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10 mai., 2022
A Constituição Federal, dentre os direitos fundamentais e suas garantias sociais traz, além de muitos outros, o Direito à Cultura e ao Lazer.  No Brasil, o Direito à Cultura é previsto na Carta Magna como um direito fundamental do cidadão. Segundo ela, cabe ao Poder Público possibilitar efetivamente a todos a fruição dos direitos culturais, mediante a adoção de políticas públicas que promovam o acesso aos bens culturais, a proteção ao patrimônio cultural, o reconhecimento e proteção dos direitos de propriedade intelectual bem como o de livre expressão e criação. O direito à cultura é uma eficácia da garantia social ao lazer, uma vez que impõe como competência da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a proteção aos bens de valor histórico e artístico e a promoção ao meio de acesso à cultura, educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação, não perdendo de vista o esporte, como um meio de lazer. Muito embora o lazer e a cultura, na prática, tenham se mostrado direitos relegados ao segundo plano em relação aos demais direitos fundamentais e sociais, eles tangenciam diversas áreas das garantias sociais e individuais, a exemplo do direito à educação, trabalho, segurança, proteção à infância, direitos autorais e artísticos. E portanto, a garantia social ao lazer é abarcada no próprio Direito à Cultura. O Direito da Cultura e Entretenimento pode ser traduzido então como um direito fundamental, como uma garantia social, onde é aplicado às atividades culturais e desportivas, com o objetivo de proporcionar segurança jurídica e garantir o respeito às leis no desenvolvimento das artes e dos esportes, bem como promover seu acesso à sociedade. Não há dúvidas que a Lei de Incentivo a Cultura (Lei Rouanet) e a Lei do Audiovisual (Lei nº 8.685/93) possibilitaram a amplitude das políticas públicas relacionadas à cultura, lazer e esporte, a exemplo do PRONAC - Programa Nacional de Apoio à Cultura. As leis surgiram com o escopo de incentivar o investimento em cultura em troca, a princípio, de incentivos fiscais, pois com o benefício no recolhimento do imposto a iniciativa privada se sentiria estimulada a patrocinar eventos culturais, uma vez que o patrocínio além de fomentar a cultura, valoriza a marca das empresas junto ao público. Com a Lei Rouanet surgiram três formas possíveis de incentivo no país: o Fundo Nacional de Cultura (FNC), os Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficart) e o Incentivo a Projetos Culturais por meio de renúncia fiscal (Mecenato). Ocorre contudo, que com o tempo a lei foi ficando defasada, além de ter sido totalmente mitigada com a implementação de Medidas Provisórias e destinação de recursos divergentes daqueles do mercado artístico, cultural e desportivo. O surgimento da internet, equilíbrio na inflação, mudança do contexto artístico, cultural, político e econômico do Brasil para o mundo, fez como que o Ministério da Cultura, incentivasse uma mudança, surgindo então o Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura – Procultura (Projeto de Lei nº 6722/2010), que veio a alterar a Lei Rouanet. O apoio do Ministério da Cultura aos projetos culturais por meio da Lei Federal e também por editais para projetos específicos, lançados periodicamente, valoriza a diversidade e o acesso à cultura, como um direito de todos dentro da democracia e ampliando a liberdade de expressão. Hoje a cultura tornou-se uma economia estratégica no mundo, que depende não só do investimento público como do privado. O acesso à cultura e ao lazer está diretamente ligado a um novo ciclo de desenvolvimento do país: a universalização do acesso, diversidade cultural, desenvolvimento da economia e cultura. Não se perca de vista a realização da Copa e das Olimpíadas, por exemplo, que levam as empresas a injetarem um maior investimento nos atletas, assim como nos eventos culturais nas localidades onde são realizados. Em meio a esse turbilhão de direitos e garantias fundamentais, mesmo com o esforço do Governo nas diversas tentativas de implementação de políticas públicas, válido destacar que, embora levado a segundo plano, o Direito da Cultura e Entretenimento em verdade está saindo nesta zona de “sub-direito”, para se lançar como uma potencial garantia jurídica. Afora as políticas públicas e ações do governo, que podem ser exigidas a partir de uma Ação Popular, ou em um litígio casuístico, as ações de empresários como realização de eventos por produtores culturais no Brasil, também são alvos de lide, demandas judiciais tanto públicas como privadas. Festivais de artes, espetáculos, shows e festas, estão sujeitos a uma série de controles e restrições, o que ocasiona grande impacto urbanístico e ambiental, e por envolverem interesses de uma grande gama de categorias especiais, como, por exemplo, crianças, adolescentes, consumidores, estudantes, entre outras, exigem um amplo conhecimento nas diversas áreas jurídicas, além de abrangerem um grande número de leis esparsas das mais diversas naturezas; algumas locais, outras estaduais e nacionais, que têm que ser conhecidas por todos aqueles que se propõem e se dedicam à realização de eventos no país. Pode-se concluir que o Direito da Cultura e Entretenimento não só tem espaço no mundo jurídico como reina em diversas áreas que burocratizam e disciplinam a arte, cultura, lazer, o esporte, educação e quantos ramos forem necessários para se garantir a efetividade do exercício da garantia constitucional, seja a um cidadão comum, como ao empresário. Por Suzana Fortuna

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31 mar., 2024
Após o sucesso nas livrarias pelo mundo, o consagrado romance sócio-emocional de Augusto Cury, considerado pelo autor uma obra vital de sua carreira, chega ao palco da Sala Nelson Pereira dos Santos, na sexta-feira, 12 de abril, às 20h. Considerado o psiquiatra mais lido do mundo nas últimas duas décadas, com 35 milhões de livros em mais de 60 países, Augusto Cury lançou O Homem Mais Inteligente da História em 2016, após 15 anos de estudos e pesquisas sobre gestão da emoção. A adaptação do romance para os palcos, que já foi apresentada em vários teatros pelo país desde sua estreia em Setembro de 2021, é assinada também pelo próprio escritor. A obra conta a trajetória do cientista Marco Polo, especialista no funcionamento da mente, quando ele é desafiado pela ONU a estudar a inteligência de Jesus, o homem mais famoso da história. "Jesus foi (e ainda é) o maior especialista no território da emoção. O homem, mestre da sensibilidade, que demonstrou doçura e que enxergou nitidamente além das profundezas da nossa delicada condição humana. Soube lidar com a dor, não se abatia", explica Cury. Quem dá vida ao protagonista na peça é o ator Daniel Satti, que participa dessa montagem ao lado de Natallia Rodrigues, Renan Rezende, Murilo Inforsato, Priscila Dieminger e Pietro Alonso. Além de abordar os principais aspectos da gestão da emoção, o espetáculo também fala sobre autocontrole, criatividade, solidariedade, a busca da felicidade e amor, e ainda trata com sensibilidade temas polêmicos como depressão e violência contra a mulher. Sinopse - Quando o renomado psiquiatra Marco Polo vai a Jerusalém participar de uma reunião na ONU, ele é desafiado a estudar a mente do homem mais famoso da história: Jesus. Marco Polo, um dos maiores ateus da atualidade, se recusa, alegando não discutir religião, mas é instigado por uma plateia de intelectuais a realizar essa empreitada. Depois de muita resistência, ele aceita o desafio. É, então, montada uma mesa-redonda, composta por brilhantes profissionais para analisar a mente de Jesus sob os ângulos da ciência e não da religião. A partir disso, o personagem começa uma jornada épica para saber se Jesus era um mestre em ter autocontrole, gerir sua emoção, trabalhar perdas e frustrações, libertar sua criatividade e formar pensadores. Ao estudar a mente de Jesus, Marco Polo surpreende os demais participantes da pesquisa que esperavam encontrar um homem comum, sem grandes habilidades intelectuais, mas que ficam admirados diante do inexplicável. Serviço O Homem mais inteligente da História Data: Sexta-feira, 12 de abril de 2024 Horário: 20h Ingressos: R$ 120,00 (inteira) Link para o evento no site da Sympla Classificação: Livre Local: Sala Nelson Pereira dos Santos End: Centro Petrobrás de Cinema, São Domingos
31 mar., 2024
Com curadoria de Juliana Crispe e participação de 16 artistas de diferentes gerações, a exposição propõe pensar não apenas na paisagem composta por aspectos naturais, mas também nas paisagens culturais presentes na contemporaneidade. A representação de paisagem atravessou muitos movimentos e fases da História da Arte, mas sempre se manteve consolidada e é reinventada na produção contemporânea. É desta afirmação que nasce a exposição Outras paisagens, apresentada de 6 de abril a 26 de maio. Com curadoria de Juliana Crispe, a exposição busca trazer ao público como, a partir do diálogo com outras formas de expressão e linguagens artísticas, a "paisagem" propõe um olhar atento e questionador sobre outras realidades e invenções. O corpo da exposição é formado por obras de 16 artistas de diferentes gerações, são eles Aline Moreno, Anaís-karenin, Antonio Pulquério, Carlos Asp, Corina Ishikura, Dani Shirozono, Elias Muradi, Franzoi, Jussara Marangoni, Marcella Moraes, Marcia Gadioli, Myriam Glatt, Natália Lage, Sérgio Adriano H, Silvana Macêdo e Tuca Chicalé. Crispe explica em seu texto curatorial que "a exposição Outras Paisagens propõe pensar não apenas na paisagem composta por aspectos naturais, mas também nas paisagens culturais presentes na contemporaneidade. Em uma dimensão rizomática, esta exposição nos provoca a refletir sobre transposições de percepções do termo Paisagem no campo histórico/artístico". Serviço Outras Paisagens Curadoria: Juliana Crispe Abertura: 6 de abril, sábado, 10h Período expositivo: 7 de abril a 26 de maio de 2024 Classificação livre
30 mar., 2024
Nos próximos dias 30 e 31, sábado e domingo, tem a turma do “Sítio do Picapau Amarelo”, no Teatro Multiplan, encerrado sua curta temporada. O Sítio do Picapau Amarelo é uma adaptação dos contos de Monteiro Lobato, feita pelo diretor Ricardo Silva, e relembra as histórias de personagens marcantes como o nascimento da boneca Emília, a chegada de Pedrinho entre outros. A peça busca promover o reencontro dos avós, pais e familiares que irão ao teatro assistir o espetáculo, com as lembranças que possuem da primeira versão do Sítio do Picapau Amarelo, que foi um grande sucesso durante os nove anos que esteve no ar, assim como das versões seguintes. Na trama, a Cuca descobre que Narizinho está planejando uma aventura ao reino das águas claras para se casar com o Príncipe Escamado, mas antes que a menina consiga encontrar seus amigos ela a captura para fazer o Elixir da troca de beleza e se passar por Narizinho. O que ela não contava era que Pedrinho, Emília e Visconde estariam à espreita para tentar salvar sua amiga com muita astúcia e inteligência. “Sítio do Picapau Amarelo “ no Teatro Multiplan. Dias: 30 e 31 de março. Horários: Sábado e Domingo às 16h00. Local: Teatro Multiplan Endereço: Shopping Village Mall – Av. das Américas, 3.900 – Barra da Tijuca Valores: Ingressos entre R$ 60,00 e R$ 160,00 Capacidade limitada: 500 lugares Classificação: Livre Gênero: Teatro Infantil Duração: 50 min Mais informações: www.sympla.com.br
30 mar., 2024
O consagrado Um Brinde à Poesia Niterói, Movimento Literário e Cultural, criado e apresentado pela poeta, jornalista e artista multimídia Lucília Dowslley faz edição, na Sala Carlos Couto, no dia 30 de Março (sábado), às 16 horas. A escritora vai celebrar o Dia Mundial da Mulher e contar um pouco sobre a história do movimento, que segue para os 25 anos em junho. A cada edição acontece, sagradamente, o Microfone Minuto. Nesta edição as poetas irão participar com poemas até um minuto. Quem for assistir vai ganhar um exemplar da Antologia Um Brinde à Poesia 21 anos – Edição Histórica (capa dura), editado pela Dowslley Editora. Entrada Franca.  Um Brinde à Poesia Niterói foi lançado, no dia 11 de Junho de 1999, por Lucília Dowslley e Carla Soares Faria, no bar Academia de Niterói, em São Francisco. A ideia surgiu num sonho de Lucília, na noite de 10 de maio de 1999, com a imagem nítida de um anjo, símbolo do movimento, que contabiliza mais de trezentas edições, dezenas de atuações de poetas, compositores musicais, fotógrafos e artistas em geral, visitas em escolas, edições extras, livros editados, livros distribuídos, ocupação de equipamentos e espaços da cidade, formação de plateia para poesia, promoção e divulgação dos artistas, democratização do microfone aberto e despertar de poetas. Lucília Dowslley é natural de Niterói. Jornalista. Fotógrafa, Poeta, Atriz, Designer Gráfico e Digital e Editora. Criadora do Movimento Um Brinde à Poesia Niterói. Fundou a Dowslley Editora, em 13 de junho de 2015. Fez exposições fotográficas individuais e participou de coletivas. Atuou no monólogo MILAGRAVAS, no Teatro Municipal de Niterói, entre outras peças, assinando texto e direção. Criou capas, ilustrou e organizou inúmeros livros. Acredita que a arte é um instrumento de transformação e conscientização. Obras: Um Brinde à Poesia, Carmim, O Sol em Minha Alma, A Poesia do Silêncio – The Poetry Of Silence e Niterói Atração à Primeira Vista (fotografia). SERVIÇO Um Brinde a Poesia Data: 30 de março Horário: 16h Abertura da sala 15h30 Sujeito a lotação do espaço Local: Sala Carlos Couto Endereço: Rua XV de Novembro, 35 - Centro, Niterói Telefone de contato: (21) 3628-6908
30 mar., 2024
Prepare-se para uma experiência única! Gato Galáctico, o fenômeno dos palcos e das telinhas com mais de 17 milhões de inscritos e 5 bilhões de visualizações no YouTube, está pronto para encantar o Brasil com seu novo espetáculo: “Gato Galáctico em Aventura Prismágica”. No Rio de Janeiro, a apresentação será no dia 30 de março (sábado), às 17h, no Qualistage. O novo show mergulha em uma história que mescla música, imaginação e fantasia, trazendo à vida os adorados personagens: Roni, Luna, Mimi, Astro e o misterioso vilão Gato Lunático. Uma produção que vai fascinar tanto crianças quanto adultos. Embarque com eles em uma aventura envolvendo o poderoso Lápis Prismágico, um objeto mágico vindo das estrelas, que encontra em Roni seu novo guardião. Enquanto Roni, com o apoio de seus amigos, busca usar o Lápis Prismágico para o bem, o Gato Lunático tem planos malignos para essa poderosa magia. A narrativa é uma celebração de valores importantes, como honestidade, bondade, verdade, amizade e a eterna luta do bem contra o mal, ressoando profundamente com as famílias brasileiras.  A trilha sonora é um destaque à parte, incluindo sucessos como “Eu Sou o Gato Galactico”, “Mansão Miau”, “Lápis Prismágico”, “Universo Criança”, “Férias do Meu Coração”, “Acredite em Você”, e a estreia exclusiva da música “Prismágica”. Este último é um número especial que só pode ser apreciado ao vivo no show. Ronaldo Souza, o criador do Gato Galactico, é o cérebro por trás do roteiro e direção deste espetáculo. Para Ronaldo, “Gato Galactico em Aventura Prismágica” marca o início de uma nova era para o universo do Gato Galactico, ainda mais imerso na magia das histórias e contos de fadas que tanto amamos. Além da experiência teatral, o show também oferece uma oportunidade única para os fãs: uma sessão de fotos com os personagens. É uma chance imperdível para todos os admiradores tirarem fotos com o elenco e os personagens que já conquistaram seus corações. “Gato Galactico em Aventura Prismágica” não é apenas um espetáculo, é um convite para uma jornada mágica que promete cruzar gerações e deixar um legado de alegria, imaginação e aprendizado. Junte-se a nós nesta jornada onde a imaginação não tem limites e a diversão é garantida! Gato Galáctico em Aventura Prismágica Data: 30 de março (sábado) Abertura da casa: 15h Início do show: 17h QUALISTAGE Av. Ayrton Senna, 3000 – Barra da Tijuca, RJ
30 mar., 2024
Ao perder a aliança de casamento, Isabel levanta a hipótese de tê-la engolido. O encontro do mundo externo com as camadas do subconsciente até chegar ao “Eu ” sádico. O processo de transgressão do indivíduo matando o interdito. Uma obra psicológica baseada nos estudos de Sigmund Freud, Jacques Lacan, Georges Bataille e Marquês de Sade. Serviço: Teatro Vannucci Temporada: De 05/04/2024 à 19/04/2024 - Sexta às 21:10h Classificação Indicativa: Adulto Teatro Vannucci – R. Marquês de São Vicente, 52 – Gávea, Rio de Janeiro – Telefone: (21) 2274-7246
29 mar., 2024
Popeye , o icônico marinheiro e comedor de espinafre, que apareceu pela primeira vez em histórias em quadrinhos no final da década de 1920, vai ganhar um filme em live-action. O projeto está atualmente em desenvolvimento como um longa-metragem de grande orçamento e tem como roteirista Michael Caleo (Sexy Beast, Família Soprano). Essa é a primeira revisitação do personagem em live-action desde o filme Popeye, de 1980, estrelado por Robin Willians. Dirigido por Robert Altman e co-estrelado por Shelley Duvall como o peculiar interesse amoroso do marinheiro, Olívia Oyl, o filme foi criticado no lançamento, mas desde então ganhou status de cult e reconsideração da crítica. O filme também foi lucrativo, lançado pela Paramount Pictures com um orçamento de US$ 20 milhões e arrecadando cerca de US$ 60 milhões em todo o mundo. Popeye comemorou seu 95º aniversário este ano, depois de aparecer na história em quadrinhos Thimble Theater, de 1929. Os produtores estão em processo de contratação de um estúdio parceiro para o filme em live-action. Ainda não há data de estreia para Popeye.
29 mar., 2024
Com apresentações gratuitas, o espetáculo “O Caminho de Volta – A Outra História do Rio de Janeiro” vem sendo idealizado há seis anos, quando o diretor e ator Álamo Facó mergulha na pesquisa sobre sua ancestralidade e o início da cidade do Rio de Janeiro, desenterrando a versão não contada dessa história. O ato cênico será apresentado no Parque do Flamengo, entre os dias 26 de março e 29 de maio, às terças e quartas , sempre às 20 horas. Há seis anos, Álamo Facó mergulha em viagens em busca de sua ascendência, imergindo em vivências, lutas e manifestações. Quando Álamo chega à história da Baía de Kuanapara do século XVI, algo lhe deixa em choque: há muitos detalhes desse território e período, enterrados num proposital esquecimento. A história do início do Rio de Janeiro é contada pela primeira vez por esse lado de cá da baía, o da taba Karioka, da Paliçada de Uruçumirim, onde nasceu a maior organização de combate à escravização indígena que já se teve notícia. “O sentimento de disponibilidade para uma manifestação ancestral é enorme”, pontua. “Queremos tentar elucidar o povo carioca e seus visitantes sobre como devemos olhar para o passado e enxergar como essa história foi propositalmente distorcida. A escravização indígina é pouquíssimo falada em centros de discussões, em congressos, universidades e é detalhada em cartas e livros. E desejamos enaltecer o povo tupinambá e sua importância histórica e na cotemporaneidade”, completa. Uma história épica, de um povo enorme e presente em tudo que envolve a ideia de Brasil. Porém apagado intencionalmente. Dentro dessa perspectiva, Álamo entende que ao assistir a peça, o público terá a certeza de como as populações indígenas foram e são subjugadas e perseguidas na construção de um Brasil controverso. E acredita que o público sairá da experiência sendo capaz de contar essa história por essa nova e mais fiel versão dos fatos. “Ainda há muito massacre, muito homicídio, muita morte, muito mercúrio no corpo de crianças. Mas é um momento onde vemos indígenas nas favelas, nos presídios, e vemos indígenas indicados ao Oscar, sendo chamados para falar na ONU, em conferências de lideranças mundiais e serem ouvidas por presidentes do mundo inteiro. Então, essa peça busca elucidar aqueles que não estão acompanhando esses fenômenos acontecerem e compreenderem o passado de forma mais coerente”, afirma o diretor e autor. Para a realização do espetáculo, o diretor convidou um coletivo de artistas anti-coloniais, de maioria indígena. Junto a eles, Álamo conta a história da taba Karioka, do período de paz e fartura à luta que segue até os dias de hoje. Ele faz um comparativo com o período e os tempos atuais. “Muita coisa se manteve, a forma que a gente lida com as festas, a forma que a gente lida com os adornos de Carnaval. E a forma que a milícia armada invade territórios indígenas hoje, é bem parecida com os ataques dos pêros do século XVI. Muita coisa se manteve de lá para cá e a gente muitas vezes não liga uma coisa à outra. A peça colabora para que esses pontos se liguem.”, analisa. A peça é contemplada pelo Foca – Fomento da Cultura Carioca – com nota máxima, sendo classificada em primeiro lugar. Chegando de forma confortável em estacionamento gratuito do parque, o público é levado a se acomodar em esteiras e redes para mergulhar na história do nascimento dessa cidade, agora contada pela primeira vez por personagens indígenas, mamelucos e alguns franceses, que lutaram do lado de cá da baía e criaram a maior organização de combate à escravização indígena que já se teve notícia, a Confederação dos Tamoio, numa peça sobre o amor por essas terras e a luta pela liberdade.  SERVIÇO: De 26 março a 29 de Maio de 2024 Dias: terças e quartas Horário do encontro: 19:30 . Início do espetáculo : 20:00 hrs Local: Parque do Flamengo – Altura da Rua Oswaldo Cruz Ponto de encontro: Cacto brasileirinho – em frente ao Restaurante Assador Ponto de referência: ao lado do estacionamento do Restaurante Assador Obs: Em caso de chuva não haverá espetáculo
29 mar., 2024
Com voz off de Miguel Falabella, monólogo presta homenagem a Dercy Gonçalves, artista que rompia padrões e inaugurou uma representação genuinamente brasileira em nossos palcos. O premiado monólogo “Nasci pra ser Dercy”, estrelado por Grace Gianoukas e escrito e dirigido por Kiko Rieser, presta uma homenagem a Dercy Gonçalves, uma das maiores atrizes do século XX. Desde a estreia, no dia 13 de janeiro de 2023, em São Paulo, o espetáculo é enorme sucesso de público e crítica, com temporada prorrogada na cidade. A turnê nacional começou em maio e o sucesso continua por toda a cidade em que passa. Grace Gianoukas foi indicada aos prêmios PRIO DE HUMOR, BIBI FERREIRA, SHELL, e vencedora do prêmio APCA de melhor atriz pelo papel e Kiko Rieser vencedor do Prêmio Bibi Ferreira 2023 na categoria Melhor Dramaturgia Original por “Nasci pra ser Dercy”. O espetáculo ainda foi indicado ao Prêmio CENIM de melhor monólogo. Sábado às 20h00, Domingo às 18h00 dias 30 a 31 de Março no Teatro Riachuelo Rio Rua do Passeio 38 – Centro
27 mar., 2024
A Artista Visual, Fotógrafa e Pesquisadora, Amanda Erthal inaugura a sua exposição "Discursos sobre a Feminilidade", na terça-feira, 26 de março, às 18 horas, na Sala José Cândido de Carvalho. A mostra será composta por cerca de trinta trabalhos que retratam o modo como o patriarcalismo se renova para, coercitivamente, atribuir às mulheres funções sociais que confundem cuidado com trabalho e garantem que nossos corpos sejam docilizados para servir. Nascida em Niterói, Amanda, foi aluna no curso de Mestrado em Estudos Contemporâneos das Artes na UFF, onde desenvolveu e aprofundou sua pesquisa sobre a Feminilidade. Em seus processos artísticos, utiliza imagens e palavras para compor narrativas poéticas que compreendam a Arte Feminista enquanto instrumento de transformação que nos guie até o alcance crítico necessário para a insurreição dos corpos femininos e de seus modos de existir.  Dispondo de técnicas, tradicionalmente consideradas femininas, como o bordado e a costura. Além da fotografia e da pintura. A artista buscou inspiração teórica nos clássicos O Segundo Sexo, da filósofa existencialista, Simone Beauvoir e A Mística Feminina, da ativista feminista, Betty Friedman. Além de se inspirar, e sempre questionar, as tão conhecidas frases ditas para todas as meninas e mulheres ao longo de suas vidas, tais como "fala baixo", "senta direito", "tira o batom vermelho" que compõem os mecanismos de controle que traduzem os discursos de uma antiga feminilidade. Nesta exposição, encontraremos cerca de trinta trabalhos que retratam o modo como o patriarcalismo se renova para, coercitivamente, atribuir às mulheres funções sociais que confundem cuidado com trabalho e garantem que nossos corpos sejam docilizados para servir. Portanto, o que se propõe através desta exposição é questionar os discursos que ditam as formas da norma, para que se torne possível alcançar o caráter emancipatório necessário para reconhecer que os velhos modelos de feminilidade não nos servem mais. Serviço "Discursos sobre a Feminilidade", de Amanda Erthal Curadoria: Desirée Monjardim Abertura: Terça-feira, 26 de março Visitação: até 24 de maio de 2024, 2a a 6a, das 9h às 17h Horário: de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h Evento gratuito Classificação: livre Local: Sala José Cândido de Carvalho - Sede da FAN Endereço: Rua Presidente Pedreira, 98 - Ingá, Niterói
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