30 de novembro de 2022

“Entre Nuvens”: solo de dança com formato inédito em homenagem à Angel Vianna

A artista Moira Braga - mulher cega que descobriu com Angel a possibilidade de dançar - usa ferramentas de acessibilidade como inspiração e incorpora audiodescrição e Libras na dramaturgia


"Gente é como nuvem, sempre se transforma”, disse certa vez a diva da dança contemporânea brasileira, Angel Vianna. A fluidez e a beleza desse pensamento tocou a artista Moira Braga e inspirou o nome do espetáculo que estreia dia 1o de dezembro e tem apresentações com entrada gratuita até dia 4 no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro. De lá, segue para o Teatro Cacilda Becker, onde fica em cartaz de 8 a 11 de dezembro a preços populares.


“O ‘Entre nuvens’ celebra os encontros, os afetos e as transformações que eles são capazes de provocar em nós”, diz Moira, pessoa cega que descobriu com Angel a possibilidade de dançar e, desde então, vem construindo uma carreira nas artes da cena.
Atriz, bailarina, performer, preparadora corporal e consultora de audiodescrição em conteúdos artísticos, além de professora da Escola e Faculdade Angel Vianna. Moira Braga também, é, atualmente, uma das preparadoras de elenco da primeira novela da Globoplay “Todas as Flores” (de João Emanuel Carneiro), onde também interpreta a personagem Fafá.


“Entre Nuvens” traz uma proposta estética inédita. Moira explora a audiodescrição e a tradução em Libras como parte da dramaturgia, para além de medidas de acessibilidade. Três mulheres estarão em cena: Moira, Beatriz Corrêa (intérprete de Libras) e uma audiodescritora - Nara Monteiro ou Georgea Rodrigues, a depender do dia da apresentação. “Trabalhei com a ideia de tríades desde o momento da pesquisa, que fiz com duas artistas da dança que também têm deficiência visual - Renata Mara, de Minas Gerais, e Natalia Rocha, da Bahia, o mesmo percurso feito por Angel até se estabelecer no Rio”, destaca Moira.


O espetáculo foi contemplado na linha “Dança” do edital do Programa de Fomento Carioca, o FOCA 2021, e é parte da pesquisa de mestrado que Moira vem desenvolvendo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Essa instituição foi a primeira a ter um curso de ensino superior em Dança no Brasil, estruturado com a ajuda de Angel e Klauss Vianna na década de 1960.


“Quando escolhi o tema da pesquisa, pensei: ‘meu estar aqui é por causa da Angel, quero que seja uma homenagem a ela’. Além disso, percebo que a dança ainda guarda muitos traços de machismo e desigualdade entre os papéis de gênero e é preciso fortalecer e reafirmar o lugar de mulheres como Angel, que atuam com competência absoluta como agente de transformação social e desenvolvimento de uma identidade artística e cultural de referência”, completa Moira.

 
SERVIÇO

Entre Nuvens

Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro
Dia 30 de novembro, às 14h
Dias 1, 3 e 4 de dezembro, às 19h
Entrada gratuita

 

29 de maio de 2025
Com inscrições abertas até segunda-feira (02/06), o edital Prêmios Cultura Viva é uma oportunidade para fazedores de cultura impulsionarem seus projetos. Oferecida pela Prefeitura de Niterói, a iniciativa vai fomentar Pontos e Pontões de Cultura com R$ 760 mil. Ao todo, serão selecionados 40 projetos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma do Colab. O edital integra a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB/MinC) e é conduzido pela Secretaria Municipal das Culturas (SMC). “Os Pontos e Pontões são uma parte essencial da nossa rede de cultura em Niterói. Através dos recursos da Lei Aldir Blanc, lançamos dois editais que somam mais de R$ 3 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento da produção cultural na cidade. Para a Prefeitura de Niterói, investir nesses espaços é um passo importante para impulsionar quem luta pela cultura na ponta, junto da população”, reforçou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O Edital Prêmios Cultura Viva vai reconhecer e premiar 40 iniciativas culturais de base comunitária desenvolvidas por pessoas jurídicas sem fins lucrativos ou por coletivos culturais informais representados por pessoas físicas. Cada uma das 40 selecionadas receberá R$ 19 mil. O edital também estabelece cotas para garantir a diversidade entre os premiados, com vagas reservadas para pessoas negras, indígenas, com deficiência, mulheres e trans. Também parte das ações integradas à PNAB, a Prefeitura lança o Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Serão destinados R$ 2.250.000,00 para apoiar 45 projetos culturais apresentados exclusivamente por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que estejam estabelecidas em Niterói e tenham finalidade artística e cultural. Ao todo, os dois editais somam R$ 3 milhões de investimento. “Os Pontos e Pontões de cultura da cidade são verdadeiros guardiões das culturas tradicionais e de base comunitária. Preservam a memória, a história e o fazer artístico de Niterói. Este edital dedicado a esses mestres e mestras é uma forma de garantir o direito à cultura àqueles que se dedicam em manter viva nossa herança cultural”, afirmou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano. As inscrições são realizadas por meio da plataforma Colab, ferramenta digital que conecta cidadãos e governos com foco em cidadania digital e governança colaborativa. O edital também será disponibilizado em Libras, garantindo acessibilidade nas informações. Para apoiar os proponentes no processo de inscrição, a Secretaria das Culturas promoverá atendimentos presenciais na quinta-feira (29), às 17h, no Espaço EcoCultural, na Região Oceânica, e no sábado (31), das 10h às 14h, na Casa Cultura é um Direito, no Ingá.
27 de maio de 2025
Quando três amigos, muito próximos, e que sabem tudo da vida uns dos outros se juntam para abrir uma discussão que reflita sobre a construção da masculinidade, não tem como o roteiro dar errado! Assim surgiu a ideia de “Por que não nós?”. A peça é um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e hilários que debatem um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel, Amaury e Felipe convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando, tocando em pontos como as perguntas: existe diferença de gênero? Ou existe relacionamentos desigualitários? E ainda o autocuidado.  “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica Felipe Velozo. A masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia. Apesar disso, a história promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos que passam pela saúde emocional, estigmas e preconceitos. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como os homens não são criados para falar, para discutir as emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que o homem tem em se relacionar emocionalmente”, destaca Samuel de Assis. O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo. SERVIÇO: “Por que não nós? Com Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo Dias 07 e 08 de junho, sábado e domingo, às 19h Teatro da UFF: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói - RJ Classificação Indicativa: 10 anos Duração: 100 minutos Ingressos: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia) Vendas: http://www.guicheweb.com.br/centrodeartesuff