23 de julho de 2025

Casa Pacheco Leão apresenta o Duo Quintes & Lima com voz, violão e poesia

Concerto acontece no sábado, 26 de julho, com récita pela manhã e à tarde




A Casa Pacheco Leão recebe, neste sábado (26), o duo de câmara Quintes & Lima, formado pela cantora Alessandra Quintes e o violonista Marco Lima. O concerto acontece nos jardins da Casa, localizada no Jardim Botânico do Rio, em dois horários, às 11h e às 15h, e é gratuito. O repertório transita por diferentes épocas e culturas, e traz a delicadeza da música de câmara como ambientação por entre ervas, sabores e aromas.


"Pensamos em um repertório que criasse uma ponte entre culturas e emoções. A delicadeza do chá nos inspirou a escolher músicas que também convidam à pausa, à contemplação e à escuta sensível. Queremos que o público sinta a poesia de cada nota, como se fosse um aroma que se espalha no ar", destaca a cantora.

O duo apresentará obras que vão do Renascimento ibérico ao século XX, passando por canções de Manuel de Falla, temas folclóricos de Benjamin Britten e o romantismo do século XIX com os lieder de Franz Schubert. Além disso, Alessandra também interpreta peças que fazem parte do cancioneiro brasileiro de compositores como Heitor Villa-Lobos, César Guerra-Peixe e Waldemar Henrique.

"Mais do que uma apresentação, essa é uma experiência para os sentidos. A música, assim como o chá, tem o poder de aquecer, acolher e conectar. É esse encontro que queremos proporcionar ao público”, conclui Alessandra.


Sobre os artistas:


Natural de São Gonçalo e criada em Niterói, a atriz e mezzo-soprano Alessandra Quintes atuou em montagens premiadas e passou por palcos consagrados como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Sala Cecília Meireles, Teatro João Caetano, entre outros. Além disso, a bacharel em Canto pela UNIRIO se apresentou ao lado de importantes orquestras sinfônicas e é também preparadora vocal em produções teatrais e televisivas.


O violonista Marco Lima, também niteroiense, possui trajetória internacional, com formação na Alemanha e doutorado em Música pela UFRJ. Premiado em concursos nacionais e internacionais, já se apresentou em diversos países da Europa e integra importantes formações camerísticas, além de manter colaborações com nomes relevantes da música erudita. 




Serviço:


Música na Casa Pacheco Leão - Duo Quintes & Lima

Data: sábado, 26 de julho

Horários: 11h e 15h

Gratuito (não é preciso adquirir ingresso para o arboreto)

Jardim Botânico do Rio de Janeiro – Rua Jardim Botânico, 1008



7 de setembro de 2025
Projeto inédito traz a dança e a pesquisa de mascaradas para a abertura do Festival Palavra Líquida 2025 no Sesc Copacabana, Madureira e São João de Meriti, em apresentações gratuitas Resultado de uma pesquisa de seis anos, o experimento cênico “Gorila de Saco” estreia nos palcos do Sesc como parte da abertura oficial da décima edição do Festival Palavra Líquida. O trabalho, que já se desdobrou em filme e folguedo, chega ao teatro pela primeira vez, buscando resgatar a figura do gorila de saco do lugar da violência e do estigma social. Tradicionalmente presente nas ruas das favelas do Rio de Janeiro, especialmente na Zona Norte e na Zona Oeste, o gorila de saco transitava à noite, amedrontando e divertindo crianças, performando como um animal imaginário que se tornou símbolo de uma cultura de rua efêmera, mas inesquecível. Inspirado nessa tradição, o projeto transforma anos de pesquisa em um espetáculo que celebra a mascarada, a ancestralidade e a resistência cultural. A obra é movimentada pela artista transdisciplinar e dramaturga nascida na Zona Oeste do Rio, Luzé Gonçalves, integrante de uma família que preserva a tradição dos gorilas do saco, e é realizada pela Entretempo Produções. Direção e dramaturgia assinados pela parceria entre Renata Tavares e Luzé Gonçalves. Encenado por VN Rodrigues, com trilha sonora e música ao vivo de Beà Ayóòla, o espetáculo ganha vida nos palcos por meio da dança e da música, proporcionando uma imersão na cultura popular. Memória e resistência Por conta de seu passado, o personagem ainda sofre preconceito e é pouco compreendido pela sociedade, sendo associado a atos violentos e até proibido em alguns lugares. No entanto, para Luzé, esse estigma não representa a verdadeira natureza da fantasia, que carrega consigo resistência cultural e identidade popular, distante da criminalidade equivocadamente associada a ela. Como um dos destaques do Festival Palavra Líquida, que celebra o tempo e a festa, a peça convida o público a ir além do estigma e a mergulhar em uma história de ancestralidade e resistência. “É meu desejo, ao fazer o filme, o folguedo e agora essa apresentação, que a gente tire o gorila de saco do lugar da violência e do estigma. O que estamos fazendo é celebrando a mascarada e sua ancestralidade”, ressalta Luzé Gonçalves. O trabalho tem um forte apelo pessoal para a idealizadora, que cresceu em Padre Miguel e carrega a tradição do carnaval em sua própria família. Essa conexão íntima com a cultura de rua, torna a obra ainda mais potente. Serviço O quê: “Gorila de Saco” Quando: 5, 6 e 14 de setembro de 2025 Onde: Sesc Copacabana (5 e 6 de setembro) e Sesc São João de Meriti (14 de setembro)
7 de setembro de 2025
Uma mulher de 40 anos, recém-separada, diante de caixas cheias de lembranças e novos caminhos pela frente. Essa é a premissa de “Fora da caixa”, comédia dramática escrita e protagonizada por Dani Fritzen, em parceria com o ator Mario Neto e direção de Marcos Ácher. O espetáculo, que estreou em 2021 e já passou por diferentes palcos do Rio de Janeiro, foi adaptado em 2024 para o cinema, com estreia em 2025 no Festival Mulher de Niterói. “Fora da caixa” acompanha Ana, personagem de Dani Fritzen, que decide recomeçar a vida após uma separação. Ao lado de Edu (Mario Neto), seu alter ego, ela enfrenta reflexões sobre infância, família, prazer feminino, padrões de beleza, relações abusivas, envelhecimento, fé e vulnerabilidades. O mote central da peça é um convite à autenticidade: “Se você deixar de ser para caber, não é o seu lugar”. O texto foi escrito durante o confinamento da pandemia de Covid-19 e marcou a estreia de Dani Fritzen na dramaturgia adulta, após 11 livros publicados na literatura infantojuvenil — quatro deles já adaptados para o teatro. A peça estreou em 2021 em versão online e, ainda no mesmo ano, fez temporada presencial no Theatro Municipal de Niterói, viabilizada pelo edital da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (SECEC) e pela Lei Aldir Blanc. Em 2022, ganhou formato intimista no Teatro Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, aproximando público e personagem como se todos estivessem dentro da casa de Ana. No mesmo ano, passou pelo Teatro da UFF e participou do Festival Mulher, com roda de debate após a apresentação. Do palco ao cinema A trajetória da obra se ampliou em 2024, quando Dani Fritzen escreveu o roteiro da versão cinematográfica, dirigida por HSu Chien. O curta-metragem, lançado em 2025 no Festival Mulher de Niterói, preserva a essência poética da peça, mas explora novas possibilidades visuais para o mergulho nas transformações de Ana. Com essa transição, “Fora da caixa” reforça a capacidade do teatro em dialogar com outras linguagens artísticas, mantendo-se fiel ao seu propósito: falar sobre recomeços de forma leve, acessível e emocionante. Por que isso importa Em tempos de incerteza e mudanças pessoais e sociais aceleradas, histórias que tratam de autoconhecimento, coragem e reinvenção encontram forte ressonância no público. A peça e o curta oferecem identificação a diferentes gerações, especialmente a mulheres que enfrentam dilemas relacionados à independência, envelhecimento e busca por autenticidade. O sucesso da obra também destaca a força das produções independentes no cenário cultural brasileiro, que, mesmo em meio a desafios de financiamento, conseguem ocupar palcos e festivais, além de circular entre teatro e cinema.