7 de setembro de 2025

Gorila de Saco: figura popular é levada para o teatro pela 1ª vez

Projeto inédito traz a dança e a pesquisa de mascaradas para a abertura do Festival Palavra Líquida 2025 no Sesc Copacabana, Madureira e São João de Meriti, em apresentações gratuitas


Resultado de uma pesquisa de seis anos, o experimento cênico “Gorila de Saco” estreia nos palcos do Sesc como parte da abertura oficial da décima edição do Festival Palavra Líquida. O trabalho, que já se desdobrou em filme e folguedo, chega ao teatro pela primeira vez, buscando resgatar a figura do gorila de saco do lugar da violência e do estigma social.


Tradicionalmente presente nas ruas das favelas do Rio de Janeiro, especialmente na Zona Norte e na Zona Oeste, o gorila de saco transitava à noite, amedrontando e divertindo crianças, performando como um animal imaginário que se tornou símbolo de uma cultura de rua efêmera, mas inesquecível. Inspirado nessa tradição, o projeto transforma anos de pesquisa em um espetáculo que celebra a mascarada, a ancestralidade e a resistência cultural.


A obra é movimentada pela artista transdisciplinar e dramaturga nascida na Zona Oeste do Rio, Luzé Gonçalves, integrante de uma família que preserva a tradição dos gorilas do saco, e é realizada pela Entretempo Produções. Direção e dramaturgia assinados pela parceria entre Renata Tavares e Luzé Gonçalves. Encenado por VN Rodrigues, com trilha sonora e música ao vivo de Beà Ayóòla, o espetáculo ganha vida nos palcos por meio da dança e da música, proporcionando uma imersão na cultura popular.

Memória e resistência


Por conta de seu passado, o personagem ainda sofre preconceito e é pouco compreendido pela sociedade, sendo associado a atos violentos e até proibido em alguns lugares. No entanto, para Luzé, esse estigma não representa a verdadeira natureza da fantasia, que carrega consigo resistência cultural e identidade popular, distante da criminalidade equivocadamente associada a ela.


Como um dos destaques do Festival Palavra Líquida, que celebra o tempo e a festa, a peça convida o público a ir além do estigma e a mergulhar em uma história de ancestralidade e resistência. “É meu desejo, ao fazer o filme, o folguedo e agora essa apresentação, que a gente tire o gorila de saco do lugar da violência e do estigma. O que estamos fazendo é celebrando a mascarada e sua ancestralidade”, ressalta Luzé Gonçalves.


O trabalho tem um forte apelo pessoal para a idealizadora, que cresceu em Padre Miguel e carrega a tradição do carnaval em sua própria família. Essa conexão íntima com a cultura de rua, torna a obra ainda mais potente.


Serviço


O quê: “Gorila de Saco”

Quando: 5, 6 e 14 de setembro de 2025

Onde: Sesc Copacabana (5 e 6 de setembro) e Sesc São João de Meriti (14 de setembro)

27 de outubro de 2025
Como parte da programação do 17º Ciclo de Leituras Encenadas de Niterói, a Sala Nelson Pereira dos Santos recebe, na terça-feira, 28 de outubro, o texto "Mandrágora", original de Nicolau Maquiavel, que conta a história do jovem Calímaco, que se apaixona por Lucrécia, esposa de um homem rico e tolo. Com a ajuda de um intermediário esperto, o jovem se passa por médico e convence o marido a usar uma "poção de mandrágora" em Lucrécia, com a desculpa de aumentar sua fertilidade, mas com o aviso de que o primeiro homem que tiver relações com ela após ingerir a poção morrerá. Lucrécia, então, é convencida por frei Timóteo a consumar o ato adúltero, e, no momento em que é revelada a verdadeira identidade de Calímaco, ela concorda finalmente em tornar-se sua amante. Após a noite do engano, Calímaco, desta vez fazendo-se de médico novamente, consegue do marido, satisfeito com a futura paternidade, autorização para habitar sua casa. Serviço 17º Ciclo de Leituras Encenadas de Niterói - Mandrágora Datas: Terça-feira, 28 de outubro de 2025 Horário: 19h30 Duração: 45min Classificação indicativa: Livre Entrada Gratuita (sem ingresso) | O teatro abre 30 minutos antes do início do espetáculo Local: Sala Nelson Pereira dos Santos End: Avenida Visconde do Rio Branco, nº 880, Niterói
27 de outubro de 2025
Sucesso de público, o Manga Festival é um dos destaques da agenda em Paraty. A segunda edição vai acontecer na sede do Instituto Manga, em Paraty, no Rio de Janeiro, nos dias 30, 31 de outubro e 1º de novembro. Pelo segundo ano consecutivo, a Mostra Fotográfica “Territorialidades Daqui” é o destaque do evento. Na abertura da exposição, o festival irá mobilizar outras expressões artísticas da cultura tradicional e contemporânea presentes na localidade. A programação é gratuita, e aberta ao público de todas as idades. O Manga Festival faz parte do programa de desenvolvimento regenerativo do território, criado pelo Instituto Manga, como explica a gestora executiva da entidade, Mírian Machado. “O evento pretende destacar e celebrar as expressões de uma cultura constituída através do encontro de moradores de Paraty. A mostra fotográfica reúne imagens que refletem as raízes, os saberes e a vida cotidiana dos bairros da Ilha das Cobras e do Parque da Mangueira – representações da cultura tradicional, caiçara e contemporânea do nosso território. Colaborar com a preservação dessa riqueza esclarece as forças moventes desse estudo, além da realização desse objeto de estudo, também chamado festival”, ressalta Mìrian. Dentre as atrações da 2ª edição do Manga Festival, a abertura da Mostra Fotográfica “Territorialidades Daqui” é a mais aguardada pelo público, e será revelada no dia 1º de novembro, às 10h. A exposição vai apresentar fotos selecionadas por meio de convocatória pública que representam os bairros da Ilha das Cobras e do Parque da Mangueira. O Instituto Manga, entidade responsável pela iniciativa, buscou mapear, por meio de imagens, expressões da cultura tradicional presentes nessas localidades. A mostra vai ocupar os muros e as fachadas da rua em que a sede da entidade fica situada. Um dos objetivos da exposição é colaborar com a preservação da memória coletiva, sua ancestralidade e importância. A programação tem início, no dia 30 de outubro, com um desfile dos integrantes da Escola Municipal Parque da Mangueira pelas ruas do bairro. Durante o trajeto, os participantes vão contando a história do local. Nesse mesmo dia, será realizado o “Tombamento Afetivo” do pé de manga, árvore símbolo do lugar e referência ao nome do bairro. No dia seguinte, 31 de outubro, acontece uma homenagem ao Mestre Cirandeiro. Haverá participações de cirandeiros e grupos de ciranda de Paraty. O ponto de encontro será na Praça da Paz, com cortejo até a Rua Prefeito Benedito Domingos Gama. Já no último dia, em 1º de novembro, acontece a abertura da Mostra Fotográfica “Territorialidades Daqui”. Em seguida, é a vez da comunidade caiçara do Saco do Mamanguá ministrar uma oficina de barreamento de uma casa (maquete) de estique. Oficinas de pipa e de rima também estão na agenda do evento. O encerramento acontece com uma ciranda e rima coletiva com os participantes da oficina.