26 de junho de 2025

Exposição Memorial Ponte Rio-Niterói: documentos raros, objetos históricos e acervo digital resgatam a memória da obra



Pouca gente sabe que a construção da Ponte Rio-Niterói envolveu acordos internacionais, presença da realeza britânica e até inspirou sambas e canções românticas. É justamente essa narrativa multifacetada que o público poderá conhecer de perto na exposição Ponte Rio-Niterói: uma Ponte entre Histórias, em cartaz no Memorial Ponte Rio-Niterói, na Ilha da Conceição, em Niterói, e faz parte do acervo permanente do espaço que está aberto ao público gratuitamente. 


Resultado de uma profunda pesquisa histórica e curadoria em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), a mostra reúne documentos originais, objetos curiosos e conteúdo audiovisual, compondo um retrato completo da construção da Ponte que mudou o eixo urbano do estado do Rio de Janeiro. 


Um dos grandes destaques é a réplica de um documento inédito, resultado do acordo comercial assinado entre Brasil e Inglaterra para garantir o financiamento da obra. Com esse tratado, o governo brasileiro conseguiu o empréstimo necessário para iniciar os trabalhos. O documento é exibido ao lado de imagens históricas da visita da Rainha Elizabeth II ao Brasil, ocasião em que a pedra fundamental da Ponte foi inaugurada. 


A exposição também traz um acervo audiovisual composto por reportagens da época, vídeos originais e páginas de jornais e revistas dos anos 1960 e 1970. Esse material oferece um panorama não só técnico, mas também cultural, da repercussão da obra na sociedade brasileira. 


A Ponte também foi fonte de inspiração artística. A trilha sonora da mostra destaca músicas que homenagearam ou mencionaram o patrimônio histórico, como a composição de Pedro Marcílio, o Marcus Pitter, escrita em 1970, antes mesmo da inauguração, e que fala da distância entre dois apaixonados separados pela Baía de Guanabara. Artistas como Jorge Ben Jor, Tom Zé e Seu Jorge também aparecem na seleção musical. 


No campo dos objetos, há um conjunto de medalhas comemorativas cunhadas para marcar o avanço das etapas da construção, além de uma miniatura detalhada do DKW Candango, o primeiro carro a cruzar oficialmente a Ponte em 4 de março de 1974. O modelo, feito em metal, resina e plástico, exibe adesivos da Ecex (empresa responsável pela conclusão da obra) e do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), e chama atenção pelo acabamento em tinta automotiva laranja. 


Cumprindo seu compromisso com a acessibilidade, o Memorial oferece uma maquete tátil da Ponte, além de recursos de áudio e vídeo adaptados para visitantes com deficiência visual e auditiva.


 


Acervo digital disponível ao público


 


Além da visita física, a exposição se estende ao ambiente digital. O site oficial do Memorial Ponte Rio-Niterói — www.memorialponterioniteroi.com.br — traz uma entrega inédita que reforça o valor histórico e educativo do projeto, disponibilizando material que anteriormente só poderia ser acessado mediante consulta. Na aba ACERVO, podem ser encontrados:

 


Fotografias históricas da construção da Ponte (1969–1974);

Plantas técnicas originais, organizadas por temas e etapas da obra;

Uma compilação de estudos acadêmicos — teses, artigos, livros — produzidos ao longo das décadas sobre a Ponte, abrangendo áreas que vão da engenharia civil à literatura e ao direito. 


Todo o material foi coletado, digitalizado e estruturado pela equipe do projeto com o objetivo de preservar e democratizar o acesso ao conhecimento sobre um dos maiores símbolos da engenharia brasileira.

 


Serviço



Exposição: Ponte Rio-Niterói: uma Ponte entre Histórias

Local: Memorial Ponte Rio-Niterói

Endereço: Rua Mario Neves, 01 – Ilha da Conceição, Niterói, RJ

Período: 16 de abril a 30 de julho

Horário de visitação: Terça a sábado, das 9h às 12h e das 14h às 17h

Entrada: Gratuita


25 de setembro de 2025
O Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, espaço educativo e cultural da Light em Rio Claro, será palco de um grande encontro cultural no sábado, 27 de setembro. O evento ‘Forró do Padroeiro’, gratuito e aberto ao público, começa às 16h e promete unir música, literatura, artes plásticas e contemplação do céu em uma programação diversificada. Programação • 16h – Café de boas-vindas • 16h30 – Abertura da exposição “Cores da Memória”, de Mariane Alves • 17h – Lançamento do livro “Tecidos de Memórias”, de Teresinha da Rocha Pereira, com apresentação de Saulo Soares • 18h – Declamação de literatura de cordel, com Mariane Alves • 18h15 – Show com o grupo Forró Rasta Sandália • 19h – Observação do céu com leitura de poemas • 19h30 – Show com o grupo Forró Rasta Sandália • 20h – Encerramento
25 de setembro de 2025
A Segunda Guerra Mundial é um dos capítulos da história mais bem documentados, com milhares de filmagens, mas sempre há algo a descobrir. Ainda mais com a perspectiva especial, como a apresentada em “Memórias da Segunda Guerra Mundial”, documentário inédito que estreia, com exclusividade, no Curta!, que traz raros registros caseiros do confronto e da vida cotidiana em meio ao caos! A produção integra a programação especial no canal e no streaming CurtaOn - Clube de Documentários que marca os 80 anos do fim da Segunda Guerra. O filme é produzido pela ZED e tem direção de Stéphane Miquel. As memórias esquecidas de vídeos caseiros são resgatadas no documentário a partir dos arquivos de cinegrafistas amadores na Normandia. O cotidiano na costa francesa é registrado antes e durante a Guerra, marcando um contraste claro entre os períodos. A partir dos olhos de cineastas como Robert Dasché, Pierre Le Bihan e Fernand Bignon, e das lentes de suas câmeras 8mm, somos apresentados aos sorrisos e a vida pacata da Normandia, tomada por banhistas no verão. Logo, as filmagens seriam mais discretas, capturando a tensão e aflição às vésperas do conflito que mudaria a vida dos cidadãos locais e de toda a Europa. “A guerra está de volta, porque um louco quis assim”, afirma um dos anúncios militares filmados colados na parede. O documentário mistura crônicas familiares à história com as raras imagens e contam, em silêncio, o desenrolar da guerra. O confronto não mudou apenas o passatempo dos cinegrafistas amadores que, a partir da ocupação nazista, foram proibidos de filmar, mas de toda a localidade. Cerca de 250 mil homens da região foram mobilizados para o conflito e quase 20 mil civis morreram. “Vamos vencer, pois somos mais fortes”, conclamava um cartaz. As gravações, agora clandestinas, mostram como o cenário e a vida mudaram. Da fresta de suas janelas, com coragem para registrar a história e denúncia da violência, os cinegrafistas revelam como pessoas comuns vivenciaram e sobreviveram à guerra e como elas conseguiam recriar momentos de felicidade em meio ao caos, escombros e olhares de medo. As filmagens incluem cenas do Dia D, que iria libertar a Normandia e a França dos nazistas. Eles gravam a esperança com a chegada dos Aliados e, à sua maneira, celebram e homenageiam memórias felizes. “Memórias da Segunda Guerra Mundial” é uma produção da ZED. O filme também pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 26 de setembro, às 23h.