28 de fevereiro de 2024

'Eu Não Sou Harvey - O Desafio das Cabeças Trocadas'

Comemorando 20 anos, a Cia dos Inquietos fará sua primeira temporada no Rio de Janeiro. E a estreia não poderia ser mais emblemática, um solo em resposta à triste realidade do Brasil atual, país que mais mata a comunidade LGBTQIA+ no mundo.


Inspirado na figura de Harvey Milk (1930-1978), o primeiro político dos EUA a se assumir homossexual e um dos principais ativistas na luta pelos direitos humanos, estreia dia 08 de março o monólogo Eu Não Sou Harvey – O Desafio das Cabeças Trocadas, idealizado e interpretado por Ed Moraes.


Depois de temporada lotada em SP, a peça, escrita e dirigida por Michelle Ferreira, fica em cartaz de 8 a 31 de março, no Teatro Municipal Café Pequeno, no Leblon (RJ). Ingressos neste link. 


Em cena, um ator que aceitou o desafio de viver o ativista percorrerá uma trajetória inusitada, do Brasil colonial até os Estados Unidos de 1978, tentando provar uma tese sobre esse assassinato. Sobre a idealização da peça, o ator Ed Moraes conta que passou por um período de crise criativa em 2014, quando não conseguia mais encontrar algo na dramaturgia que reverberasse dentro dele.


“Decidi falar do primeiro político assumidamente gay dos EUA a ser eleito, um agente transformador e ícone mundial do movimento LGBTQIA+, que teve apenas 11 meses de mandato e que foi brutalmente assassinado. Não preciso nem dizer que essa era a ponte que ligava São Francisco (Califórnia) de 1970 ao Brasil atual e seu ranking mundial de assassinato à comunidade LGBTQIA+. Não dá pra ver nosso país alcançando esse posto e não fazer nada pra tentar refletir e problematizar sobre isso. Foi então que, anos depois, os caminhos me levaram até Michelle Ferreira, que já tinha escrito outra peça sobre homofobia, Tem alguém que nos odeia”, explica. O espetáculo estreou em fevereiro de 2020, no Sesc Pinheiros, em São Paulo.


A encenação e o texto de Michelle Ferreira não têm a proposta de reconstruir de maneira factual e cronológica a trajetória de Milk. Ao invés disso, partem de vários símbolos e de cenas bem dinâmicas para traçar paralelos entre a figura do ativista norte-americano, a realidade brasileira e os processos históricos que levam a humanidade a cometer atrocidades como essa.


 “Eu diria que o solo é um passeio por alguns pensamentos econômicos, científicos e históricos que permeiam os últimos séculos da humanidade. Vivemos em um mundo complexo capitalista e temos que saber da nossa História e de onde as coisas vêm e por que elas acontecem. Então, a ideia é, através desses processos, contar por que uma coisa que parece impossível ou ridícula foi possível e se não tomarmos cuidado voltará a acontecer. E para mim era muito importante falar não apenas da vida de uma pessoa, mas dos processos históricos de toda a humanidade”, revela a diretora e autora Michelle Ferreira.


A encenadora ainda diz que a direção é toda pautada pelo trabalho do ator. “As referências da encenação são muito minimalistas. O foco deste trabalho é o Ed Moraes e o texto que o atravessa. É nisso que eu acredito sempre. O teatro acontece por meio do ator, na relação entre ele e a plateia. Em cena, tudo é um jogo. Ed joga com a luz, com o som e com a plateia. Os técnicos e a operação também são muito importantes. E esse diálogo é sempre focado na palavra e na presença do ator”, acrescenta.


Ed Moraes conta como esse processo criativo foi desafiador para sua carreira. “Em 20 anos no teatro eu nunca tinha feito nada parecido. Quando Michelle chegou com esse texto pronto eu fiquei apavorado. Quando acabei de ler tive uma crise de choro. Na hora entendi que o que tanto buscava, estava ali em minhas mãos. Porém, existia esse desafio, que era um mergulho de um ator, dentro dos fatos vividos por Harvey, ora flertando ser ele e ao mesmo tempo com um distanciamento biográfico, pela não obrigação de interpretar o mesmo, dizendo a todo instante ‘Eu não sou Harvey’. São as memórias dele. Mas são as minhas, as nossas também. Cada um sofreu uma violência em certo nível, tanto ele como eu, e isso dentro de mim ecoa a todo momento. Então um caminho possível era surfar essa onda vertiginosa, de a todo instante ser ou não ser Harvey, sem me apegar a cronologia. Me dedico apenas a dizer aquilo que fora minunciosamente escrito. Respeitando cada respiro, cada pontuação, cada suspensão.


Nada mais importava além de compartilhar essa experiência fantástica de se contar uma estória. E que história...”, revela Moraes. 


Ed Moraes comemora os 20 anos de carreira com as temporadas da peça em SP e no RJ e celebra o sucesso das séries que gravou e estão disponíveis no streaming; Betinho (Globoplay) onde interpreta o personagem Herbert Daniel, a série Notícias Populares (Canal Brasil/Globoplay) com o personagem jornalista Gilbran. 

 

Sinopse:

Um ator aceita o desafio de viver Harvey Milk, o primeiro homossexual assumido a ser eleito para um cargo público nos EUA. Em 50 minutos, o ator percorrerá uma trajetória inusitada, que vai do Brasil colonial, até o assassinato de Harvey em 1978. Durante esse tempo, ele tentará provar a tese sobre o seu assassinato.

 

Sobre Ed Moraes 

Ed Moraes tem carreira estabelecida tanto no teatro como na televisão. No teatro, atuou em espetáculos como Limpe Todo o Sangue Antes que Manche o Carpete (2011-2016), Il Viaggio (2013), Um Verão Familiar  (2012), Empoeirados (2010), O Outro Pé da Sereia

 (2009), Wotan (2007) e Trem Fantasma (2007), muitos dos quais também produziu. 

 

Na TV, integrou o elenco de séries como Betinho: No fio da navalha (Globoplay/2023), Notícias Populares (Canal Brasil/Globoplay/2023), Bugados (2019-2020), no canal Gloob; Amigo de Aluguel (2018), no Canal Universal; Drunk History – História Bêbada (2017), no Comedy Central/SBT, Condomínio Jaqueline (2014), na Fox; e Tapas e Beijos (2014), na Globo.

 

Ficha técnica:

Texto e direção: Michelle Ferreira. Idealização e atuação: Ed Moraes. Iluminação: Karine Spuri. Direção Musical: Mau Machado. Cenário: Marcio Macena. Figurino: Ed Moraes. Técnico de Luz: Igor Sully. Fotos: Caio Oviedo. Designer gráfico: Pietro Leal. Orientação de processo: Georgette Fadel. Orientação corporal: Tainara Cerqueira. Assessoria Jurídica: Alber Sena. Produção: Arrumadinho Produções Artísticas. Direção de Produção: Ed Moraes.

 

Serviço (RJ)

Eu Não Sou Harvey – O Desafio das Cabeças Trocadas

Temporada: De 08 a 31 de março - Sexta e sábado 20h e Domingo 19h.

Ingressos: R$50 inteira e R$25 meia entrada

Duração: 55 minutos

Classificação: 14 anos

Gênero: Comédia Dramática

 

30 de julho de 2025
No dia 31 de julho, às 14h30, Luiz Dolino recebe o público para uma visita guiada seguida de bate-papo. Será no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, que abriga a grande mostra individual “Inventário Parcial”, que celebra seus 80 anos marca o retorno de Dolino à cidade onde foi criado. Telas de grandes dimensões produzidas recentemente, entre 2020 e 2025, são exibidas em conjunto com algumas obras concluídas há 45 anos. Junto à curadora, Monica Xexéo, estarão presentes no encontro artistas renomados que com ele possuem forte vínculo: Ana Durães, Gonçalo Ivo, Luiz Aquila e Manfredo de Souzanetto.  Na ocasião da abertura, há pouco mais de um mês, foi lançado o livro de mesmo título, contendo ilustrações e textos de críticos arte, artistas e amigos pessoais, como Carlos Drummond de Andrade, Nélida Piñon, Frederico Moraes e Leonel Kaz. Com mais de cinco décadas de carreira no Brasil e tendo percorrido países mundo afora (Espanha, Portugal, Grécia, Áustria, Perú, Uruguai, Argentina), o artista plástico fluminense Luiz Dolino tem o trabalho reconhecido pela abstração geométrica. Marcadas pelo uso de cores e justaposições criativas, suas telas se destacam pela combinação que ele, como artista com formação também em ciências exatas, faz com singular precisão. Na casa-ateliê em Petrópolis, no meio da natureza exuberante, a produção segue em ritmo enérgico, como o espectador poderá testemunhar na mostra que ficará em cartaz até o dia 24 de agosto, ocupando o mezanino do museu. Estudado por importantes historiadores da arte, críticos de arte e museólogos, Dolino fez da pintura o seu território, a sua poesia, a sua existência. Serviço “Inventário Parcial” Artista: Luiz Dolino Curadoria: Monica Xexéo Visita guiada com roda de conversa no dia 31 de julho, às 14h30 Local: Museu de Arte Contemporânea de Niterói Endereço: Mirante da Boa Viagem s/nº - Boa Viagem, Niterói Visitação: até 24 de agosto de 2025 Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 18h. A rampa de acesso às galerias é fechada às 17h30. Ingressos: Inteiro: R$ 16,00 (dezesseis reais) Meia-entrada: R$ 8,00 (oito reais) - é exigida a comprovação do direito ao benefício na bilheteria do museu. Têm direito à meia-entrada idosos a partir de 60 anos, jovens de baixa renda com idade entre 15 e 29 anos inscritos no CadÚnico, estudantes de escolas particulares, universitários e professores. Classificação livre
30 de julho de 2025
A partir do dia 29 de julho, o Museu Ciência e Vida, em Duque de Caxias (RJ), abre as portas para a estreia da exposição nacional Maré de Mudanças – Década dos Oceanos. Com entrada gratuita, a mostra ocupa o segundo andar do museu, localizado no Jardim 25 de Agosto, promovendo encontros entre arte, ciência e os objetivos da Década dos Oceanos. Aberta ao público, a exposição recebe visitas e imersões de segunda a sábado, entre 9h e 17h. A "Maré de Mudanças" é uma realização da LB Circular, patrocinada pela Águas do Rio, uma empresa Aegea, com o objetivo de promover a educação ambiental nas cidades em que atua. Em circulação, a edição no estado do Rio de Janeiro apresenta novas e consagradas instalações artísticas assinadas por Subtu, oficinas criativas do Coletivo Flutua e uma performance ao vivo da VIA, prevista para o dia do lançamento, na terça-feira. Em cartaz até o dia 29 de outubro, a exposição retoma com acesso gratuito ao circuito de visitas guiadas, painéis interativos, videoartes, projeções fotográficas, efeitos sobre tecidos fluidos e intervenções artísticas, com o objetivo de encantar os visitantes e repetir o sucesso da mostra no município de Rio Grande (RS). Antes da abertura oficial no Rio de Janeiro, a mostra realizará o tradicional vernissage reservado a convidados na manhã do lançamento, dia 29, a partir das 10h30. A cerimônia de abertura contará com a presença de membros do Instituto Aegea e Águas do Rio; representantes do Museu Ciência e Vida; Fabíola Vasconcelos e Ricardo Miranda pelo time educativo do projeto; a diretora do Maré de Mudanças, Liu Berman; as artistas do Coletivo Flutua, Gyulyia, Via, Iskor e Padre, além da equipe de produção e direção de arte. Durante o lançamento da exposição, o público poderá participar de rodas de conversa com especialistas e interagir com o acervo imersivo e sensorial, voltado à temática oceânica. As atividades fazem parte da programação oficial do Museu que, em julho, celebra quinze anos de fundação, promovendo o acesso à informação e ao conhecimento científico na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro ao longo de uma década e meia. “Estamos preparados para uma nova etapa aqui, em Duque de Caxias, após entregarmos um verdadeiro legado de arte, educação e consciência ambiental para milhares de gaúchos, turistas e dezenas de escolas no sul do país. Chegamos ao sudeste com a missão de ampliar esse impacto e atravessar as fronteiras do território brasileiro. O ‘Maré de Mudanças’ têm esse efeito de conectar o grande público, independente da idade, à vastidão dos oceanos, compreendendo sua importância e levando um novo olhar à respeito da importância da Década dos Oceanos”, destaca Liu Berman, diretora da LB Circular e embaixadora do Movimento Reinventando Futuros Todos os artistas do projeto original permanecem nesta nova etapa da mostra, que segue ampliando seu repertório visual e sensorial em Duque de Caxias. A assinatura cenográfica de Rodrigo Machado, do estúdio Buriti, continua presente, assim como as obras vindas de Rio Grande, já instaladas nos corredores do museu. Entre elas, destaca-se a intervenção ‘Latente’, do artista visual paulista Subtu, com três metros de largura por seis de comprimento, que ocupa o espaço com força e delicadeza. Subtu também assina uma das novidades da edição, ‘Tralha Marinha’ (raia com tecido), e se junta a nomes já conhecidos do público, como o Coletivo Flutua, que retorna com ‘Entremear’, e Iskor, com a experiência imersiva ‘Mar de Fantasmas’. Somando-se às experiências já anunciadas, outras videoartes também integram esta etapa carioca da exposição. Arthur Boniconte (Midiadub) apresenta ‘Oceano Artificial’; Gyulyia assina a contundente ‘Maré Morta’; Renata Larroyd traz ‘Linha Divisora’; e VIA retorna com ‘Trama das Coisas’, ‘Ato I’ e uma performance ao vivo na cerimônia de lançamento. Completando o conjunto, o artista Padre apresenta ‘A Cidade e a Água’, aprofundando o diálogo entre arte, cidade e meio ambiente. Com curadoria de videoartes e projeções assinada por Luis Felipe Martins, direção artística de obras e instalações por Priscila Oliveira e direção geral de Liu Berman, o novo acervo aposta em formatos transmídia para dialogar diretamente com um público diverso, que inclui estudantes, docentes, famílias, instituições e corporações. Fomentando a educação nas periferias, o ambiente aborda temas como mudanças climáticas, biodiversidade, poluição e regeneração dos oceanos a partir do olhar sensível das intervenções artísticas, das cartilhas digitais de Educação Oceânica e Circularidade, e da projeção de textos e infográficos. "Todas as obras que eu vou expor com o ‘Maré de Mudanças’ se deram por um conjunto de muitas experiências de vários anos, e de pequenas referências que vamos adquirindo, seja em uma viagem ou um lugar da natureza (...). No geral, esse conceito que permeia todas as obras, que é a ‘conexão entre todas as coisas’, é um conceito muito da ‘ecologia’ e tem tudo a ver com a ideia do Maré de Mudanças; de trazer essa conscientização ambiental e essa visão de uma forma artística, lúdica, que as pessoas se encantem com a mensagem”, comenta a artista multidisciplinar VIA, que terá trabalhos expostos na mostra. Diante de um novo público, a instalação da mostra no Museu Ciência e Vida estabelece um diálogo direto com os moradores da Baixada Fluminense, além de cariocas e turistas de todo o país. “Considero a exposição Marés de Mudanças de extrema importância para o Museu Ciência e Vida, pois sua temática é atual e dialoga diretamente com as questões ambientais locais. Além disso, trata-se de uma mostra atrativa, que certamente despertará o interesse das escolas para visitação, não apenas por sua expografia envolvente, mas também pelo fato de a temática da educação ambiental ser facilmente trabalhada no contexto da educação básica. Por fim, a exposição articula-se de maneira consistente com o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2025, ampliando as possibilidades de ações educativas e de divulgação científica” afirma Mônica Santos Dahmouche docente da Fundação Cecierj - Museu Ciência e Vida/da. O diretor-executivo da Águas do Rio, Samuel Augusto, reforça o apoio à mostra Maré de Mudanças, destacando o compromisso do grupo Aegea com a preservação ambiental e com o futuro das próximas gerações. “A mostra é uma oportunidade de inspirar reflexão e ação. Por meio da arte e da informação, conseguimos sensibilizar a população sobre a importância do saneamento básico e do cuidado com os nossos recursos naturais. Apoiar iniciativas como essa é parte da nossa missão de transformar realidades e construir um legado mais sustentável”, afirma. O Maré de Mudanças é uma realização da LB Circular, com patrocínio do Instituto Aegea – mediante a Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. SERVIÇO Evento: exposição nacional ‘Maré de Mudanças - Década dos Oceanos’ Data: 29 de julho à 29 de outubro Horário: de segunda a sábado, entre 9h e 17h. Local: Museu Ciência e Vida Endereço: R. Aílton da Costa, S/N - Jardim Vinte e Cinco de Agosto, Duque de Caxias - RJ, 25071-160\