gravura (de 1978 até 1981) e, depois, veio a geometria. Luiz Carlos tem o ‘Construtivismo’ como pilar. Seus trabalhos são minuciosos, rigorosos. “Aprendi com meu pai o manuseio de ferramentas. Quem também me ensinou muito foi Aluísio Carvão – pintor, escultor, ilustrador, cenógrafo e professor – no curso que fiz no MAM”, relata o artista.

Depois, veio o interesse por ‘Street Art’, quando sua mulher viajou para Alemanha, França e Espanha e lhe trouxe livros sobre esta expressão artística. A arte urbana é muito forte em Berlim. O gestual, que já estava presente em sua geometria, ficou ainda mais firme. Com o graffiti, passou a se comunicar mais diretamente com o público, com movimentos de contestação e da cultura hip hop. 

Em “A maneira do pintor, o gesto”, Luiz Carlos une as duas formas: a geometria baseada na arquitetura e o gestual livre. “Estava eu, num certo dia, há mais de vinte anos, em Arraial D’Ajuda e fiquei observando a porta e a janela. Tinha um retângulo e um quadrado. Então, recortei. O meu propósito com esta geometria arquitetônica era trazer uma sensação boa às pessoas, uma harmonia em contraponto ao caos urbano. No gestual também passo a harmonia”, descreve o artista.

Em complemento a esta ideia, Marcia Muller destaca que “as duas partes na qual a mostra será dividida apresentam a ordem e o caos, mas não um caos ruim e sim de criação. Na mitologia grega e romana, o caos era ao mesmo tempo uma divindade rudimentar, capaz, entretanto, de fecundar. Primeiro foi gerada a Noite e, depois, o Érebo”.

Como diz Luiz Sérgio de Oliveira, “entre emaranhados de linhas, gestos e geometria, o pintor Luiz Carlos de Carvalho enfrenta a tarefa de materializar na pintura sua visão de mundo, em uma complexidade que não comporta simplificações. Uma pintura que é entendida não como um ponto de chegada, mas como uma ponte para o mundo onde a vida é vivida”.

 

Sobre o artista:



Luiz Carlos de Carvalho (Luiz Barba) nasce em Niterói em 1952. No ano de 1973, inicia seus estudos em Artes Visuais no MAM RJ; de 1978 a 1981, frequenta os cursos de gravura na Oficina de Gravura do Museu do Ingá, Niterói. Inicia a sua trajetória artística participando da XII Bienal de São Paulo em São Paulo (1973), Salão de Verão, MAM RJ (1975). Suas principais exposições individuais são: Gravuras e Desenhos, Galeria Funarte Macunaíma, RJ; Céu sobre Terra (pinturas), Museu do Ingá, RJ; Pinturas, Espaço Cultural Conselheiro Paschoal Cittadino RJ; Luiz Le Barba – à Gauche, Museu do Ingá, RJ. Desde então participa de diversas exposições coletivas de gravura no Brasil e exterior. As principais participações em mostras coletivas: 1979, LIS'79 - Lisbon International Exibition of Drawing, Portugal; III Salão Carioca de Arte, Palácio da Cultura, RJ; 1981; 3ª. Mostra de Desenho Brasileiro, PR (Convite especial de participação); 4ª. Mostra Anual de Gravura da Cidade de Curitiba, Curitiba (Indicação e prêmio) PR; 4º. Salão Nacional de Artes Plásticas, FUNARTE, RJ; 1982 ARTEDER'82: Mostra Internacional de Artes Gráficas, Bilbao, Espanha; 1983 Mail Art, Franklin Furnace, New York EUA; 2015 Dix au Cube à Paris, França; Intercâmbio Street Art Belleville / Niterói, Paris, França; 2019 Artistic in Residence Otawara, City Arts and Culture Research Institute, Otawara, Japão; 2020 SHOES BOX, Otawara City Arts and Culture Research Institute, Otawara, Japão; 2021 “Bate-Bola Epi Carnavalesca”, O lugar Arte Contemporânea Fábrica Bhering, RJ; 2022 SHOES BOX, Otawara City Arts and Culture Research Institute, Japão; Imaginário Periférico 20 Anos, Centro Cultural Capiberibe 27, RJ; Por Enquanto: Os Primeiros Quarenta Anos, Galeria de Arte Contemporânea UFF, Niterói RJ.

 

Serviço:


Exposição “À maneira do pintor, o gesto”, de Luiz Carlos de Carvalho

curadoria: Luiz Sérgio de Oliveira e Marcia Muller

Abertura: 24 de novembro, às 17h – projeto ‘Vídeo Performance Sonora’, às 18h (duração de 20 minutos)

Visitação de 25 de novembro de 2023 a 3 de março de 2024, de quarta a domingo, das 12h às 17h

Museu do Ingá – Niterói             

Endereço: Rua Presidente Pedreira, 78 - Ingá, Niterói - RJ, 24210-470

 

15 de julho de 2025
Na quinta-feira, 17 de julho, às 19h30, a Orquestra Forte de Copacabana apresenta na Sala Nelson Pereira dos Santos, o projeto Vibrações Metropolitanas, iniciativa que promove intercâmbios entre grupos de educação musical da Região Metropolitana do Rio. Após passar por Duque de Caxias e Maricá, o projeto encerra suas ações de integração em Niterói, com uma apresentação especial na Sala localizada no bairro de São Domingos. A proposta valoriza a troca de experiências e saberes musicais entre jovens talentos, fortalecendo laços culturais e incentivando o desenvolvimento artístico regional. Serviço Orquestra Forte de Copacabana Datas: Quinta-feira, 17 de julho de 2025 Horários: 19h30 Duração: 70min Classificação indicativa: Livre Entrada franca (com distribuição de ingressos 2h antes do início do espetáculo)  Local: Theatro Municipal de Niterói End: Rua XV de Novembro, 35 - Centro Telefone de contato: (21) 3628-6908
15 de julho de 2025
Ao som de cantigas autorais em yoruba e bantu, sete bailarinas, seis músicos e um cenário que encanta os espectadores, o espetáculo de dança Manifesto Elekô, terá 3 apresentações, de 17 a 19 de julho, sempre às 19h, no Teatro Carlos Gomes. Contemplada no Edital Pró-Carioca Linguagens, a peça, com idealização e concepção de Fábio Batista e realização Cia Clanm de Danças Negras, conecta a orixá Obá, uma das mais fortes da mitologia afro-brasileira, às histórias das mulheres negras da atualidade. Os ingressos variam de R$ 10 a R$ 20. Serão destinados 20% dos ingressos para pessoas em situação de vulnerabilidade social, estudantes, professores, pessoas transgêneras e deficientes físicos. O projeto contará ainda com uma oficina de dança ministrada por Fabio Batistas e as artistas do espetáculo. Mais do que uma análise sobre como mulheres negras vêm se adaptando aos desafios diários, segundo o diretor geral do Manifesto Elekô, Fábio Batista, a peça pretende dar visibilidade aos espaços de destaque que elas vêm ocupando em diversos setores da sociedade. “Obá sai de um sofrimento extremo e chega ao generalato de um exército, ocupando o mais alto escalão da proteção das mulheres. Queremos mostrar que, assim como ela, suas contemporâneas também estão percorrendo esse caminho. A mensagem principal é que ainda que haja dor no processo, é preciso dar ênfase às conquistas e à resiliência”, analisa Fábio. Contrapartida social Após cada apresentação, a Cia Clanm de Danças Negras e o diretor realizarão uma homenagem a lideranças femininas negras e bate-papo com o público presente, além de oficinas de dança, ministradas por Fábio Batista e os artistas do espetáculo. Os interessados em participar devem acessar o formulário disponível no perfil do espetáculo no Instagram. SERVIÇO Espetáculo Manifesto Elekô De 17 a 19 de julho Horário: Quinta à sábado, às 19 h Ingressos: R$30 Inteira | R$15 Meia entrada (prevista em Lei), disponíveis no Sympla Local:Teatro Nelson Rodrigues (Av. República do Paraguai, 230 - Centro, Rio de Janeiro) O espetáculo terá interpretação em Libras. Classificação Indicativa: 14 anos